Coleção pessoal de luamatsdorf
Teve um dia em que eu decidi não ter mais expectativas. É que uma hora cansa acordar com o rímel borrado e olheiras sambando no meio da cara, entende? Chega um ponto em que a gente simplesmente entende que esperar muito faz doer muito.
Se gosto de alguém, todas as outras ficam em preto-e-branco e sem sal. Como se daltonismo não fosse um problema da vista, mas, sim, uma mensagem que o coração manda quando já está ocupado pelas cores de alguém.
Ela não é romântica, não escreve bilhetinhos fofos, nem me presenteia com chocolates em forma de coração. Mas me recita poemas mudos ao me fazer carinhos na nuca, sabe? E quando se esforça em acertar só para não haver mais brigas comuns, mais discussões bestas e beira se castrar só para não ser tão simpática com esses caras que pensam que mulheres só sorriem quando há algum interesse carnal ou coisa do tipo.
Tá tudo bem. Eu demorei muito pra poder dizer isso. Principalmente porque, no final, tem muita coisa entalada e dói. Dói muito e daí, por doer, dá raiva. E eu senti muita raiva de você. De todas as pessoas do mundo, te quis muito longe. “Nem pintado de ouro”, eu disse. Disfarçando por aí que, no fundo, ainda te queria muito. Porque eu te quis até passar.
É clichê dizer que o tempo cura, que com o tempo passa, que o tempo apaga. Mas não dá pra negar que o tempo ensina. E, caramba, ensina tanta coisa. Aprendi com o tempo que não adiantava nada odiar você. Não adiantava nada remoer raivas antigas, como se isso fosse mudar alguma coisa. O tempo me mostrou que as pessoas erram e nem por isso são pessoas horríveis. Pior: o tempo mostrou que eu posso errar bem feio também.
Tá tudo bem e eu quis te dizer isso agora mais por mim do que por você. Cê seguiu a vida – e que bom. Fui eu que fiquei aqui pagando de dor de cotovelo e contando para todo mundo o quanto você me magoou. E magoou – não vou mentir. Mas uma hora a gente entende – e isso aprendi sendo adulta – que o que vale mesmo são as lições que a gente arranca dos dias em que mais dói. E eu tirei muitas lições dos dias que fiquei sem você.
Não vou negar que sinto uma ponta de orgulho de mim por poder, agora, te olhar e pensar: tomara que você seja muito feliz. Sério mesmo, sem falsos desejos. Já te quis mal, já quis que você sofresse, bebesse, se arrependesse. Hoje, quero mais é que você saia por aí e encontre um amor pra vida inteira. Desses que eu tentei muito, muito, muito, ter com você.
Por aqui, há muito amor ainda. E flores e dias azuis e os filmes românticos que você odiava e dias de choro e de luta e cansaço. Encontrei quem entendesse as minhas loucuras. Ou, pelo menos, quem tente entender as minhas verdades. Porque, afinal, acho que esbarrar com pessoas erradas serve para ensinar a olharmos com mais cuidado à procura das pessoas certas. E tudo bem: esbarrei com você pra depois poder esbarrar com quem, de verdade, queria esbarrar comigo. Com quem podia me amar de volta.
Tá tudo bem. Às vezes dói (não por você, mas porque qualquer queda fica um pouco guardada na lembrança e volta em dias chuvosos quando a esperança tá fraca). Às vezes lembro de você se escuto sua banda preferida e me vem um pensamento à mente: antes de doer, você me fez muito feliz. Por isso, te digo de verdade: tá tudo bem. Espero que esteja tudo assim por aí com você também.
Aprenda que: Tem dias que estou hiper sensível e tem dias que estou bandida. Portanto, quando eu estiver sensível, cuide de mim. E quando estiver pra bandida cuide muito bem de você!
Claro que eu vou te machucar. Claro que você vai me machucar. É claro que vamos machucar uns aos outros. Mas esta é a própria condição de existência. Para se tornar primavera, significa aceitar o risco de inverno. Para tornar-se presença, significa aceitar o risco de ausência.
Acredito que as pessoas aprendem com os próprios erros e com o tempo. Acredito também que quem traiu uma vez e foi perdoado vai trair de novo. Acredito que aquelas pessoas que vivem falando mal dos outros vão falar mal de você com esses outros. Acredito que as pessoas só mudam por vontade própria e nunca pelo pedido de outra pessoa. Acredito que tudo que eu acredito hoje vai mudar com o tempo. E que, no futuro, talvez, eu acredite em menos coisas. Ou em nada mais.
Amar é mandar, achar que manda, obedecer, fingir que obedece. Amar é perguntar “tá dormindo?”, é descer do ônibus com o outro à espera, é cantar “she loves you yeah yeah yeah”, é morder queixo, orelha, cotovelo, panturrilha, lábio. Amar é comer uma coisa diferente e lembrar o outro, é ficar de mal, é arrumar tempo pra pensar no outro na correria do dia.
Sim, a gente pode acabar em dois dias, ou durar ainda dois mil anos. Não sabemos qual das duas hipóteses, e por isso, é difícil pra muita gente se interessar por alguma coisa.
Mas é engraçado, o amor não dói. E não, não me faça essa cara de espanto, eu repito: o amor não dói. O ciúme, a insegurança, a desconfiança, a falta de, o medo de perder a pessoa amada, o medo de amar, o medo de nunca ter sentido tamanha felicidade na vida inteirinha, isso sim dói. O amor, amor como sentimento, amor como coisa plena, amor como som no peito, amor como sorriso no olho, amor como poesia na boca, amor como amor, esse não dói.
Durante algum tempo, isso eu nunca te disse, senti raiva da sua covardia. Me senti meio traída com a sua desistência. Parecia que estávamos jogando xadrez e você abandonou a partida ainda no começo, sem mexer nenhuma peça. Derramei muitas lágrimas e fiz o que a maioria das mulheres inconformadas fazem: perseguição muda nas redes sociais. Essa perseguição muda consiste em monitorar diariamente os passos da outra pessoa. E se essa outra pessoa tem outra pessoa, o monitoramento é de ambos. Depois de um tempo vi o quanto isso era prejudicial e como eu sofria a cada vez que via uma declaração de amor sua para ela. A cada vez que eu via uma foto de algum momento feliz. A cada vez que eu via um recado amoroso. Foi uma mistura de sensações que me mostraram que não era pra ser, que você estava bem, que eu podia parar de provocar o meu sofrimento gratuito. Me afastei completamente de você, da sua vida e da sua história. E fui caminhar em direção a um dia depois do outro. É claro que não me arrependo. Você vai ficar dentro do meu coração como uma lembrança de um tempo bom, afinal, era isso que você queria. Então, foi feita a sua vontade. Nesse meio tempo, muitas pessoas passaram pela minha vida. Algumas não tocaram tanto o meu coração, mas o fato é que às vezes é preciso viver de realidade. E foi ela que me salvou.
"Esse negócio de “eu só me arrependo do que eu não fiz” nunca me emocionou. Arrependa-se de algumas coisas que você fez também. É bonito saber que nem todas as suas decisões foram acertadas. É lindo saber que no meio de tudo o que você julgava perfeito ainda cabia uma parcela considerável de erro. O que você não fez, faça e erre. O que você fez errado, refaça e tente acertar dessa vez. Mas não me venha mais com esse heroísmo de só se arrepender do que não fez: isso é covardia velada."
Um homem só encontra a mulher ideal quando olhar no seu rosto e vir um anjo e, tendo-a nos braços, ter as tentações que só os demônios provocam.
E você nem sonha que eu sou meio bipolar, quero ser mãe e acredito no amor da vida. Acredito no amor pra sempre. Acredito em alma gêmea. Você nem sonha com essas coisas porque só conversamos coisas leves e engraçadas.
É aquela velha história. Amor, pra mim, só dura em liberdade. Nasci pra ser livre e – quem quiser- que me deixe assim.
Quando não gosto de um cara e ele me acha a "misteriosa", me cai a ficha de como a gente é idiota quando tá do outro lado.
Rede social não é lugar pra desnudar a alma. Publique idéias, mas guarde o coração para quem está perto o suficiente pra olhar nos olhos. Quem joga sua alma no ventilador da Internet corre o risco de nunca mais juntar seus pedaços. Preserve-se. Intimidade não é pra amigo de Facebook. É pra amigos de Face to Face.