Coleção pessoal de marceloreis2
A leveza da vida é fundamental.
Aos bons ventos entrego os caminhos.
E aos sopros a ansiedade, a raiva e as mágoas.
A tranquilidade, que contagia a mente e o corpo, traz o despertar.
Sinto o beijo do nascer do sol, a chuva que limpa, o frio e o calor que se completam.
Dos sonhos eu marco as trajetórias, pronto para as tempestades e para os mares de águas tranquilas.
Ao respirar fundo, aprendo que as histórias e as lembranças fazem o destino.
E que o destino é nossa melhor música, a nossa melhor dança.
O destino é a palavra do início e a palavra do fim.
O futuro é incerto e cada universo é apenas uma ocasião / Fazendo dos planos simples e tolos botões de off na contramão.
Para viver é preciso um momento.
Vento de um sentimento desperto.
A mão que reconstrói
O doce gosto de cada dia.
Içar vela!
Entramos na mesma caravela de supetão!
Ouvimos o grito do capitão:
- Ao fim do mundo, então!
Rio para navegar.
Rio de felicidade.
Rio para disfarçar.
Rio por amar.
Rio de mim.
Rio de você.
Rio enfim.
Rio por ser.
E quando eu me for,
Os filhos dos filhos vão cantar
Lembranças de amores,
Canções das minha dores.
Vão deixar flores,
Pois ouviram rumores
Da minha presença em todas as cores.
Somos grandes e pequenos,
Furiosos e amenos,
Sonhos, palavras e pensamento.
Um rápido sopro do vento.
Vidros se quebram e flores renascem.
Enquanto o mundo gira, o tempo precioso acende e apaga.
Os caminhos do ontem e do hoje fazem brotar novas sementes de encantos e desencantos.
A vida muda e se transforma, em meio a verdade e a mentira, o bem e mal, o destino e o aleatório, o simples e complexo.
Os dias que se vão são como grãos de areia que escorrem pelas nossas mãos.
Grãos de areia que o vento leva, que rodam o mundo ou apenas se desfazem.
A existência é o presente e o pesar, o dilema de ser ou estar.
Minha estação não muda.
Parou no ar entre uma primavera e uma canção.
Virou ruído, estática,
Freada dramática do coração.
Eu sou a solidão!
O breu que circunda a alma.
A guerra que nunca acaba.
O futuro que nunca acontece.
A dor que rouba a alegria.
Eu sorri para o amanhã
Ao ver que a dor trouxe mais amor.
Da terra seca brotou flor
Para embelezar o novo dia.
Na realidade, eu sei sobre os dias de sol e os dias nublados.
Observo choros, sorrisos e diferencio o medo da coragem.
Minhas mãos se queimam de verdade quando as exponho ao fogo.
E sei que a dor existe para ensinar o viver.