Coleção pessoal de luanvargas
Ela olhou pra mim com os olhos verdes semi-cerrados e com seu olhar de julgamento.
- Se você o ama deixe ir embora.
Enquanto eu lamentava de meus devaneios passado. Sabia que a mesma frase iria servir no segundo round em que ela disse, quando ela jogou o cabelo e sorriu eu soube que teria que deixá-la ir um dia. Venho me preparando a isso a tempos, desde então venho me certificando de que quando ela se for eu continuarei aqui, tentei novas amizades pra substitui-lá e mantive o Marlboro vermelho de longe mas Jesus Cristo, ela é como uma sereia que após o primeiro canto te prende a ela levando-te ao profundo abismo. Mas não sou marujo para suas águas calmas, sou manivela agitada diante ao alto mar. Vou contar-lhe um conto de um navio apaixonado por uma sereia cujo os olhos eram incolores diante a luz que resplandece diante a ti. Não se pode afundar o barco ou levar-se um peixe a bordo esperando que consiga andar. Mas os momentos que estavam próximos um ao outro dizia-se que a lua beirava a borda pra assistir a cena a dois. O sol em seu descanso orgulhava-se do ocorrido e os piratas cantavam a serenata ao anoitecer.
Jovem pescador em águas traicoeiras, as conchas susuraram o seu nome. Tu que acreditas em sereias revelo-me a ti escondendo a calda ao mar.
Gosto das sextas, causa um certo alívio ao ouvir que é sexta-feira. Creio que pelo fato de sabermos que a semana acabou e podemos dormir o final de semana inteiro, enfim. Hoje é segunda.
A diferença entre estar obcecado e estar desinteressado se iguala a diferença de estrelas no anoitecer, mínima. Por breve período de tempo estive numa acirrada luta entre o ego com o intuído de conseguir a conquista do cume, após o encerramento desta guerra o desinteresse tornou-se visível. O que antes sustentava o vício de meus olhos fascinados pela esplêndida imagem em sua frente hoje torna-se indiferente a qualquer tentativa de foco. O brilho fora perdendo a luz e o feixe apagará assim como o sol a de ir embora para vir a escuridão. É neste momento em que possuímos o hábito de cogitar a qualquer existência e o porque. Quem dera a lua permanece-se radiante por um longo período diurno.
Eu criei vocês, eu fiz o pão e vinho. Eu fiz os mares e os seres que por ele permeiam. Fiz a terra e os frutos que nela são produzidos. Fiz o homem e o amor. O amor para amar a si próprio e ao próximo, fiz o amor para mais de um homem e mais de um homem fora feito para amar. Eu fiz a dúvida e a certeza, fiz o egoísmo e a compaixão, fiz o passado e o futuro, fiz o amor e o ódio, fiz o livre-árbitro e o erro. Ao passar dos giros novos conceitos foram impostos. Dei ao homem o poder de criar. Criaram-se então o preconceito.
Eu pedi aos céus que chovesse suas gargalhadas. Pedi as ruas o alvarás de minha passeata com cartazes grotescos sobre o quão belo é este seu olhar 43. Enviei uma carta a floricultura, dizendo achar a flor mais linda deste planeta. Pedi a maré que fosse mais alta e as sereias para cantar uma música cujo tema será o seu sorriso.
Sempre tive o pré-conceito de fazer por merecer. Absolutamente tudo é válido para a concretização de sua meta e isto é moralmente permitido por minha ética. Nos dias chuvosos do início da estação o conceito começou a se impor diante de minha caminhada adentrando em meu calçado tornando meu percurso devastador. Parei, cogitei antes de continuar. O erro era notório, existem barreiras até onde se dispor para a obtenção do que se pretende. Manusear o sentimentalismo capital é algo perigoso a se fazer, algo que já havia cometido. Cometi erros abundantes perfurando como prego o cimento psicológico de pessoas ao meu redor. Após a descoberta destas barreiras era necessário visualizar o quanto era a minha vontade de abandonar meu caminho para iniciar uma nova caminhada direcionada ao mesmo destino, porém, mais longo. Minha empatia não se tornará maior que minha obtenção.
To esquecendo o rim, me apaguei ao gim e no cinzeiro de prada o cigarro apaga levando junto os devaneios de madrugada em que o sono havia se perdido. Pesadelos do anoitecer que repetem o cotidiano que gostaria de esquecer, as lembranças tornam um alvoroço o meu consciente contente de tanta atenção. Apaga a luz mãe que a lua conduz a direção dos sonhos.
Cara ela é exagerada até na simplicidade, gosta de atenção e rejeita sermões de madrugada. Uma hora ta mal outrora é carnaval do rio, sem limites na vulgaridade sabe seu poder e sua liberdade, sem pudor ou dor faz o que tem vontade. É menina no físico e mulher na sacanagem.
Comecei a fumar por vontade talvez. Quando me vi, já havia colocado o cigarro adentro aos lábios. Tornei a fumaça a coreografia do cantarolar de risadas entre amigos. Quando não sobrou amigos, sobrou-me o cigarro. Quando novos amigos adentraram em minha vida, a risada era a coreografia do cantarolar de meus pulmões que clamavam por socorro.
Preconceito, pré-conceito. Uma conclusão antecipada de determinado conceito no qual os mesmo não se indagam a buscar o conhecimento, incoerência de detrair o desconhecido. Em sumo: preconceito, definição individualista ou social sobre determinado grupo ou pessoa física excedente da soberba.
A divindade não julga os acertos ou os pecados cometidos pelo homem, ela analisa o caminho percorrido pelo ser e age de acordo com a trilha a ser seguida para a evolução espiritual da alma.
Não depende de nossa aprovação, de nossa permissão ou aceitação para o sucesso. Temos em mente que o que está de nosso acordo é aceitável e o que não aceitamos não deveria ter direito a tal existência. Durante a adolescência possuímos o conceito de que o mundo é incapaz de nos compreender e ao ficarmos adultos temos o
conceito de que somos incapazes de compreendermos o mundo. É imposto a nós a compreensão, quando de fato não temos que compreender a algo. O respeito é uma divindade superior a evolução humana mantendo nosso nível espiritual transcendente ao utilizarmos em pratica. A compreensão de opiniões opostas induz ao respeito mutuo, exercendo uma forma melhor de convivência em sociedade.
Ao criticarmos a vida de certo individuo nos tornamos juízes de sua fase evolutiva, impedindo nossa própria evolução.
O ser humano que por sua grandeza é incapaz de ser auto qualificar como um ser evolutivo. Crente no conceito de que toda sua superioridade diante os demais o torna um ser impune a evolução. Nascemos com o bom senso e coerência, não os deixamos de ter durante nossa fase evolutiva ou a perdemos por ai. Carregamos nosso orgulho ao cume de nossas cabeças como uma coroa, ao julgarmos um ser de não possuir importância em vida terrestre, julgamos uma criação divina. Todo ser humano tem o tempo e jeito certo de evolução, ao interagirmos nesta caminhada pertencente somente ao individuo quebramos um elo iminente de grande importância que poderá faltar num futuro próximo. Devemos ser egoístas o suficientes para pensarmos somente em nossa própria evolução, sem interagir e/ou entrarmos de cabeça na vida alheia.
Insistimos no ideal de que nunca a tempo, dizemos isto quando somos crianças e ao nos tornarmos jovens. O conceito é imposto na vida adulta e ao envelhecermos, antes de estarmos com uma lápide posicionada sob nossas cabeças gostaríamos de ter feito diferente ou apenas feito, mas não houve tempo novamente. Chego a conclusão de que o ser humano se apoia na ideia de simplesmente jogar pro lado e deixar lá, não fazendo questão do estorvo que se torna o ato. Depois, ocorrente a suas lamentações no futuro. Deu tempo, temos todos tempo do mundo dizia-se Renato Russo. Você não fez por que não quis e o estorvo formado a de continuar ali e se preencha no conceito de que tempo é apenas uma palavra residente em nossa gramática. Houve tempo, não houve vontade.
Personalidade que como semente floresce, confesso não me trás agrado ver a flor que surge. Pois embora o vaso tenha seu valor, de nada possui a flor.