Coleção pessoal de Lucas_Alves_LuL
Mais uma vez, a necessidade de mergulhar em letras, enquanto minha respiração ofegante, pensamentos desnecessários, sensações primitivas e totalmente devastadoras tentam me derrubar.
Mais uma vez, não sei ao menos com que letra começar.
Mais uma vez, as frases e a compreensão dos fatos estão cada vez mais distantes de se encontrarem dentro de mim e não sei o que fazer ou o que pensar.
Mais uma vez, aquela velha intuição meticulosa e sorrateira vem assobiando em meus ouvidos como algo fora da realidade tentando me dizer algo no qual sempre me nego a acreditar.
Mais uma vez, a sensação de peito vazio, angústia que não se cura com um chá ou uma sessão de meditação e sono. Apenas vive se alimentando da insegurança que se faz presente a cada chamada na minha mente querendo de todas as formas me ver falhar.
Mais uma vez, preciso buscar entender, ser compreensivo, e apenas deixar aflorar o tempo para as coisas realmente acontecerem. Mas parece que nunca estou errado no que sinto, e gostaria de estar bem errando ao invés de péssimo com esses acertos que só fazem eu me acabar
Mais uma vez, não me sinto guardado do medo do amanhã, dos acasos que a vida apronta e sopros de mistério que ecoam pela minha cabeça, sempre me deixando cada vez mais louco sem saber pra que direção é a correta a trilhar.
Mais uma vez, tenho algo em mim que se chama intuição. Ela belisca, depois aperta o peito, e então bate na porta, e ela nunca bate atoa, é a energia mais pura e verdadeira, é o que meu espírito quer falar.
Mais uma vez, pirei por me perder em pedaços incompreendidos.
Mais uma vez, pirei por me perder em espaços.
Mais uma vez, pirei por me perder.
Mais uma vez, pirei.
Mais uma vez.
Esta noite, assim como todas as outras.. não sei o que sobrará de mim me afogando nesses meus pensamentos inoportunos e claramente desesperados, buscando uma solução para problemas que eu mesmo criei.
Envolvidos em culpa de karmas de outrora vividas, me assombrando a cada nascer da Lua e a cada pôr do Sol.
As ilusões e mentiras que já acreditei me destruíram, e fui obrigado a me reconstruir fragmento por fragmento sem a ajuda do inexistente manual de instruções do qual nos foi negado ao nascermos. O manual da vida.
Foi então que nasceu alguém que nunca quis que existisse.
Um ser amargo,
Com medo - nunca tive medo -,
Pensamentos mórbidos e negativos - sempre esperei o melhor -,
Insegurança a rasgar o peito de tanto incômodo,
Incapaz de confiar nas oportunidades belas que a vida tem me proporcionado.
Sem coragem se colocar a cara pra fora dessa escuridão sem controle.
Só quero por um instante voltar a ser quem eu era.
Sorrindo a cada tapa na cara da vida.
Pois achei que tinha a certeza de que no final tudo ficaria bem..
Foi então que me dei conta de que no final só existe a morte!
Tudo se foi.
E passei a maior parte do tempo andando em círculos, lutando contra o que poderia acontecer, por medo e desconfiança, me martirizando por não depender somente de mim, mas sempre ter a necessidade de me sentir amado e seguro.
E me surpreendo, pois sinto que nunca irá ocorrer, pois me foi arrancada a força minha capacidade de acreditar e confiar nos constantes acasos da vida.
Acreditei tanto, sonhei tanto e confiei que tudo seria diferente.
Só não acreditei em mim, e na voz da minha intuição, sussurrando todas as noites e não me deixando esquecer que a minha felicidade sempre dependerá de atitudes alheias.
E como viver assim?
O sentimento de abandono.
A constante espera do momento de ser deixado para trás.
Não depender apenas dos meus atos para tudo dar certo.
Aceitar que é assim.
Por que tão difícil?
Quero olhar pra frente e ter a certeza do caminho.
Quero me sentir guardado da dor da decepção.
Quero ser feliz e não me preocupar com minimalismos.
Quero me sentir seguro.
Quero apenas isso.
Antes do fim.
O hoje é uma bagunça, uma confusão, de ambas as partes, que eu tenho desistido desse desejo que um dia brilhou e me fortalecia.
Lutando contra meus fantasmas, buscando aprender a viver sem a idéia de uma outra alma rica se encantar pela minha.
Hoje a raça humana só têm visado o relacionamento como sexo, curtição, momentos. Reflexos insensíveis, os deixando cegos das consequências de cada atitude tomada.
Sem se dar conta de que os dias passam, e uma vez ou outra sentirá a necessidade de voltar no tempo e dar de cara com a porta um dia aberta, agora fechada.
Mas eu não.
Tenho visto como uma vida a se partilhar, uma família a se constituir, um amor a se consolidar. Um conjunto de sentimentos e histórias que juntos se resumem em uma única palavra. Amar!
Mas como posso eu querer tudo isso? Se talvez comigo apenas queiram brincar!
Mas muitos riem de mim.
Dizem que sou jovem, tenho a vida inteira pela frente, e que não faz sentido eu pensar assim.
Qual a razão em ser sozinho?
Nasci no tempo errado, e a cada dia que passa mesmo sem querer, despenco subitamente nesse poço de medo e solidão, preenchido com coisas fúteis, que não me levarão a lugar algum.
Um alívio momentâneo, um vazio sem explicação, de pensar que estou morrendo aos poucos buscando algo que talvez já não exista mais em lugar nenhum.
Hoje eu preciso ter, o que um dia tive sem precisar.
E cansei de esperar o tempo as peças encaixar, enquanto minha vida, levando seu próprio tempo não se encaixa em nenhum lugar.
Talvez, apenas talvez, isso seja só mais uma loucura de tantas outras que assolam a minha mente.
Sinto muito por mim, sinto, muito. Porque felizmente ou infelizmente a gente sente.
Hoje senti algo que a muito tempo eu não sentia.
Uma insegurança sem motivo, sem fundamento, sem razão. Apenas estava ali.
Um medo indescritível, uma ansiedade que me faz querer correr de mim, mas sempre em vão.
Perguntas e mais perguntas, mas as respostas, as que não consigo alcançar, estão cada vez mais distantes de mim.
Por um momento desacreditei de mim e no meu direito de ser feliz.
Quero tanto, desejo tanto, sonho tanto... Mas, tudo me parece tão longe, tão impossível, tão irreal. Que meu desejo é apenas que eu acorde desse pesadelo.
Sinto-me nadando contra a maré, indo contra o fluxo. Onde tudo se torna enorme, sem ideia alguma de proporção. Sempre exagerado nos mínimos detalhes.
Sinto demais, sofro demais, quero demais, espero demais, enxergo demais coisas que talvez apenas existam na minha cabeça.
Sei que a única coisa que podemos fazer é buscar a realização dos nossos desejos.
Mas o que significa ir atrás do que queremos, se não depende apenas de nós, mas sim do tempo. Tempo aquele que teima em não passar. Estagnado em seus segundos, como se apenas existisse uma única fração de milésimos que não correm junto a mim.
Não ter que abrir mão em momento algum de amigos especiais, momentos mágicos, pessoas importantes… apenas por precisar se isolar de tudo pra aliviar o barulho da sua cabeça. Questionamentos de por que nada muda, nada parece dar certo, apenas porque não consigo frisar que não sou dono do meu destino, e não posso fazer acontecer tudo como gostaria que fosse.
Minha preocupação extrema com o futuro, me faz perder tudo no presente. Momentos dos quais eu poderia estar vivendo, mas que pelo destino não me pertencer, me martirizo sem entender que a vida é assim. Voltando ao “Tempo”, sim, aquele que não passa.
O desgaste mental e físico é inevitável.
A preocupação com as pessoas me torna excessivamente cuidadoso e estratégico. Pois não suportaria perder quem eu amo por um problema que eu não escolhi ter.
Mas a insegurança as vezes me vence, e será que todos vão embora ao me conhecer? Ao saber como sou? Será que alguém no mundo terá a paciência de me ver e sorrir sabendo o passa na minha cabeça?
Eu não sei.
Queira Deus que eu esteja no caminho certo, fazendo as escolhas mais sensatas.
E principalmente, que esteja conseguindo me proteger da complexidade da vida que a cada dia que passa se torna mais iminente aos meus olhos.