Coleção pessoal de Lustato

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DESENCONTRO

A sua lembrança me dói tanto
Eu canto pra ver
Se espanto esse mal
Mas só sei dizer
Um verso banal
Fala em você
Canta você
É sempre igual

Sobrou desse nosso desencontro
Um conto de amor
Sem ponto final
Retrato sem cor
Jogado aos meus pés
E saudades fúteis
Saudades frágeis
Meros papéis


Não sei se você ainda é a mesma
Ou se cortou os cabelos
Rasgou o que é meu
Se ainda tem saudades
E sofre como eu
Ou tudo já passou
Já tem um novo amor
Já me esquece

O meu tudo é querer você!

Eu vejo as pernas de louça da moça que passa
e eu não posso pegar...
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar

Mulher teu nome é desejo...
Maravilhas...
Andar nos céus!

Sonhar com um mar somente seu...
Mas ter consciência
da dimensão do oceano
a banhar outros continentes
a namorar outros arquipélagos
e a se perder em outras enseadas!

Quando amo
Eu devoro
Todo o meu coração
Eu odeio
Eu adoro
Numa mesma oração

Quero inventar o meu próprio pecado
Quero morrer do meu próprio veneno.

Quando nasci veio um anjo safado
O chato dum querubim
E decretou que eu tava predestinado
A ser errado assim
Já de saída a minha estrada entortou
Mas vou até o fim

Olhos nos olhos, quero ver o que você faz
Ao sentir que sem você eu passo bem demais

Olhos nos olhos, quero ver o que você diz
Quero ver como suporta me ver tão feliz

As mulheres estão descobrindo que mulher é bom - coisa que os homens já sabem há séculos.

O que será ser só
Quando outro dia amanhecer?
Será recomeçar?
Será ser livre sem querer?

...e se vai continuar enrustido com essa cara de marido, a moça é capaz de se aborrecer... Por trás de um homem triste há sempre uma mulher feliz...

Ouça um bom conselho
Que eu lhe dou de graça
Inútil dormir que a dor não passa.

Apesar de você
Amanhã há de ser
Outro dia

Atrás da porta

Quando olhaste bem nos olhos meus
E o teu olhar era de adeus
Juro que não acreditei, eu te estranhei
Me debrucei sobre teu corpo e duvidei
E me arrastei e te arranhei
E me agarrei nos teus cabelos
No teu peito, teu pijama
Nos teus pés ao pé da cama
Sem carinho, sem coberta
No tapete atrás da porta
Reclamei baixinho
Dei pra maldizer o nosso lar
Pra sujar teu nome, te humilhar
E me vingar a qualquer preço
Te adorando pelo avesso
Pra mostrar que ainda sou tua

Tem dias que a gente se sente
Como quem partiu ou morreu
A gente estancou de repente
Ou foi o mundo então que cresceu

De todas as maneiras
Que há de amar
Nós já nos amamos
Com todas as palavras feitas pra sangrar
Já nos cortamos
Agora já passa da hora
Tá lindo lá fora
Larga a minha mão
Solta as unhas do meu coração
Que ele está apressado
E desanda a bater desvairado
Quando entra o verão

Oh, pedaço de mim
Oh, metade afastada de mim
Leva o teu olhar
Que a saudade é o pior tormento
É pior do que o esquecimento
É pior do que se entrevar

Soneto

Por que me descobriste no abandono
Com que tortura me arrancaste um beijo
Por que me incendiaste de desejo
Quando eu estava bem, morta de sono

Com que mentira abriste meu segredo
De que romance antigo me roubaste
Com que raio de luz me iluminaste
Quando eu estava bem, morta de medo

Por que não me deixaste adormecida
E me indicaste o mar, com que navio
E me deixaste só, com que saída

Por que desceste ao meu porão sombrio
Com que direito me ensinaste a vida
Quando eu estava bem, morta de frio

Hoje na solidão ainda custo
A entender como o amor foi tão injusto
Pra quem só lhe foi dedicação