Coleção pessoal de maaaaag
Olá querido eu, hoje eu gostaria de desabafar contigo, ou ao menos, assim desfarçadamente, dizer o quanto sinto sua falta.
Tenho me esquecido de como sou, ou fui, não sei!
Não reconheço o que vejo no espelho, nem mesmo o que vejo dentro de mim. A verdade é que eu olho pra dentro e não consigo ver nada, nem vestigios de um eu.
Não sei quem sou! e tampouco sei se algum dia soube. Mas hoje, em especial, estou sentindo necessidade de ser, ou pelo menos saber se sou.
Os tolos hão de me julgar com seus julgamentos carnais e enssaiados, mas eu, porém, hei de continuar vivendo o sonho de me ser.
Eis aqui um ser que vive, com tamanha sede e desventura, eis-me aqui, o ser que escolhi ser, tão errante quanto belo, tão aventureiro quanto prisioneiro, e tão eu que as vezes não consigo ser mais ninguém..
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A exaustão me convém. Sempre convém. Melhor do que tudo e a qualquer hora, a exaustão sempre é bem vida.
Não sei o exato momento em que me senti exausta a primeira vez, mas sei que continuo sendo desde então. Exausta de mim, dos outros, de tudo enfim.
EXAUSTÃO! Somente isso. No bom sentido da coisa, ou no mal também, que seja.
Queria não ser. Somente isso. Não me ser, nem ser qualquer outra coisa. Apenas estar alheia a existência e os conflitos existenciais. Alheia do mundo e do que o mundo é.
Mas no fundo de tanta angustia que sou, o pior de tudo é que eu gosto. Gosto de existir, gosto de sentir tudo que sinto e ser tudo que sou, o problema é que não sei lidar com tanta complexidade e prefiro fugir.
Fugir de todos, especialmente de mim.
O que me mata é essa vontade de pele com pele, olho no olho, olho no corpo, corpo na boca, mão na perna, perna fora do chão, corpo na boca, boca na mão, corpos no chão..
Perder a consideração por alguém é muito mais triste do que perder a confiança, embora ambas sejam coisas ruins.
As pessoas andam com tanto medo de serem elas mesmas que acabam perdendo a sua maior beleza e virtude