Coleção pessoal de lyster

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POEMAS & VERSOS




Formam pensamentos
Que transmitem soluções de problemas
Verdades sobre dilemas
Lugar onde não há cinemas
Nem teatros para quem vive de esquemas

Poemas & Versos
Palavras que caminham no silêncio
E clamam para todos o mesmo direito
De opinar no que é certo
Para o bem de toda gente

Poemas & Versos
Maneira de falar discreto
Palavras que transmitem mensagens de afectos
Que tocam e mudam a vida de quem quer ser diferente

Poemas & Versos
Palavras escritas no vento
Palavras que não se apagam com o tempo
E fazem da vida da gente
Um lugar de paz e amor permanente

TU ÉS ANGOLA



Tu és Angola
Mulher que choras
De rosto contra gosto
De terra em terra a procura de encosto

Mulher de lágrimas no rosto
Destroçado coração em desgosto
Teus filhos contemplas
Ensanguentados e depostos
No lamentar dos teus dias sem gosto

Mulher de longas esperas
No dissabor da vida
Com lágrimas
Teu viver temperas

Mulher de Angola
Mulher que viver imploras
Na fome e sede que te devora
O direito de também teres honra

FILHOS DO MEDO


A morte é um tédio
Como o cair de um prédio
O destruir de um império

A morte é mistério
Consequência da vida
Um caso sério
Mistério do cemitério
Lugar onde os homens são iguais a tempo inteiro
Não há grandes nem quem seja o primeiro

Nem há ricos ou quem seja prisioneiro
Lugar onde a justiça é para todos a tempo inteiro

HOMENS BATEI PALMAS




Homens batei palmas
Bem sei inimigos da minha fama
Tu que te alegras
Por me veres cair na lama

Teu coração faz festa
E se acalma
No desalento da minha alma

Batei palmas
Cantem festejem
No dissabor das minhas tristezas
Nas lágrimas e dores
Nas minhas fraquezas

Façam das minhas penas
Vossas riquezas
O quinhão das vossas grandezas

ESTE É MEU PAÍS




Este é meu país
Minha terra que eu sempre quis
Da minha árvore eu planto aqui minha raiz
Neste solo pátrio que me fez sempre feliz

Este é meu país
E desta terra não saio
Nem que seja para ir á paris
É meu sangue que vai na veia quem o diz
Angola de sonhos
Terra de mil contos

De beleza natural
De ventos e sopros que não fazem mal,
Fazendo deste recanto
Um paraíso sem igual

Terra que a guerra fez tanto mal
E no filho imortal
Descobriu a sua voz sem igual

É PRECISO RENASCER



Das mãos de quem trabalha a terra
E no coração de quem fala de paz em vez de guerra
É preciso renascer

Do homem que do amor sempre espera
E naquele que não tem pão nem terra
É preciso renascer

Do jovem sem futuro nesta terra
E no olhar do soldado que vai a guerra

Na mente no olhar
No cantar da mesma canção
No espírito na consciência do bem-fazer
E no amor pelo irmão
É preciso renascer

Na verdade da humanidade
Na justiça e na caridade

Do homem novo seja velho
Em todas as idades
No campo ou na cidade
Para que a vida seja de felicidade
É preciso renascer

DIZ-ME


Diz-me porque
Que as pessoas que amei
Não me amaram
E as que gostei me odiaram
Diz-me

Diz-me porque
Que os amigos que ajudei
Me faltaram
E no amor que os dei me julgaram
Diz-me

Diz-me porque
Que pelo bem que fiz
Me condenaram
E pela verdade que disse me mataram,
Diz-me

Diz-me porque
Que pela alegria que trouxe
Me humilharam
E nas lágrimas que chorei
Me desprezaram

Diz-me Deus meu
Diz-me

É PRECISO SONHAR

É preciso sonhar
Como pássaro ter asas e voar
É preciso sorrir e chorar
Tocar o céu e pensar

Erguer as mangas
Por mãos á terra e trabalhar
Suar o rosto
Tomar o gosto de amar

É preciso lutar
Para o mundo conquistar
E o mar da vida navegar

Não é proibido sonhar
Pois quem não sonha
Na vida não tem nada a conquistar

FAZ DA MINHA ALMA SENHOR



Faz da minha alma senhor
Um facho de luz
Traz em mim a calma
Que a Tua paz conduz

Que eu seja a Tua chama
E leve em minha carne
As marcas da Tua fama
Faça que eu seja apenas teu

DE MIM COISAS DIRÃO



De mim coisas dirão
Coisas certas coisas erradas
E este nome
A Minha imagem mancharão

De mim coisas dirão
Que sou feio
Que sou magro
Que carrego em meu corpo
As marcas de pecado

Que sou sujo e não presto
Que a vida que levo não mereço

Falarão das minhas quedas e tropeços
Das minhas desgraças
Farão lamentos

CONVERTA SENHOR




Converta Senhor
Converta
A minha dor em alegria
A desavença interior em harmonia,
Converta Senhor

Converta o meu coração em melodia
Um canto de amor sem fantasias
Amor resplandecente como a luz do dia
Converta Senhor

Converta as minhas palavras em sabedoria
O meu saber em poesias
Que levam a paz levam a alegria As almas frias
Transbordantes de dores e agonias
Nas noites sombrias e vazias.

A COR DO AMOR

O amor tem a cor do sorriso
Da verdade sem prejuízo
É grito de festa o tirar da cesta
O amor é tudo que presta

O amor tem a cor da alegria
Dos corações que vivem em harmonia
Leva paz como mania
As almas em festa melodias

O amor é da cor do homem
Sem sabor nem nome
É Fogo ardente que tudo consome
O pão vivo de quem passa fome

O amor tem a cor da humildade
Dos corações repletos de simplicidade
É vigor e força nas dificuldades
Das almas simples o amor é a verdade

O amor é tem a cor da vida
Do sorriso de paz em tempos da sida
Concedendo alegria em meio a ferida
O amor é a força das almas caídas

ANGOLA DE TODOS




Vamos fazer de Angola terra de aurora
Angola consciente inteligente
Construindo um mundo decente
Onde o homem é da terra semente

Vamos criar Angola
Como um filho pô-lo na escola
Vamos educa-lo para ser homem de honra

Vamos plantar Angola
Em cada semente lançada a terra
Agora sem guerra
Plantar na mente plantar no coração
Vamos ensinar Angola a ser gente

Vamos construir Angola com mãos fortes
Trabalhando a nossa própria sorte
Arregaçar as mangas é preciso
Para construirmos uma Angola melhor
Uma Angola de todos

LAVRA A TERRA




Lava a terra
Lavra
Lavra a terra com palavras de paz
Mostrando ao mundo como se faz
Como o homem que deseja o bem
Cria a paz

Lavra a terra
Lavra
Lavra a terra da consciência negra que nos espera
Semeando o bem que não produz a guerra
Neste campo fértil da nossa terra

Lavra a terra
Lavra
Lavra a terra com olhares de amor
Com sorrisos nos lábios plantando uma flor
Vamos mostrar ao mundo
O rosto novo de uma Angola melhor

VENTOS DE MADRUGADA




Virão ventos de madrugada
Em sombras escuras
De cacimbos mal amanhecidos
Esfriando os descalços pés da mulembeira
No relento ressonar do fim da noite

Virão ventos assanhados e famintos
Que roubarão da terra
A semente deste cultivo de pobre

Virão ventos
Ventos como gentes
Que comerão a terra e a sua gente
Virão ventos
Que ventos, virão gentes

TUDO É POESIA



O sorrir o chorar a dor de amar
A chuva o sol o vento que vem do mar
O homem que desperta para trabalhar a terra
Que aprendeu a amar
Para comer o pão no suor de cada manhã
Tudo é poesia

Tudo inspira-nos magia
O simples transpirar o ar do respirar
A magia do olhar andar e falar
Tudo é poesia que a cada dia
Faz da vida uma inspiração Divina
Que tudo domina orienta e ilumina

Se Deus é poeta
O mundo é uma poesia
Uma melodia cantada e vivida
Amada e querida
Num amor Divino para toda vida

NA PALMA DA MÃO



Na palma da mão
Quero encher a terra inteira de amor
Banha-la em perfumes de uma flor
Quero fazer raiar o tempo
Bater o vento

Vou levar aos homens afetos
Sorrisos intensos sem fingimentos
Nem lamentos

Na palma da mão
Quero levar ao universo
Um sorriso aberto
Aos corações descrentes
Esperança e alento
Ao crente fé ardente para seguirem enfrente

Na palma da mão
Quero escrever ao universo um verso
Letras palavras de apreço
Lembrar-vos que a vida não tem preço
Aos homens um terço
Ave-Marias
Por vós a Deus ofereço

MÃE QUERIDA




Mãe querida
Remédio das minhas feridas
És bela, como
Pintura na tela

Mãe de muitas esperas
Sei que em teus braços
Beijos e abraços me esperam
Mulher de ternura minha

Amor sem aventuras
Desde menino
Meu desprazer aturas
Entre dores e tantas torturas

Contemplo o teu sorrir
Repleto de amarguras
Nas noites inseguras
Quando em silêncio
Minhas mãos seguras

EU NÃO LEVO NADA




Da vida que vivo
Do mundo que sigo
Das coisas que vejo
E dos bens em que me apego
Eu não levo nada

Do orgulho que me cega
Da grandeza que me eleva
Do dinheiro que sofro
E do pão que como
Eu não levo nada

Da beleza jovem do corpo que carrego
E dos amores e paixões
Da vida em que me entrego
Eu não levo nada
Tudo morre no pó de terra que me cobre

O ROSTO DA POESIA


O gosto
A face da letra
Palavras que na mente penetram
E no corpo da alma
Revelam desejos

Moldando corações
Em inesquecíveis intenções
Amor escrito em cancões
Citadas em orações
Repletas de verdades

No rosto da poesia
No gosto da palavra
Na letra do verso
Onde se plasma
O coração do universo
A terra e o berço do silêncio
Onde converso
Rezando a Deus o terço