Coleção pessoal de LLJ
Eu sinto pena daqueles que estão para nascer. Eu sinto pena daqueles que foram cedo de mais e daqueles que foram tarde querendo ficar mais um pouco. Eu vejo um mundo feito de penas, muitas penas, poderia até criar asas e sair voando. Mas o mundo é muito pesado também. É uma pena.
Essa é a nossa vida. E ela não acaba. Nós podemos viver para sempre. Podemos optar por viver até tarde e morrer cedo. Essa é a nossa vida. Podemos ver o buraco no meio do caminho ou a luz no fim do túnel. Mas nós vamos viver para sempre. Porque essa é a nossa vida.
Ao invés de ficar triste pensando o quanto eu vou me sentir mal quando acabar, por que eu não aproveito? Eu não sei.
Me deixa ser você por um dia. Eu juro que só vou ficar na frente do espelho pra compensar todas as vezes que eu tive vergonha de te olhar.
Uma criança estava parada no primeiro degrau de uma longa escada. Ela estava ali, olhando para o último degrau quando uma voz veio do andar de cima. "Suba até aqui", disse a voz. A criança estremeceu, mas começou a subir, medrosa, devagar, olhando várias vezes para os degraus que estavam ficando para trás. Na metade da escada ela parou, mas o dono da voz se postou no último degrau e disse "anda logo", e a criança foi. "Seus sonhos são impossíveis, minha criança", foi o que o dono da voz disse quando a criança chegou no último degrau. "Como poderia, senhor?" disse a criança, sorrindo. "Meu maior sonho era chegar no último degrau dessa escada".
O que eu sei é que eu ainda tenho muita coisa pra saber. O que me dói é saber que ainda tem muita coisa pra doer.
O sentimento está morrendo. Eu sei que você também percebeu. Eu só percebi essa semana mas eu desconfio que você tenha percebido antes. Eu sei que você fez de tudo pra que ele morresse. Eu apenas o segurei, e quando percebi que já estava ficando pesado eu deixei que ele fosse escorregando até cair quase sem vida no chão. Talvez seja bom que a gente não faça nada, que deixe ele ir em paz pra que a gente tenha um pouco de paz também. Eu sei o quanto era desconfortável pra você ter que carregá-lo e me ver fazendo um esforço imenso pra que ele pelo menos gritasse, tivesse uma crise de tosse, um vomito ou até mesmo um sangramento. É só mais uma luta, é só mais um final.
Nesse bombardeio de sentimentos eu me sinto um homem de sorte. Nunca existiu uma guerra assim, onde um lado usa o ataque do outro para fazer suas armas. Eu sou um homem de sorte.
Ninguém é livre. Ninguém é feliz também. Entre sentir o vento de braços abertos e dar um sorriso, existe um cadeado que você esconde por não ter a chave.