Coleção pessoal de Lucarte
Naquela paisagem, enquanto o amor era doce, tomávamos nossa xícara de mar salgado. Teu pé na areia era traço, e o sorriso rascunho de um céu azul, guardado em conchas e olhos castanhos.
Nunca fui exemplo de força ou reconhecimento, talvez por isso meu café saia fraco e está poesia, forte.
Gota de garoa,
No centro da folha,
Oculta na moita,
Molha meu dia,
A natureza da chuva,
É o mar na rua,
Reveladora ao nunca,
Sublime como sempre.
Ela é a
agressividade
do Chorão e a
calma de
Caetano; é o
passar dos
anos em um
segundo só,
o desatar do
nó e a própria
poesia; é o
princípio da
origem de
tudo que
culmina.
Não sei fazer barquinho de papel, muito menos aviãozinho, pois já mergulho em poesia quando voo com ti.
Ela era a única flor moldada a carne e ossos, poros e sentimentos ao néctar de poesia que rima por dentro.
Acredito que este breu que sentimos não seja escuridão completa, ou repleto vazio, ainda há aquele feixe de luz que atravessa a aresta da janela e o sorriso de canto que em qualquer canto, ainda é sorriso.
Todos os segredos
serão encontrados
a sete mares,
mas teu corpo
é a única onda
que decifrará
qualquer tempestade.
Fumo a fumaça dos carros
e vago pelo teto dos prédios.
Ao meio-fio do prazer,
enquanto as ruas
caminhavam sobre mim,
transito, transando com a poesia.
Acordei tão poesia,
por que dormi pensando em ti.
Hoje te vejo de dia,
mas também nos sonhos
antes de dormir.
Somos constantes movimentos,
inspirados por sonhos
que já estão acostumados
a ser guardados,
mas jamais esquecidos.
A juventude está indo embora,
sem que tenhamos
nos embriagado de vinho.
Peço que o tempo seja misericordioso,
enquanto abro mais uma garrafa,
com um teor de vida velha,
à margem de um amor
rejuvenescido.
Pois sendo um escritor sincero,
sujo, mas singelo,
lhe escrevo este bilhete
com as unhas grandes
como o ego.