Coleção pessoal de LK24
As afeições desordenadas.
Todas as vezes que o homem deseja alguma coisa desondenadamente, tornas-se logo inquieto.
O soberbo e o avarento nunca sossegam; entrentanto, o pobre e o humilde de espírito vivem em muita paz.
O homem que não é perfeitamente mortificado, facilmente é tentado e vencido, até em coisas pequenas e insignificantes.
O fraco de espírito é ainda um pouco carnal e inclinado às coisas sensíveis, dificilmente pode se desapegar de todo dos desejos terrenos.
E quando deles se priva, ordinariamente se entristece; e com facilidade se irrita se alguém o contradiz.
Se, porém, alcança o que deseja, sente logo o remorso da consciência, porque obedeceu à sua paixão, que nada vale para alcançar a paz que almejava.
Em resistir, pois, às paixões, se acha a verdadeira paz do coração, e não em segui-las.
Não há, portanto, paz no coração do homem carnal, nem do homem entregue às coisas exteriores, mas somente no daquele que é fervoroso e espiritual.
São mesquinhos na retenção do patrimônio; mas, tão logo se trate de gastar tempo, são extremamente pródigos com a única coisa em relação à qual a avareza é honrosa.
O próprio viver é morrer, porque não temos um dia a mais na nossa vida que não tenhamos, nisso, um dia a menos nela.
Se você está sofrendo por coisas externas, não são elas que estão te perturbando, mas o seu próprio julgamento sobre elas. E está em seu poder anular este julgamento agora.
Se te ocorrer, de manhã, de acordares com preguiça e indolência, lembra-te deste pensamento: "Levanto-me para retomar a minha obra de homem".
A primeira regra é manter o espírito tranquilo. A segunda é enfrentar as coisas de frente e tomá-las pelo que realmente são.
O homem vive preocupado em viver muito e não em viver bem, quando na realidade não depende dele o viver muito, mas sim o viver bem.
Aquilo que foi doloroso suportar torna-se agradável depois de suportado; é natural sentir prazer no final do próprio sofrimento.