Coleção pessoal de lucyk
Ele não é só um cara...
Esse sim, esquenta as suas mãos e escuta os seus impropérios e gracinhas com o mesmo apego. Ele não te deixou apodrecendo ali onde você não pudesse incomodar. Ele é diferente de tudo o que é errado em seu mundo e em outros mundos.
Você diria que ele salvou sua vida se não soasse tão dramático. Ele não faz planos ou promessas, só surpresas, te ensinou a gostar de surpresas. Ele é diferente. Ele não é só um cara.
Ele te ouve como se te entendesse, fala como quem soubesse o que dizer e não diz nada muitas vezes, porque ele entende os silêncios. Ele existe. Você sabe que seriam bons amigos, bons parceiros, bons inimigos, mas você prefere ser a garota dele.
E sabe que serão importantes na história um do outro para sempre, independentemente de tudo que estiver pra acontecer. Porque ele não é só um cara. Você não quer mais só um cara. E ele é tudo que você quer hoje.
E a gente vai se olhar e rir de todo esse dramalhão, vou te chamar de bobo, você vai me chamar de besta e amanhã de manhã um outro sol, não mais tão quente e nem tão brilhoso quanto antes, vai nos convidar pra passear enroscados na calçada da mesma ruazinha apertada e sem graça de sempre, como sempre foi. E as pessoas vão perguntar se você voltou.
E você vai dizer que nem foi.
"Às vezes a saudade é tão grande que nem é mais um sentimento. A gente é saudade. É viver para encontrar o olhar da pessoa em cada improvável esquina, confundir cabelos, bocas e perfumes, sorrir com os lábios tendo o coração sufocado. Porque mesmo a saudade sendo feita para doer, às vezes percebemos que ela é o meio mais eficaz de enxergar o quanto amamos alguém, no passado ou no presente."
Quando eu era jovem, pensava que o dinheiro era a coisa mais importante do mundo. Hoje, tenho certeza.
Há uns que morrem antes; outros depois. O que há de mais raro, em tal assunto, é o defunto certo na hora exata.
Recuso-me a ficar triste. Quem não tiver medo de ficar alegre e experimentar uma só vez sequer a alegria doida e profunda terá o melhor de nossa verdade. Eu estou – apesar de tudo oh apesar de tudo – estou sendo alegre neste instante-já que passa se eu não fixá-lo com palavras. Estou sendo alegre neste mesmo instante porque me recuso a ser vencida: então eu amo. Como resposta.
Tão de repente que se eu não estivesse a espera não teria notado. Não, certamente não esperava, não por isso, não por algo tão diferente, tão único, tão... tão meu. Mas por algo eu tinha anseio. Nunca soube dizer, tão pouco interessa agora. Tudo que interessa é você e o modo como faz tudo sempre chegar a seu nome. Não de propósito, posso sentir quando se engana em fazer tudo do jeito certo, e como se esforça para errar. Mas você cansa. Sempre achei um defeito seu, você cansar rápido demais. Você cansa de desistir... E sempre volta. Seu defeito hoje é minha maior qualidade. Meu sangue frio não se acomoda em sentir sua falta, mas sempre sente, mesmo sendo eu que vou embora. Porque eu sempre vou. Sou covarde. Você me chamou certa vez assim quando não quis te ver, porque estava te esquecendo. mentira. Nunca cheguei nem perto da decisão de te esquecer. Não porque o amor é grande. Grandes amores se esquecem também. Mas porque ele me completa, ele me faz feliz. E eu gosto de ser feliz. Gosto também de você e de como exerce sua tarefa com exatidão. Como traz cores a dias sombrios, nascer do sol em noites escuras, e estrelas em céu negro. Porque na realidade minha estrela sempre foi você. Brilhando lá longe, mas para mim. Cuidando de mim. Do jeito grosseiro e brusco de ser, sempre cuidou, sempre quis ser melhor. Lembro-me da noite que disse suspirando que brigava comigo sempre para me fazer alguém melhor. Achei lindo, não porque de fato é algo belo, mas porque foi sincero. e Você sabe, sempre fui apaixonada por sinceridades... E por você.
Todos os amores deveriam ser possíveis.
Pessoas não deveriam chegar nem antes nem depois.
Tudo deveria ser exatidão.
Pontualidade vital para que o amor aconteça.
A Terra deveria girar com esse único propósito: O encontro das almas.
O resto seria resto.
E tudo seria pra sempre
Brilhar pra sempre.
Brilhar como um farol.
Brilhar com brilho eterno.
Gente é pra brilhar.
Esse é o meu slogan.
E do sol.
O que prevalece agora é essa maneira nova de sentir a vida.
Essa perspectiva que me faz admirar, incansáveis vezes, antigas preciosidades.
Essa vontade de bendizer tantas maravilhas.
Esse sentimento de gratidão pelas coisas mais simples que existem.
Esse jeito mais amigo de ouvir meu coração.
O que prevalece agora é essa apreciação mais desperta,
que me permite reinaugurar flores e céus e pessoas no meu olhar.
Essa graça que encontro, de graça, nos detalhes mais singelos.
O que prevalece agora é a confortável suposição de que, por trás de tantas e habituais nuvens, esse contentamento faz parte da nossa natureza.
Os problemas, os desafios, as limitações, não deixaram de existir. Deixaram apenas de ocupar o espaço todo.
Torça bem as lágrimas, uma a uma, até desencharcar o coração. Depois, estenda a tristeza pra secar no varal da autogentileza. Lá costuma bater sol.
Tem gente que entra na nossa vida de forma providencial e se encaixa naquela história que gosto de imaginar: surpresas que Deus embrulha pra presente e nos envia no anonimato.
Surpresas que só sabemos de onde vêm porque chegam com o cheiro dele no papel.
Ouça com o coração quando quase lhe parecer silêncio: é o meu amor falando baixinho só pra não acordar o seu medo de amar.
Mas o melhor do abraço não é a ideia dos braços facilitarem o encontro dos corpos. O melhor do abraço é a sutileza dele. A mística dele. A poesia. O segredo de literalmente aproximar um coração do outro para conversarem no silêncio que dá descanso à palavra. O silêncio onde tudo é dito sem que nenhuma letra precise se juntar à outra. O melhor do abraço é o charme de fazer com que a eternidade caiba em segundos. A mágica de possibilitar que duas pessoas visitem o céu no mesmo instante.
Tomara
Tomara que os olhos de inverno das circunstâncias mais doídas não sejam capazes de encobrir por muito tempo os nossos olhos de sol. Que toda vez que o nosso coração se resfriar à beça, e a respiração se fizer áspera demais, a gente possa descobrir maneiras para cuidar dele com o carinho todo que ele merece. Que lá no fundo mais fundo do mais fundo abismo nos reste sempre uma brecha qualquer, ínfima, tímida, para ver também um bocadinho de céu. Tomara que os nossos enganos mais devastadores não nos roubem o entusiasmo para semear de novo. Que a lembrança dos pés feridos quando, valentes, descalçamos os sentimentos, não nos tire a coragem de sentir confiança. Que sempre que doer muito, os cansaços da gente encontrem um lugar de paz para descansar na varanda mais calma da nossa mente. Que o medo exista, porque ele existe, mas que não tenha tamanho para ceifar o nosso amor. Tomara que a gente não desista de ser quem é por nada nem ninguém deste mundo. Que a gente reconheça o poder do outro sem esquecer do nosso. Que as mentiras alheias não confundam as nossas verdades, mesmo que as mentiras e as verdades sejam impermanentes. Que friagem nenhuma seja capaz de encabular o nosso calor mais bonito. Que, mesmo quando estivermos doendo, não percamos de vista nem de sonho a ideia da alegria. Tomara que apesar dos apesares todos, dos pesares todos, a gente continue tendo valentia suficiente para não abrir mão de se sentir feliz. Tomara.
Não importa o quanto às vezes seja difícil, o quanto às vezes eu me atrapalhe, o quanto às vezes eu seja a densa nuvem que esconde o meu próprio sol, quantas vezes seja preciso recomeçar: combinei comigo não desistir de mim.