Coleção pessoal de Macley

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Correr riscos reais, além de me apavorar, não é por medo que eu sinta excessivamente - perturba-me a perfeita atenção às minhas sensações, o que me incomoda e me despersonaliza.

Não acredite em algo simplesmente porque ouviu. Não acredite em algo simplesmente porque todos falam a respeito. Não acredite em algo simplesmente porque está escrito em seus livros religiosos. Não acredite em algo só porque seus professores e mestres dizem que é verdade. Não acredite em tradições só porque foram passadas de geração em geração. Mas, depois de muita análise e observação, se você vê que algo concorda com a razão e que conduz ao bem e benefício de todos, aceite-o e viva-o.

No começo, acreditamos avançar para a luz; depois, fatigados por uma marcha sem fim, deixamo-nos afundar: a terra, cada vez menos firme, não nos suporta mais: abre-se. Em vão perseguiríamos um fim ensolarado, as trevas se dilatam ao redor e dentro de nós. Nenhuma luz para iluminar-nos em nossa submersão: o abismo nos chama e nós o escutamos. Acima ainda permanece tudo o que queríamos ser, tudo o que não teve o poder de elevar-nos mais alto. E, outrora apaixonados pelos cumes, depois decepcionados por eles, acabamos por venerar nossa queda, apressamo-nos a cumpri-la, instrumentos de uma execução estranha, fascinados pela ilusão de tocar os confins das trevas, as fronteiras de nosso destino. Uma vez o medo do vazio transformado em volúpia, que sorte evoluir no lado oposto do sol! Infinito às avessas, êxtase ante as rachaduras do ser e aspiração de uma auréola negra, o Vazio é um sonho invertido no qual nos dissipamos.

Prefiro mil vezes uma existência dramática, atormentada pelo seu destino e submetida aos suplícios das chamas mais ardentes, à existência do homem abstrato, atormentado por questões menos abstratas e que só afetam superficialmente. Desprezo a ausência de risco, da loucura e da paixão. Que fecundo, pelo contrário, é um pensamento vivo e apaixonado, irrigado pelo lirismo. Que dramático e interessante resulta um processo mediante o qual os espíritos em primeiro que tudo atormentados por problemas puramente intelectuais e impessoais, espíritos objetivos até ao esquecimento de si, são, uma vez surpreendidos pela enfermidade e o sofrimento, fatalmente obrigados a refletir sobre a sua subjetividade e sobre as experiências que devem afrontar!

Odeio a sabedoria desses homens a quem as verdades não afetam, que não sofrem por causa dos seus nervos, da sua carne e do seu sangue. Só amo as verdades vitais, as verdades orgânicas saídas da nossa inquietude.

A amizade é um pacto, uma convenção. Dois seres se comprometem tacitamente a nunca pôr à luz o que cada um no fundo pensa do outro. Um tipo de aliança fundada em arranjos. Quando um deles assinala em público os defeitos do outro, o pacto está devassado, a aliança rompida. Nenhum amizade dura se uma das partes se nega a jogar o jogo. Em suma, nenhuma amizade atura uma dose exagerada de franqueza.

A timidez, inesgotável origem de tantas infelicidades na vida prática, é a causa direta, mesmo única, de toda a riqueza interior.

Adoramos a perfeição, porque não a podemos ter; repugna-la-íamos se a tivéssemos. O perfeito é o desumano porque o humano é imperfeito.

Video meliora, proboque. Deteriora sequor.

(Vejo as coisas melhores, e concordo com elas, mas, sigo as piores).

Os 40 anos são uma idade terrível. É a idade em que nos tornamos naquilo que somos.

Beleza e Verdade

Morri pela beleza, mas apenas estava
Acomodada em meu túmulo,
Alguém que morrera pela verdade,
Era depositado no carneiro próximo.
Perguntou-me baixinho o que me matara.
– A beleza, respondi.
– A mim, a verdade, – é a mesma coisa,
Somos irmãos.
E assim, como parentes que uma noite se encontram,
Conversamos de jazigo a jazigo
Até que o musgo alcançou os nossos lábios
E cobriu os nossos nomes.



O tempo perdido
Pode ser recuperado
A solidão é a ausência
De alguém não encontrado
Deixe o passado no passado
Viva com as marcas
Disperse o medo
não chore, ainda é cedo
Não sinta-se só
Insista, tem solução
Há medo ao teu redor
Há coragem no teu coração
Ouça a coragem
Desate o nó.

Que a fome que eu tenho, cesse.
Que o amor que eu sinto, morra.
Que a lembrança que eu tenho, adormeça.
Que o quase não-sentir transforme-se em nada.
Que essa história seja apenas mais uma história.
E a única coisa que quero...
Um ponto Final

Somos todos impostores que nos suportamos uns aos outros. Quem não aceitasse mentir veria a terra fugir sob seus pés: estamos biologicamente obrigados ao falso

Olhe, tenho uma alma muito prolixa e uso poucas palavras.
Sou irritável e firo facilmente.
Também sou muito calmo e perdoo logo.
Não esqueço nunca.
Mas há poucas coisas de que eu me lembre.

Pensas que tudo vê?
Lavas teu rosto!
Não nas águas imundas do teu mundo
Sim nas águas ancestrais do subconsciente


Andas com desdém por entre árvores antepassadas
Curva te!
Perante a sabedoria das velhas matriarcas da humanidade
Toque suas espessas cascas
Humildemente peça perdão
Por ti e pelos de tua raça

Preconceito
Mata,
Conceito
Conserta.

Inconsciente,
Ciente da vida
Que lhe cerca.
Circundado por arames,
Gente, enxame.

Examine sua mente,
Ela mente
Você sabe,
Você sente.

Amanhã morro
É demais ao intelecto
Não podem voltar
Não podem nem ficar

Morrem ontem alguns
Ansiosos pela libertadora e definitiva
Não morrem outros
Apressando o irrevogável

Amanhã morro
Para que talvez viva o espírito

A emoção norteia o coração do homem, pois apenas aquele que carrega o carma da solidão saberá o significado de amar.

A minha vida, descreve como foi o meu passado...
Infelizmente o passado nunca volta, o presente é uma certeza...
E no meu caso o futuro já esta morto...