Coleção pessoal de Maicenic

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⁠O que vivemos é pouco frente ao que ainda há para viver.

⁠Melanina

Triazina
Minha cina
Triamina
Triste cina
Proteína
Protestei
Melanina
Me apeguei
O sol sinaliza
A célula sintetiza
A pele alcalina
Protegida por queratina
Me faz negra retinta
Envelhecer depois dos trinta
O estigmas que a mim atribuíram
Eu rejeito
Eu recuso
Eu reestruturo
O normal de mim atacar
Em exceção vou transformar
O normal de rejeitar
Vou fazer me aturar
O normal é menosprezar
Vou fazer deslumbrar
Do meu poder
Do meu amor
Da realidade, que me faz igual a tu
Mesma realidade que me faz diferente de tu
Diploma, ordem, emprego, empresa
O preço do meu suor
O preço do sangue da minha avó
Tenho o que preciso, por isso, aceito tu
Aceito como igual, não como inimigo
Não trafiquei gente
Não invadir países
Não matei inocentes
Não escravizei ninguém
E por que me tomas como bandido?
Logo eu, a sequestrada, a traficada,
a abusada, a inocente,
a vítima da sua doença
Por que me olhas como se fosse teu espelho?

⁠Suficiente
Entre o querer e o fazer existe diferença.
Mas, também deixa a evidencia,
Ao querer, já pensou em me perder.
Agora já não é sacrificante só querer, mas até quando?
Se me querer não é suficiente?
Me permito questionar,
O que enfim é suficiente?
Porque parece tão suficiente pra mim,
Quando para ti deixará de ser?
Talvez o medo de lágrimas te dar,
Me fazem te mostrar as minhas,
E de tanto te mostrar,
Parecem não ser mais do que lágrimas vazias.
Esse medo que me consome só de pensar te magoar,
Não compartilho com aquele homem,
Que me entreguei para dança.
Sem música, sem luzes, nessa dança, corda bamba,
Pareço me afogar
Penso todo tempo, penso no tempo,
O tempo me faz pensar
Quando criei esse precipício?
Quando criei pontes para você voltar
Não sou equilibrista, vivo em outro ritmo,
Anseio por respostas que me permitam, ao menos um equilíbrio.

⁠Anti-verso
Olho para trás e vejo
Dias que se foram, amanhãs que já passaram
O agoras que já são passado
O ontem que já não muda
Um amanhã para desbravar
Procuro dentro de mim, eus que ainda estão por vir
Me encontro gota d’água em meio a tempestade
Acúmulo nas horas, dias, olheiras e rugas
Concluo, caminhos que antes pareciam não terminar
Desejo você, companhia nas caminhadas
Dias que ainda não nasceram, haverão de raiar
Agendados na agenda para não deixar nada passar
Somos molécula anfipática, agarradas em meio a água
Somos pilha que dura, somos lítio puro
Somos duros na queda, somos diamante bruto
Somos queda sem parada, somos via láctea
Somos parada sem rua, somos as cordas do universo
Refletidas do anteverso, somos também matéria escura
Somos rua sem esquina, não existe esquina sem rua
Somos esquina da Lua, somos corpos celestes reorganizados
Somos lua, eu sou minha, tu és teu, somos dupla
Desejo que entenda minhas pistas
Que as pistas sejam suas
Que suas sejam as mãos
Que minhas mãos sejam as tuas
Que soem suas palavras todo dia
Quero dia sem angustia e angústia sem dia
Que saiba em fim
Que a maior conquista da minha vida foi
Te conhecer e a mim

VENTO

Se eu pudesse voltar no tempo escolheria nascer vento
Vento só bate não leva
Vento também fura pedra
Vento é brisa
Vento anima
Vento destrói
Vento constrói
Vento planta
Vento arranca
Vento cria onda
Vento esquenta
Vento esfria
Vento cria chuva
Vento derruba e faz voar
Se eu pudesse voltar no tempo, nascia vento.
Nascia vento, vento a viajar, estar em todo lugar.
Vento muitas vezes não é visto, vento é quase invisível
Nascia vento e vivia sempre
Se eu pudesse voltar no tempo nascia vento.

De repente quis ficar surda,abafando com musica, pra não ouvir meus pensamentos.

HORA DO TREM

Bate a hora do trem partir
O trem com destino a realidade
Ele sai da estação da honestidade e fidelidade
O destino é logo ali
A distância de uma palavra
Geralmente aquela não dita

Sempre partimos com muita bagagem
E se quiser voltar ao ponto de partida
Deve esvaziar todas as malas
Se não a porta não abre
Não se sai do trem
Esse trem não tem janelas
Realmente não dá para fugir

E realmente não sei o que estou fazendo aqui
E ainda ouço ecoar o grito
O tal que ninguém pode ouvir
Ele ecoa dentro de mim
De novo, devo novo, de não vou

Não consigo dormir hoje
Ontem também não deu pra mim
Estou tentando pisar no chão firme
Mas até isso você me tirou
Os estilhaços não permitem que me aproxime
Eu ainda queria você aqui

Mas foi você quem me pôs nessa esquina
Com ruas sem saída
Estou dentro de um X
O tal X, o tal da questão
Sou tão subjetiva, já marquei desilusão

O que vou dizer a todo mundo?
Quando perguntarem se estou bem?
Sim, direi que sim
Que tudo vai bem
E que apesar do fim, eu resistir

E assim aprendo a contar mentiras
E quem saiba um dia...
Não seja mais eu
A tal mocinha
E então formaremos um belo casal
De medíocres no fim da linha.

Eu sou uma árvore e sua atenção cupim.

É bom saber que você espera que o nosso pra sempre tenha um fim.

Mentiras ditas como verdades, independentes do que se sabe.

Talvez a vida possa ser mesmo boa, mas não pra qualquer pessoa.

De tanto confiar, desconfiei de mim.

Eu não quero ser uma pessoa boa pessoa, porque quando a gente é bom, se magoa

Não te daria a lua, pois o céu precisa dela como eu preciso de você.

A moldura do meu rosto, são os cachos.

Se a terra não fosse redonda, talvez, continuasse presa a você.

Quando finalmente deixei de me importar, então ele se importou.

Pare de chorar pelo oque passou e sorria porque que ainda existe o presente.

E mesmo que a vida lhe diga não ,é você quem decide o fim !

A vida pode ser comprida de mais, pra ficar se preocupando com pequenas coisas. assim como também pode ser curta de mais, pra ficar se preocupando com pequenas coisas !