Coleção pessoal de LJordao

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⁠Passará a felicidade,
Cessará a tempestade
E todos tantos momentos,
Mas o tempo, entretanto,
Indiferente com que a gente
Sente por dentro, continuará...

⁠Se hão os sonhos de me achar, cá estou, cansado
De me iludir, sonhar; vê-los sempre de mim partindo.
Ficarei com a Razão, mas com a Loucura ao meu lado!

⁠A tristeza perdura.
A fraqueza se acumula.
Nada muda e continua
Dura a vida e nula.
Em suma, sofrida!

⁠Quando você
Tenta correr
E não alcança
O seu sonho,
Viver cansa.

⁠Estou prestes a dar um passo à frente em minha vida... à beira do precipício.

⁠Religiosidade não é atestado de santidade.

⁠Ficarei aqui todo tempo que for
Preciso, lhe esperando, Amor!
Talvez venha numa Flor, Criança,
Amada... Talvez seja só esperança!

⁠Às vezes nos fogem as palavras, mas os sentimentos sempre ficam em nosso coração ❤

⁠Tua beleza é relativa aos meus óculos
👓

⁠Solidão

A solidão me assombra.
Vejo sua sombra
Na escuridão da minha
Triste existência.

Ela daninha
Persiste sem evidências
A me condenar no degredo
De sua amarga clausura.

Tenho um medo
Que se propaga
Cada vez mais
De não haver cura,

De não poder ver
A outra parte dessa
Figura chamada 'amor'.

Mas, o meu cenho
Com sua arte, engenho
E humor bem disfarça
A dor que me vem e trespassa,
Beirando ao imenso pavor.

Beijando intenso
O calor dos meus lábios
Com sua hábil frieza
Para a tristeza de todo
O meu Ser amante.

Me deixe viver
Por um momento,
Um breve instante,
Nem que de leve
Esse sentimento
Inebriante.

Quero ofegante
Andar de mãos dadas
Sem falar quase nada,
Com a ilusão da paixão.

A solidão me tortura
E a depressão parece
Sem cura, indo e vindo
Quando lhe convém.

Não há prece a Ninguém.
Somente chorando alivia
As angústias de assim viver
Em agonia, por demais desolado.

Mas não mais tenho chorado.
Apenas desenho letras tristes
De se ver, de se ler, elétras,
Cheias de energias dessa feia
Melancolia que em mim existe.

⁠Poesia Negra


Tenho lutado
Contra mim mesmo,
Já cansado
De andar a esmo,
Perdido, sem linha,
Com poucas esperanças.

E iludido com as
Loucas lembranças
Que fervilham
Em minha mente
E que me feriram
Gravemente.

Dói só de lembrar,
Pois a todo momento,
Meu Ser constrói
Com o pensar
Encantos e sentimentos
E se destrói, no entanto
De tanto pesar.
Mas, apesar de sofrer
Nessa vida, tenho
Pressa em viver
De minha lida
De escrever;

De descrever
O submundo da Poesia
Muito mais a fundo
Da melancolia
Com todas as
Suas tristezas,
Letargias e avarezas.

A quem prefere
A noite ao dia,
Pois esta é silenciosa.
Mas a insônia o fere
E lhe também confere
Dolorosas lágrimas,
Rancorosas lástimas.

Imunda depressão,
Que nos afunda em sofreguidão,
Em solidão e desespero;
Em fero medo, pavor;
Em desassossego
E a sensação de falta
De amor, de aconchego.

Desde cedo
Dançando ca morte,
Alçando-a em meus braços,
Admirando seu porte galante,
Seus traços marcantes.

Por toda parte
Bailamos bastante
Nessa tua arte
Alucinante que nos
Tira o ar, nos faz
Delirar em paz
Com cada vez mais
Pressa em ascender
Ao seu ser oriundo,

Em deixar para trás
Esse mundo de dores,
Rumores e horrores
A se mostrar, a se ver e ouvir;

A parar de sofrer, assim.
A deixar de viver e existir.
Tentar evoluir, enfim.

⁠Rio da Morte

Vento sombrio
Que sopra sobre
Este rio de tormentos
Do qual estou dentro,
Imerso em vil sentimento,

Passa pesaroso e friorento
Tal qual os versos arenosos
Deste aqui poeta sutil,
Gelando a água ribeira,
Trazendo uma mágoa inteira
Que me vai dissipando.

Estive amando -
Razão pela qual estou
Sofrendo e chorando.
Uma paixão sem sentido
Dum coração atrevido
Que ama o impossível,
Sonhando ser visível.

Na cama quente
Com a fronte ardente
Me assoma uma fonte
Incandescente de desejo,
Que se soma aos latentes
Arquejos de minha mente.

Mas meu pejo me desengana,
Dizendo que ninguém mais
Me ama, que é inútil insistir
Nessas fantasias de sentir
Sem toque físico, apenas
Um choque psíquico.
Uma lição de Filosofia.
Uma questão de Psiquiatria.

Por isso estou aqui,
Tremendo de frio,
Morrendo neste rio
Chamado realidade,
Me afogando em
Minhas próprias verdades,
Ao acaso de ópias ilusões.

Tudo aqui é raso,
Cheio de distorções
Tal qual as veleidades
Que tanto me torturaram.

Receio já estar perdendo
Os sentidos, deixando
Para trás este mundo,
Me indo ao infindo
E profundo Estelar...

Deixar-me ir, partir
Para uma nova jornada
De auto-conhecimento,
Um breve momento
Entre viver e existir.

E saber que nada
Na vida é em vão -
Um porvir, uma partida
Para alguma lição
Que nos faça evoluir.

⁠Há mal em ser bom demais

⁠Melancolia

És linda triste,
Ainda que insiste
A me fazer deprimir,
Reter o meu sorrir!

A pensar me fazer
Que amar é morrer
De desgosto e decepção,
Sem gosto para a paixão
Que nos dilacera o peito
Como uma fera tem feito!

Amarga melancolia,
Larga de apatia,
Longa de temores,
Prolonga as dores
Que em meu seio tenho
E os anseios que venho
Tentando superar,
Procurando achar
Sozinho sem sorrir,
Caminho a se seguir!

Bela tua tristeza;
Singela natureza
De madrugadas insones,
Transformadas em ciclones
De sentimento e emoção
De dentro do meu coração
Pesaroso e sombrio ―
Amoroso, mas frio!

Destrói-me; faz-me chorar!
Corrói-me; traz-me um ar
Pesado sobre a minha mente,
De enfado, e a encobre totalmente,
Desejando tão somente a morte,
Deixando de ser quente e forte!

O riso se transforma em pranto!
Um sorriso se forma no canto
Do rosto, todo ele amarelado
De desgosto do modo levado
Que tenho vivido minha vida!
No cenho abatido, linhas doridas
Tão cedo trazidas de mordaz sentimento!
Coração ledo na lida, mas sem mais alento!

Melancolia que me toma, fazendo triste
Melodia que se forma sendo que inexiste
Agora em mim, esse terrível sentimento!
Hora do fim, desse sensível esgotamento.

⁠Espelho quebrado

Sou um poeta
perdido, partido
em pedaços diversos,
disperso em mil
sentimentos e tintas
que a caneta pinta
indistinta, a molhar
febril o pensamento!

Sento, a olhar
para todos os cacos
que aqui acomodo
e que me compõem,
que mal se dispõem
tais, fracos e opacos,
com espanto e desencanto
tal, os seus tantos reflexos
espectrais e complexos!

E quanto mais
me descobrir tento,
me perguntando:
Alguém sou, quem?
Que sem tormento
no momento pensei,
a sentir se pondo,
mais me respondo
me expondo, supondo
e suspirando: ― Não sei…

⁠Vento do Amor

Vento do Amor
Que sopra de um lado
E sopra do outro,

Dai-me do teu favor,
Fazei-me amado;
Soprais onde me encontro!

Leve brisa de vento
Tão suave e regozijante;
Tão cheio de vida

Sopras sem direcionamento
Teu bafo inebriante
Numa terna lida!

Encontrai meu Ser,
Dai-me do teu bafejo;
Soprai-me aqui!

Quero tanto viver
Do teu férvido arquejo;
Também quero o sentir!

Caro sentimento

⁠No amor
não há preço,
mas sim apreço
pela pessoa amada!

Nada pode ser
vendido no amor,
apenas se é dado
e recebido agrado
com grado valor!

O amor, meu
caro, não é caro!
O amor só é caro
num único sentido
raro de o manter;

Caro de afeto, por
certo, de alguém
bem convencido
que nele queira,
com ardor viver!

⁠Nossas ilusões são relativas às nossas expectativas.

Quando fui parido chorei
Não porque vinha à vida...
Mas porque sabia que ela
Seria tão sofrida

O triste riso que persiste
Estampado em meu rosto
É pra esconder todos desgostos
Que eu tenho vivido