Coleção pessoal de marcuspatrick

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⁠Eu acho admirável quem consegue disfarçar toda essa indiferença, como se não houvesse nada à dizer, como se já não restasse mais nada pra sentir... Vivem bem melhor àqueles que conseguem mentir quem realmente são por dentro...
Queria também saber fingir ou apenas inventar o sentimento.

⁠Um dia estranho
Uma tarde cinzenta
Um vazio sem tamanho
E o pensamento que tanto argumenta

⁠⁠⁠⁠Enfim tudo recomeça... e que bom que novamente acordámos.

Lavo meu rosto, escovo meus dentes, tomo meu café e me preparo para ir trabalhar como qualquer outro dia normal...
Mas para que afinal?
Qual o propósito na nossa existência e a relevância nisso tudo...
Qual a verdadeira razão para estar... se quando partirmos não sabemos o que vai ficar, pois tudo o que fomos, somos e talvez ainda seremos, valeu a pena ou foram só os dias passando mesmo?
Será que tantos porquês no fim das contas farão algum sentido, ou foi só tempo perdido?
Um dia tudo será apenas silêncio e essas perguntas que vão ficar...
Mas é o que temos, e o que podemos fazer é simplesmente continuar...

⁠Talvez eu seja apenas um fantasma
Vagando sem rumo
Como um barco fora de prumo, procurando uma direção
Talvez eu seja apenas uma sombra
Um sussurro na escuridão

⁠Mais um dia que acaba sem propósito
Tanto argumento sem sentido
Pensamento comprimido
Mais um dia que se vai
Sem razão para ter existido

⁠Mais uma noite que vem
O pensamento é sempre o inimigo
E o que a gente tem
E só mais sentimento reprimido

⁠A verdade é que sempre foi assim
Nunca parou de chover em mim
Os dias são tão cinzentos
E tudo que sou
Não cabe no pensamento

⁠Eu só queria poder dormir e acordar vendo esses dias tão sei lá o que, passarem mais fatídicos do que já são, no estranho vazio e silêncio da solidão. Sabendo que não há propósito algum e no fim das contas nada faz sentido, pois o universo é indiferente, ele nem se importa com a gente.

⁠Outro dia que acaba
Mais uma noite que me consome
Outra madrugada...
Que a solidão não tem nome

⁠De madrugada tudo sempre faz tanto tempo..
Eu sou um vazio, morrendo por dentro...
Como um dia frio, cinzento
De madrugada tudo sempre é desalento.

⁠A noite é fria
Mas não tão como eu
A madrugada é vazia
E tudo que queria
Já se perdeu

Multiverso

Um infinito dentro de outro
Infinitos iguais
Um infinito é pouco
Dois infinitos ou mais

A noite acalma a chuva que passa na janela
A madrugada é uma menina insegura que tem medo de olhar por ela
O pensamento é a alma que sussurra no coração de Rafaela
O sono é a cura que cuida todas as noites dela

Por trás das arvores
Depois dos montes
A lua se esconde
Atrás de casa
Na minha frente
Eu vejo de longe
Em alguma esquina
Na mesma praça
De sempre

Tenho andado meio distraído
Pensamento distante, um tanto infinito
Tenho andado meio desiludido
Um tanto desacreditado, e as vezes mal compreendido
Tenho andado meio ansioso
Esperando pelo incerto, na incerteza de tantas esperas, um pouco complicado
Tenho andado meio apaixonado
Entre tantas trocas de olhares, mora um amor desconhecido

Aquelas noites em claro que passei longe de mim, longe de tudo
Madrugadas sem fim, em qualquer lugar perto de outros mundos
Tantas madrugadas no silêncio me perdi
Quantas noites que esqueci
De voltar pra casa antes que minha falta fosse notada
Em alguma esquina, em qualquer calçada
Noite adentro, rua afora, pela madrugada

Toc Toc!
--Quem é?
A saudade bate a porta,
e tenho medo de ouvir ela dizer olá
Toc Toc!
Quem é?
Ela insiste em não ir embora
E não sei se ela demora, ou veio pra ficar

Antes que tudo acabe eu só quero te olhar mais uma vez
E talvez seja muito pedir pra que não se afaste
Mas antes que tudo acabe eu só quero te ouvir outra vez
Pra que antes de dormir, o coração possa sentir a falta que você me fez

Esse silêncio que a melancolia trás
Acalma e me faz sentir o que eu não sentia mais
Alivia a alma
E deixa o coração respirar em paz

O ar é puro
A noite é calma
Sombras se escondem no escuro
O silêncio é assombroso
O medo diz olá
As horas não passam
E o tempo é um mentiroso