Coleção pessoal de LuangelysDePaula
Escrevo minha respiração nesta folha para que você possa sentir o ar que me consome nesta combustão através de uma chama de misericórdia surgida no interior da caverna que me aprisiona agora e diante dos teus olhos se faz a minha ausência, então te deixo esta folha, onde habita o ar, que consome a minha respiração, escrita aqui.
Atualmente a minha existência se define perante os seus olhos sonolentos enquanto mergulho profundamente no vazio existencial da realidade tão cheia de vida, e assim se define os meus olhos despertos e atentos, focados em chegar do outro lado da porta, após esse infinito mergulho no vazio enquanto seus olhos dormem, dormem para não me ver mergulhar, no vazio, atrás da porta, do meu quarto quadrado, mais quadrado do que os teus pensamentos.
Observe enquanto me afogo no vazio e naturalmente continue a caminhar em círculos infinitos de dor e amor, enquanto me afogo no vazio por não compreender o círculo da dor e do amor, então apenas continue, caminhando, em círculos infinitos, enquanto eu me afogo no vazio simplesmente porque decidi apenas seguir em frente.
Estou correndo intensamente nos corredores infinitos da neutralidade, buscando encontrar uma porta que me deixe ficar um pouco mais de tempo, do lado de dentro, dentro de mim, fora do vazio que me preenche, afogando a minha existência, me provocando a correr, atrás de portas, que me deixem entrar, só um pouco mais, antes de ser consumido novamente.
Enquanto a vida se limita a uma sobrevivência constante perante o vazio existencial, escrevo poemas de salvação, meros aperitivos para o vazio que me cerca profundamente enquanto luto para marcar a minha existência sábia e inocente diante das possibilidades que apenas me enlouquecem, assim escrevo poemas, de salvação.
O meu vazio me consome, me multiplicando a zero, anulando a minha resistência, me convidando a desistir da única possibilidade de continuar, sufocando os meus sonhos, me transformando em uma natureza nula, mas antes eu fosse algo negativo, porém a neutralidade me consome enquanto tento ser apenas positivo.
Penso no Futuro enquanto me afogo no Presente, acorrentado ao Passado que me puxa de volta para a origem da caverna, uma caverna tão escura, mas o Futuro me ilumina em um convite lúdico de volta para casa, uma casa tão iluminada, infelizmente o Presente me afoga, me afoga.
A poesia do meu silêncio é definida pelo fato de não ter para onde ir, assim mergulho em mim para não voar em direção ao vazio que me cerca.