Coleção pessoal de Lucilaineroza

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⁠Por volta das três da madrugada,
sou bruscamente acordada por firmes batidas em minha porta
Levanto-me ainda sonolenta e talvez meio atordoada
Enquanto caminho do quarto para a sala, escuto novamente insistentes batidas
Grito: _Já estou indo!
Aperto os passos, ao mesmo momento em que ajeito meus cabelos
Abro a porta, e para minha surpresa, é você
Encostado ao lado da porta, como se pensasse quais os motivos o levara até aqui
Me olha e sorri,
Será que você entendeu agora?
Confusa, te pergunto por que está aqui, me pergunto o que poderia ter acontecido
Você responde impetuoso,
O motivo que te leva a cometer tais loucuras, sou eu
Se aproxima e me beija
E é nesse momento que a caneta explode tinta sobre a folha ainda em branco.

⁠Quando nossos olhares se encontraram, uma festa silenciosa aconteceu, em todas as vezes o sorriso queria aconchego, a voz que não se calava na caminhada me fez ir longe demais, e me perdi na estrada, porém quanto mais caminho mais te encontro. Tem rastros seus por toda parte, tem saudades suas em cada esquina, tem um dia pra chamar de nosso, tem lembranças guardadas com sentimento. Quero poder te esquecer, mas você é uma parte minha que não posso retirar, carregar você no meu DNA é cruel, mas também é o que mantém meu coração quente. Te amar é uma escolha que eu faço todos os dias, e não sei não te escolher. Esperar que o tempo cure você em mim é um devaneio gigante, porque você não é uma ferida a ser cicatrizada, você é essa batida forte do meu coração, é meu abrir de olhos pela manhã, minha respiração cansada depois de uma caminhada, é o suor que passeia pelo meu corpo e desenha minhas curvas, você é o frio na barriga, as mãos geladas, o fogo que arde em meus olhos, o brilho que reflete meu sorriso... infinitamente, verdadeiramente, incontrolavelmente, desesperadamente... forte, constante, em mim, por cada piscar de olhos, te amar mesmo quando não houver nenhum motivo, te amar depois do último dia, e além...Por quanto minha alma puder te lembrar

⁠De qualquer maneira...
Por uma noite inteira...
Me vira de costas e me aperta
Esfrega, morde meu pescoço
Aqui no secreto, ninguém pode saber de nós
Só um pouquinho, suave e devagarinho
Mas a fome é mortal
Você se alimenta da minha vontade
Me devora com sua maldade
Vaidade...
Loucura, e eu quero mais
Só mais um pouco e não para
Minhas curvas te fazem capotar
Não há testemunha desse acidente
A gente mente,
finge que não houve nada, volta pra casa
Volta a sonhar

⁠A meia noite começa...esse turbilhão de lembranças gerando milhares de sensações
Um peito cheio de algodão doce dolorido, em um mundo totalmente cinza. O inverno traz essa saudade e uma vontade de ter você um pouco mais
Como se eu ainda fosse parte de você dessa forma, onde te esquecer não tem espaço ou escolha.
Estou presa nessas 24 horas e tento fugir dos meus pensamentos
Pensamentos esses tão cheios de você... já já passa...meia noite do dia 4 de julho e finjo te esquecer, por mais um ano pensarei em você do silêncio de meus sorrisos, nesse espaço entre universo e corpo
Tendo um corpo tão cheio de universo, quanto o universo tem ao meu corpo por inteiro.
Somos parte desse plano, que eu chamo enlouquecer vagarosamente enquanto o mundo inteiro é tão são.
Dormir com um pensamento cheio de amor, e despertar com sua voz sussurrando "Bom dia", meu sonho! São sonhos onde ainda posso te encontrar
Um vida inteira de falsas lembranças suas em algumas frações de segundos de verdade em cada uma delas.
Você vive em mim também, e isso é inevitável
Mas se eu vivo em você já não sei quem seria eu
Perdida no seu mundo eu fiquei desde a primeira vez
E por fim, te busco em uma sintonia que só a gente tem, ou tinha, ou terá. Teríamos?
Mas já não importa absolutamente nada...depois da meia noite do dia 4.
Então será só mais um dia em que não precisarei lembrar
Adormeço assim esperando o próximo inverno