Coleção pessoal de MariaFatimaSoares
Um dia... seremos apenas uma imagem, numa bonita moldura, em cima do móvel de alguém. Depois, nem isso.
In "Claustrofobia" (2016)
Darem-me um dia da Mulher, faz com que me sinta uma pedinte!
Não preciso de rosas, jantares e doces.
Quando o resto da minha existência, a fazem, de espinhos e de amargos de boca!
Nunca receies perder-te.
A imagem reflectida em qualquer espelho, será sempre a tua.
Mesmo quando a teu lado se encontre aquele, por quem te perdeste.
Pouca coisa quero da superfície. O que procuro, está no interior.
Fundo. Fundo, no âmago de ti.
Como o filão na rocha.
A pepita misturada na areia do rio.
Porque estou ocupada a viver, não tenho tempo para ouvir-vos. Não vos vejo!
Caminho por uma estrada de serenidade. Longe... dos que continuam a querer alcançar-me por atalhos.
Para as vossas palavras me provocarem... teriam de ter língua.
Para que eu voltasse a ser a mesma... teria de ser outra.
Mas hoje seu esta! A que já não alcançam. Já, não!
Oscilo ao sabor do vento e estremeço sob o trovão. Mas… não temo as intempéries. Nem me dobro perante ninguém.
Muitos dos meus inimigos são, na verdade, meus fãs fervorosos. Não me odeiam só por não entenderem como há quem me admire, ou goste de mim!
Mas, porque nem eles percebem, como não conseguem deixar de gostar.
Trazia estrelas no cabelo, labaredas no olhar. Ardia na noite escura, transformando-se na própria lua e um esplendoroso luar.
Perguntam porque me afasto? Eu nada digo. Penso apenas para comigo,
como ainda é curta a distância alongada que dista de vocês, a mim, nesta caminhada.
Eterno...
Foi aquele momento, que acabou logo.
Mas, que me atingiu, como um trovão!
Gravando-se para todo o sempre, na infinitude dos tempos. E nas profundezas da minha alma!
Alguns têm necessidade de definir-me num discurso extenso, quando eu cabo inteira numa palavra.
Ainda assim duvido que a palavra que me define perfeitamente, caiba no léxico de alguns.
Na verdade, as verdades que dizem sobre mim, são em grande parte mentiras que se transformam numa dúvida.
Serei, realmente, assim?
A imbecilidade nasce espontânea em terrenos secos que nunca viram um pingo de sensibilidade, nem um raio de inteligência.
É solo argiloso, empedernido. Pântano cheio de armadilhas. Areia movediça letal, ao centímetro de progressão. Pior do que todos os males acha-se, quase sempre, eloquente.
Fossem os meus olhos lestos para se arredarem de cena... deixando o teu olhar em palco, livrando-me da dura tragédia que foi amar-te.
Às vezes, ardo! Consome-me a sede de alguém. Um contacto. Uma presença. Mas... é tão fugaz. Tão lacónico... que, quase não chega a ser.
Na Vida uma porção de coisas, são relativas.
Algumas tocam-nos de raspão e seguem. E as que rasgam? Curam-se.
Se um dia eu te perder por entre o nevoeiro do toque... reconhecer-te-ei, sempre, pela especificidade do cheiro.
Hoje... visitamos Parques Tematicos. Preenchemos, por ventura, lacunas sobre alguma informação que nos faltava. Matamos a curiosidade, apenas. Gracejamos, até, sobre civilizações e animais extintos.
No futuro... quem o fará, sobre nós?