Nos guardamos em nós. Nos aguardamos a sós.
Eu, que só respiro o que me inspira. Eu só transpiro o que suspira.
Já não mais nos inspiramos. Nós expiramos.
Muito mais interessante provocar os sentidos do que fazer sentido.
Uso palavras por não poder usar você.
Distração atrai. Atração distrai.
Desvencilhar-se de si mesmo é o maior desafio.
Não mais insisto: assisto.
Apego? Apago. Aparo. Paro
Acho que desacostumei-me de mim. Desapeguei-me, no fim.
Depois do contrato desfeito, o contato se faz imperfeito.
Esqueço-me do que fui. Inscrevo-me no que flui.
Confiança com fiança? Desconfio.
Despedir: não pedir mais.
É preciso diluir, fluir, evoluir. É preciso Ir.
Guardo em mim o que aguardo em ti.
De todo encanto, no entanto, sobra nada além de pranto.
Atados ao desejo nada mais cobiçamos além de desatarmo-nos em nós.
Eis que ser me ocupa inteira. Esquecer também.