Coleção pessoal de MariaCarolinaAs
Você se cansa das minhas tantas ligações, da minha carência boba e da minha mania de brigar com você toda vez que te vejo perto de outra mulher. Só não se cansa do meu amor, uma vez você me disse. Uma pena. É venda casada, entende? Ou me leva cheia de amor e cheia de neurose ou nada feito.
Tudo demais enjoa. Não é questão de ser exigente não, nem idealização do perfeito. Mas sempre ouvi dizer que o meio termo é a melhor opção. Não que no mesmo dia você tenha que abraçar a pessoa com quem está e socá-la em seguida. Dizer que ama e meia hora depois dizer que odeia. Meio termo no dia a dia, mas em longo prazo, entende? Pra que ligar quinze vezes para dizer que está com saudades? Diz hoje e diz amanhã. Fica mais natural e mais sincero. Manda sms hoje, mas espera que ela te ligue no dia seguinte. Você vai mostrar que se importa e no outro dia, vai deixar que ela demonstre os seus sentimentos também. É um conjunto, uma comunhão de atitudes. Só um lado fazendo tudo, não deixa que o outro trabalhe junto, não dá oportunidade para a descoberta do que é a base do amor: a troca, a via de mão dupla. E bem, das duas uma: Ou você vai se cansar ou a outra pessoa vai enjoar. E nenhuma das duas alternativas são bons finais para o amor.
Tô poupando dores desnecessárias, amores unilaterais e noites sem dormir. Mas se você for me fazer feliz, eu me rendo.
A gente não complica, simplifica. A gente se ama do nosso jeito, torto pra alguns, perfeito pra nós.
Antigamente as pessoas namoravam antes de casar. Hoje em dia as pessoas ficam antes de namorar. E antes do ficar, ainda tem o ato de “se pegar”. Como se fôssemos uma caneta ou um ônibus. E bem, não acho que sejam as coisas que estejam mais importantes, mas sim, as pessoas cada vez mais sem valor uma para as outras.
Hoje eu estou vazia. Sem dor, sem amor, sem lembranças. Acordei pensando em nada, sem planos, sem medos. Um passo de cada vez, me diziam, como eu fui querer correr mais do que eu aguentava? O vazio não me assusta, não me deprime. O vazio é o sinal do recomeço, é sinal de que tudo que antes me sufocava, se desvaiu. Agora sou só eu, novamente. E decidi que dessa vez vai ser diferente, vai ser mais tranquilo, mais a “Deus dará”. Não adianta sair por aí querendo se preencher de coisas mais vazias ainda. Encher a cara, encher a cama, encher a cabeça. O que é importa é o coração e ele faz birra, mas não se abre pra qualquer um ou qualquer coisa. Não mais. Ser mais seletiva, ser mais minha antes de ser dos outros. Preencher aos poucos, vivendo mais. Uma hora vem, hoje ou amanhã. Um hora vem na medida certa que eu preciso, nem mais nem menos. Sem transbordar, sem faltar. Vem pra me completar.
Ainda não sei exatamente o porque que acabou, mesmo depois de tanto tempo. Mas valeu a pena o pouco que vivemos juntos. Sorrio quando lembro e isso basta.
Não me diz que está tudo bem quando eu sei que não está. Não sorria sem vontade, nem dê de ombros quando eu falar contigo. Não esteja “nem aí”, porque isso sim acaba comigo. Seja furacão ou brisa, só não seja nem isso nem aquilo. Porque sendo muito, eu serei migalha só para equilibrar e você me inundar. Sendo pouco, transbordo em você e aí ficamos bem. Mas sendo mais ou menos qualquer coisa não se tem o que fazer, a não ser, ser indiferente com você também. Ser parte de mim, não precisar de você, mas também não viver sem. Entende? Fica mais difícil queremos ser mais ou menos um do outro. E pra ser sincera, comigo não funciona desse jeito. Me enlouqueça ou me traga paz, mas não me deixe sem sentir reação alguma
Eu achei que tivesse ido das outras vezes, mas estava enganada. Dessa vez que realmente foi. Que foi leve, foi verdadeiro, foi loucura e foi amor. Não durou tanto quanto as anteriores, mas foi muito mais duro comigo, mais forte, mais intenso. Só não foi uma coisa: suficiente para me fazer ficar. Mas foi amor sim, sei que foi.
Me diziam para não me apegar, para eu fugir quando começasse a gostar demais. Mas eu sempre achei isso loucura e continuo achando. Se eu estou gostando, qual o sentido de evitar? Então o segredo é não gostar? Estar em um lugar onde eu não queira? Estar com quem não me cause nenhuma reação? Não faz nenhum sentido. Os mais prevenidos vão me dizer que isso previne a dor, previne noites em claro e o coração partido. Mas eu sempre tive a resposta na ponta da língua: Previne também a felicidade né?
Não sou uma mulher que escreve, sou a escrita em mulher. Sou papel e caneta, palavras que combinam. Sou desabafo, história, romance e piada. Sou a personagem principal, às vezes a mocinha outra hora a vilã, mas que de vez em quando se vê como coadjuvante. Sou o livro preferido de alguém e um daqueles que ficam escondidos no armário de outra pessoa. Sou clássica e moderna. Sou fácil de ser lida, basta querer me comprar. Mas sou titular único, perdido pelo mundo, passando por diversas vitrines e prateleiras, até o dia em que serei livro de cabeceira de alguém. Para ser lido um pouquinho todo dia, pelo tempo que for necessário.
Ei rapaz, nunca parou para pensar que hoje é você quem começa a chegar para o lado porque precisa de espaço, e amanhã é você quem vai cair do banco?
E eu que sempre fui muito espaçosa, quero agora viver colada em você. Envolta em seus braços, sem nenhuma brecha, sem que me deixe escapar.
Decidi que quero ficar. Sem rodeios, nem fantasmas. Por que não? Já arrisquei muitas vezes e em todas, os tombos foram feios. Mas me levantei, um arranhão aqui, uma cicatriz ali, mas pronta pra outra. Cheguei até aqui e, milagrosamente, sem maiores danos. Então, vamos lá! Não tenho nada a perder, na verdade, acho que depois de tudo que já vivi, aguento qualquer coisa. E sabe de uma coisa? É como em qualquer jogo, se eu não arriscar, não vou ganhar. Por isso sinto que estou cada vez mais perto, porque me aventuro nesse tabuleiro faz tempo... E quem sabe não é você o meu prêmio?
Quantas vezes eu fiquei perdida em meus pensamentos tentando descobrir uma forma de te encontrar? Ou de fazer você me encontrar? A distância entre nós era incalculável, ou seria melhor dizer, inimaginável? Diziam-me para esperar. Mas é quase insuportável esperar quando o que se espera é a sua felicidade. Eu vivia para o tal momento, mesmo sem saber qual e quando seria. Eu vivia sonhando, detalhando, criando. Eu vivia por você, sem ao menos te conhecer.
Eu não posso ser injusta e desprezar todos os homens que tive antes de você, não mesmo. Cada um me acrescentou em algo e marcou a minha caminhada. Mas uma coisa é certa: Eu nunca vivenciei isso. Não dessa forma. Não tão intenso e imprevisível. O que você desperta em mim vai muito além do friozinho na barriga ou de me deixar com as pernas bambas, apesar de você também fazer isso comigo. Mas a corrente que passa pelo meu corpo quando você me toca, eu tenho a sensação de que estou soltando faíscas. Jura que não dá pra ver? É mistura de medo, questionamento e insegurança. E mais, alegria, paz e loucura. Cada minuto ao seu lado é um dia a mais que eu quero pela frente. Cada beijo equivale a mais três logo depois. Consegue entender? Eu não me canso, pelo contrário. Eu tenho sede de você. Fico te querendo cada vez mais. E desejando que eu seja tão incansável para você quanto você é para mim.
É tão óbvio que isso é errado, é tão certo que irei me machucar. Por que então eu continuo a insistir? É incontrolável. Como um imã eu sou levada até você. Não existe razão para eu viver longe, se como uma droga, enquanto estou perto, vale a pena. Descobri que só sou com você. E o que sobra de mim toda vez que você me manda embora, deixa comigo, eu sei me virar.
Às vezes a gente cansa né? Com ou sem motivo aparente e sem nem perceber. Apenas se cansa do que foi, do que é, sem querer saber o que será. Se cansa em tudo, por tudo. Se cansa porque tinha que cansar. Não culpa ninguém, não se arrepende, nem entristece. Só se cansa e sai em busca do desconhecido, do novo.