Coleção pessoal de Lliah
DEREPENTE E DE ROMPANTE!!!
Eu não gosto das coisas assim, ávidas e velozes
Eu as quero calmas, batendo na porta antes de entrar
Eu as quero preenchendo um formulário, marcando audiência
Eu não gosto das coisas assim, ousadas e intrometidas
Tu foste assim, rápido como o Som a propagar-se no ar
veloz, como a luz a propagar-se na água
Não viste portas, janelas muito menos campainhas
E meu coração estava fechado, tu arrombaste
Por isso não gosto de ti, não gosto de amar-te
Tu es o oposto do que eu quero para mim
Eu preciso de sentimentos respeitosos se procuram vaga e vão a entrevista
Tu chagaste e te instalaste
Por isso eu te amo, sem culpas e com medo
Medo que do mesmo jeito que entraste em minha vida saias
Medo que a porta se abra de novo antes de eu ter tempo de colocar a fechadura
Medo que faças o perscurso contrário assim derepente e de rompante como entraste em minha vida
VIAJAR NO MEU PEQUENO EU
Me encontro aqui, sentada a deambular entre meus ínfemes e míseros pensamentos... sem muito no que pensar
No meio de um nada e em minha constante e feliz melancolia.
Passam-se os anos eu mudo, reviro-me e me reencontro aqui num mar de contrastes...
Mil perguntas passam pela imensidão do meu cérebro, perguntas parvas de respostas concretas e desconjugáveis.
Mudam-se-me os nomes, permanecem-me os apelidos e meus contrastes, me perco em mim... morro em minhas atitudes e ressuscito em meus contrastes.
Outra vez, a mesma sensação... de novo a mesma dor da perda me consome.
o que falta em mim? o que a complicada simplicidade que me rodeia roubou de mim desta vez? Algures perdi algo que não consigo encontrar, mas onde se não sai daqui, encontro-me a séculos nesta mesma monotonia....
Ohhh!!! Agora entendo tudo... é essa monotonia que me consome, me rouba todo nada que consigo... não aguento mais isso!!!!
Mas espera aí!!!!! Que monotonia? Como sei eu que isso é monotonia se não conheço outro estado de vida se não essa latessencia em que me encontro?
ohh! Injusta de mim... condeno-me sempre a um mundinho de desesperos e futilidades úteis... apresso-me a julgar o modelo medíocre de vida numa linear constante.
Mas como posso eu querer ou ainda exigir de mim uma aderência a uma vida mais apreciável se é só esta a realidade que conheço... se minha fraca e fértil imaginação nunca viajou por outros campos se não a oscuridade da minha própria realidade?
Daí me ponho aqui sentada no meio a nada e uma vez mais viajo e percorro o interior do meu pequeno eu, numa corrida lenta e rotineira que não me cansa, e apesar de exausta me alegro com as tristezas que revivo.
QUE SE DANE O MUNDO!!
Estou cansada de tanto perfeccionismo, tantas regras e convecções. Estou farta de gente, coisas, e tudo o que os compõe!
Estou de costas viradas para o mundo, ando com a cabeça na lua e o pensamento nas estrelas, Quero me cegar!!!!
Nao quero ver ninguém, não quero ouvir apenas gritar, quero ralhar e enxotar tudo que se aproxime!!!
Estou farta de leis, regras tudo que se vire para me dar ordens, eu quero mais acção, mais liberdade e até libertinagem...
Sim, porque não sair nua pelas ruas, as cambalhotas, brincar na chuva e dar piruetas ao sabor do vento?
Estou louca, varrida e indignada... quero sair, levar a minha bagagem e me mudar para marte, melhor quero que todo mundo se mude para marte ou sei la... quero que o mundo se dane, se exploda... não me interessa!!!
Não quero ver quem me acorrenta, nem os acorrentados estou a me danar para tudo isso. Pelo simples facto de eu não aturar a hipocresia que cobre o mundo, o nosso efeito estufa não é apenas o que está a acontecer na camada de ozono, mas o que acontece na sociedade que me encontro, todos usamos o véu da vergonha para cobrir nossas trapalhadas. Então, se assim é , porque não sair por aí pelada e dar a louca assumidamente se ja o fazemos em outros termos? Não quero que me critiquem, porque ruínas são ruínas não importa onde, não importa se queimou no incendio ou desabou com o vento, não deixam de ser ruínas. Então, não quero que as ruínas de pessoas me critiquem pela ruína que quero ser.
Sim, estou brigada como o mundo, e não estou a dar o primeiro passo para os acordos de paz, não estou a declarar guerra, não preciso fazer isso, estou apenas a cortar relações. Não sei como se corta relações com a casa que tu amas, mas estou mesmo a fazer isso!!! Quero que o mundo se dane até eu me danar com ele!
AUTORES DO AMOR
Somos todos, somos nenhuns
Umas vezes nós, outras vezes eles
Em alguns momentos, todo mundo, noutros eu
Somos assim autores do amor
Ora aqui, outrora acolá...
Desencadeio grandes desvaneios, volto a mim
Te desencadeias de mim, formas nós dois
Me afasto, recuo... me repeles, recuas
Somos íman e metal, côncavo e convexo
Agora Íman em Íman
Sou eu em ti, nós em você...
Sou perdição em tua rendição...
És saudades, rumor com grandes contorvérsias
Agora sou de novo eu, somente
És tu ali, diante de mim...
Pisco os olhos somos os dois novamente
Mal pisquei de novo, es tu em mim e por mais um pouco
Somos so alegria, não!!! tristeza, oh! emoção
És lagrimas e eu afagos, sou conforto, so para ti
Te miro, me olhas... somos egoísmo
Possessivos, te tenho nas mãos!!!
Me guardas no coração!!! Suspiramos...
Te volto a perder, me encontras no trocar de mãos
Mudas de endereço, te procuro, tu me achas
Pensas que me chamas, não!!! Não te ouço. Tu me ouves
De novo me encontras, desta vez eu me perco, não estás aí
Me desolo, desta vez é para sempre, sou lamúrias
Sim, es alucionações...
Somos Melancolia e lamentos... gritamos, nos sufocamos
Não!!! estamos solitários, não falamos,
Se choramos, interiorizamos... somos vazio
Metades incompletas, projectos inacabados... vãos
Faz-se ponte, es minha sombra, sou teu corpo desnudo
Sou de novo eu teu iman, meu metal
Ja não sou tu, és nós!!! Somos nós
O abraço quente no frio gélido do inverno
Es verão, estação sem definição
Somos fogo, ardemos de paixão
Sorrisos meigos, caricias ardentes
Somos almas uniovulares, pedaços do mesmo céu!!!
Somos Autores do amor, nos amamos e não nos definimos!!!
Somos concerto único, um vão de desconcertos...
Somos assim, mim em tu, ti em eu... descomandados amantes
Somos amor... apenas eu e tu!!!
LIAH DOS ANJOS
Lembranças em forma de dor, melancolia que traz felicidade
Imagem perfeita do contraste, o sal feito calda de açucar
Amor em desconhecimento geral do sentimento, palavra fugaz
Humano em expressão de espirito, poema inacabado!!!
Dor em benefício dos sofredores, ardor de alegria
Orgulho em dozes duplicadas, dependência mortal
Sonhos não sonhados, contrastes da alma. Colisão!
Alegria, imagem destorcida! Migalhas do paraíso, contrastes
Nobreza, fantasia inexistente, realidade oculta, finita!
Jornada sem rumo para seguir, paragem proíbida! É vida, desamor
Ostentação de um nada desmedido, desencantos do destino
Sensatez, palavra que se escorrega, cai e renasce em mim!!
POR MUITAS E POUCAS...
Ahhh!!! Essa sensação de abandono, me consome
Me afasta das pequenas proezas da vida, me inibe
Me traz paz, é estranho como me conforto
Essas palavras desleixadas, pequenos espinhos na minha alma
Essa dor, de ausência total, me corroi, me protege
Choro por nada, me alegro por tudo
São muitas coisas em tão poucos momentos
São meus tormentos, feridas do coração
Colírios nos meus olhos, assim pequenos desgastes
Por favor, me abracem!!!!
Ninguém, me vê!!! oh!!! não me enxergo
Me reprimo e me encontro, oh!!! solidão companhia eterna
És esfinge e eu não te decifrei, me devoraste
Pudera!!! Por muitas e poucas coisas me desfaço
Choro, como sabe bem chorar,
É bom sentir o docinho amargo dos sais de minhas lágrimas
São poucas coisas, me alegro...
Por muitas coisas me entristeço e choro,
De prazer, de emoção, alegria, de tristeza
Por muitas e poucas minha face é nascente
Afluente de rios tranbordantes, deltas que dasaguam em margens estancadas nos oásis
Miragem cheias de verdades...
Por muitas e poucas eu sou ilusão...
Estado de vida latente, sou abandono
Definição concreta de solidão, sinónimo de saudades
Sou ao mesmo tempo sono tranquilo, em marés de pesadelos
Por muitas e poucas não aprendi a sonhar, imagino
Fecho os olhos e me conformo sonânbula, me debato
Por muitas e poucas sou solidão rodeada de gente, que procuro amar.
E DAÍ?
A daí que eu penso diferente de todo mundo?
E daí que minhas roupas, ja passaram da moda?
E daí que falo meio torto?
E daí que furei 53 compromissos esse mês?
E daí?
E daí que fui ao cinema enquanto o filme estava a terminar?
E daí que confundi o padre com o professor?
E daí que não sei assinar meu nome?
E daí que me baptizei sozinha?
E daí que não comprimento ninguém?
K não dou bola, as pessoas na rua?
E dai que me fecho no meu quarto e converso com as paredes?
E daí que eu sou mais eu?
Eu sou assim, igualmente diferente de todo mundo
Não tenho nada a ver com ninguem
Não quero ser hipocrita, então não me vou misturar
Não vou seguir as leis de uma sociedade que vive as sombras do que seria certo
que vive a espera que algo aconteça
e k não faz acontecer
Que tem k seguir a moda, mas n a sabe criar
Que so é original a criticar
Eu n kero ser e não vou ser igual a essa sociedade
Então, e daí k n tenha uma casa para chamar de lar?
"QUEM DERA QUE ONTEM VOLTASSE A ACONTECER"
Aquela sensação de ter comigo algo unico
Que talvez jamais volte a ter
Algo que sempre desejei e que sabia que ontem
estava indo para sempre...
Ah!!! Como desejei ser dona do mundo ontem
Não que minha pretensão esteja acima dos designios de Deus
Longe de mim...
Apenas porque minha dor era maior k o peso do mundo
So ontem, eu realmente chorei, e chorei de mais
Aquela sensação do Déjà vu mal definida
O ter k te deixar partir sem vontade de te largar
Ontem foi assim...
Ai eu vi o quanto fraca eu sou e como doi a partida
Pior que a saudade é a certeza que não haverá volta
Quem me dera que ontem voltasse a acontecer
Não pelo prazer da dor de te ver partir
Apenas pela felicidade de te ter ai pertinho de mim
Nem que seja numa triste despedida.
Ontem tudo o que eu queria era chorar
Tinha tanto para te dizer e nem sequer abri a boca
Sabia que apesar de não me ouvires
tinhas a certeza do que eu te queria dizer, sempre quiz
e agora que te posso dizer...
Nada mais te posso dizer senão que ontem foi o dia que eu n quiz que terminasse.
Tomara que não anoiteça
Tomara que não anoiteça para a paz
Que não escureça para a humanidade...
O sol ja começou a se por para muitas vidas...
E traz-nos a ilusão das sete maravilhas...
O contentamento so nosso desgaste!!
Oh!!! Sol, maravilha infernal,
Não te deixes ir, pela imensidão do universo
Não!!! por favor pare por instantes e olha,
Ao teu redor estão almas inocentes
Cobertas de ignorância!!!
Seres que tem sede de justiça mas não a procuram
Limitam-se a rir da desgraça alheia...
Apreciam-te a desapareceres, mas se esquecem
Que amanhã de suas vidas também te farás ausente.
Ohhh!!! Sol, tomara que não te deixes levar
Pela maldade desses que se divertem com o sofrimento alheio
Que te assistem e não te assumem...
Tomara que não te ponhas hoje, sol
Que não nos des aquele lindo espetáculo que nos traz a noite
Melhor, sol, quando te fores deitar chama a lua
Diga a ela que apesar de teres visto tanta maldade na terra
Tu acreditas em nós e pedes para que ela nos ilumine
Sim, sol!!! Chame a lua
Diga para nos iluminar quando te fores
E peça para que não anoiteça nos nossos corações
Sim, querida lua... não deixe anoitecer
Ilumine nossos sonhos...
Ajude-nos a reflectir, o dia que se foi
E quando todos estivermos a dormir fale com Deus
Interceda por nós e lhe explique...
Que apesar de tanta maldade que ha no mundo
Somos seus filhos e precisamos dele
Para o que amanhecer não anoiteça em nossas vidas.
Sim, senhor Deus: te pedimos:
Tomara que não anoiteça.
A CRIADA DO MEU PAI
O maior erro da vida do meu pai foi ter se apaixonado. Um Homem tão distinto e importante como ele não devia nunca se apaixonar, nem cair nos encantos de uma mulher.
O engano mais grave que minha mãe cometeu foi sonhar que se casando teria um Homem para amar e ser amada, minha mãe nao estudou, meu pai é diplomata distinto homem sempre de boas relações, minha mãe viaja apenas para o mercado meu pai conhece países que ate o nome me são escusos de lembrar, tem as mãos macias e anda sempre cheiroso, minha mãe pelo contrário, tem as mãos calejadas de tanto saber concertar porta, lavrar manualmente e cheira a terra molhada.
É assim que eles se casaram, minha mãe cobriu o rosto a cerimónia inteira e continuou cobrindo suas vontades a vida toda, meu pai teve medo de mostrar a minha mãe a sociedade e continua com medo de assumir as origens do grande amor da sua vida.
Minha mãe sabe que meu pai a ama, mas sabe também que ele tem vergonha desse amor, por isso o seu lugar preferido é a cozinha la de casa onde se esconde e ouve meu pai dizer aos colegas "minha mulher não está, o jantar a criada o fez" nunca vi minha mãe chorar ou derramar uma lágrima se quer pela sua condição, pelo contrário está sempre alegre nas noites para receber meu pai, ele a abraça e diz que a ama mais que tudo na vida, elogia seu cheiro de terra molhada e adormece no seu colo.
Certo dia perguntei a minha mae, porque e que ela nao se cansava da condição de cativa, porquê pelo menos não mudava seu jeito de ser para acompanhar o modo de vida de meu pai, que era o que prevalecia, pois era o nosso ganha-pão.
Minha mãe respondeu-me no meio de um sorriso "Sabe meu bem, a vida la fora interessa apenas a quem esta la fora, minha vida e de seu pai começa quando ele entra aqui, aqui eu o conheco como ninguem e aqui ele me faz a mulher mais amada do mundo, se eu mudar e cheirar a Dolce and Gabbana vou agradar demais talves a sociedade mas aqui no meu mundo nao me reconhecerei mais meu amo nao me reconhecera, tu nao me reconhecerás, e de que me adianta entao que me conheçam os estranhos?"
Dei-lhe um beijo forte, nao concordei com o que ela disse mas não insisti... aquele é o mundo de minha mae, a criada de meu pai.