Coleção pessoal de Lucianoprada
Rotina alienante, aquela que impregna no cérebro o vício de agir por osmose, sem precisar raciocinar ou inferir naquilo que se desenha à frente.
“O nascer de um filho”
"Fostes anunciado sob brava intempérie
Onde o sol refugiava-se em fumaça de cortina
E o outono se esvaia completando tua sina.
À eternidade, o tempo não concede
Bem me lembro como tudo era avesso.
Em simbiose, tua vida à minha fixou.
Por um instante saiu de mim quem eu sou
Estava em pleno abandono, eu confesso.
A tua áurea aqueceu a noite gélida
E na retina o mais sublime ser já avistado
Um nobre sentimento invadiu o meu estado
Feito fenômeno natural, transformaste minha lida.
Aos dias, às noites, consolidava tua vinda
Sendo da tela da pintura realista, a tinta!
O menino cresce à velocidade luminosa
Evolui como homem cavernoso
És aprendiz, travesso, talentoso
Tua infância é repleta de fábula e moldada de prosa
Não seria homem feito sem você
És Guilherme, e o teu cume é colossal
Eis de ser forte, sábio, honroso, leal
Tu serás sempre mais terno, do que possa aparecer..."
Esteja sempre preparado. Persista. Voe alto. E a qualquer momento, sem esperar, teu céu pode estar repleto de estrelas.
Quanto mais tento compreender o tamanho do cosmo e minha pequenez intergaláctea, passo a questionar, teimosamente, minha própria existência... mas quando, subitamente, meu pequeno filho se vira pra mim, e se lança num abraço cósmico... pronto, tudo passa a fazer sentido.