Coleção pessoal de Liliarte

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O Amor da Vida

O amor da sua vida foi o vizinho da sua casa?
O garoto da carteira ao lado na escola?
O menino que tinha o primeiro álbum de disco dos Beatles?
Ou o primeiro namorado, que deu o primeiro e inesquecível beijo na boca?
A vida seguiu e com ela outros amores
E dores
E agora, uma alma curiosa e um coração confuso
Querem balançar um outro coração quase aposentado
Mas é o tempo da calma.
A calma de uma carícia no rosto
De um entrelaçar suave de mãos.
A calma do outono.
Mas ainda se ouve a tempestade lá fora...

12/03/2017

Você é rock'n'roll,
Eu sou bossa nova;
Você cultua o físico,
Eu alimento a alma;
Eu pavimento estradas de sentimentos,
Você caminha pelo atalho das sensações;
Eu mergulho nas emoções,
Você flutua no desejo;
Eu saio velejando,
Você não solta as amarras.
Tentamos um ponto de encontro,
Mas nunca encontramos a convergência...

Tirei seu retrato da carteira
Exclui seu nome do MSN
Apaguei seu número do celular
Doeu mais que tirar esparadrapo de ferida.
Não posso mais ficar com quem nem me liga
Não quero mais insistir num amor que machuca.
Quero voltar a ser feliz.

Difícil será convencer meu coração
Que mesmo magoado
Não mata essa paixão.

Se eu pudesse voltar no tempo,
Iria querer prender no meu abraço
Seu corpo amante,
Até sentir você gemer;

Se eu pudesse voltar o tempo
Iria fotografar seu olhar brilhante
Num momento do prazer

Se eu pudesse dominar o tempo
Iria congelar nossos lábios
Num beijo sem fim.

Se eu pudesse saber sobre o tempo que virá
Iria programar as coordenadas do meu coração
E gravar no seu,
Para você sempre me encontrar!

Mais um adeus
Outra separação...
Tantos poetas já fizeram essas rimas
Não tem mais o que inventar
Outro final
Tristeza batendo
Coração enlutado
Corpo cansado...
Mas como bem disse o poeta
“...O amor é uma alegria
Vem de noite, vai de dia!...”
Vamos lá, recomeçar!

Saudade não se explica, apenas se sente
É um vazio que nada preenche
Um quarto vazio dentro do coração
Um buraco na imensidão
É o pão sem manteiga
Goiabada sem requeijão
Um sapato sem pé
A vida sem razão.


27/05/2010

Tive de repente
Desejo de um gosto que não sabia
Saudade de um sentimento que fugia.
Fui procurando dentro da mente
Nas lembranças profundas
E dei com seu corpo...

O desejo era do seu beijo
A saudade era das suas mãos.

Pensei escrever sobre nós
Registrar como a vida se modificou.
Parecem coisas tão bobas
Óbvias:
O corpo que parece florescer,
O cabelo mais sedoso,
Os olhos com novo brilho,
O sorriso mais aberto.
As pessoas comentam da aparência,
Da facilidade de comunicação,
Da calma em momentos de tensão;
Coisas pequenas,
Coisas do dia-a-dia.
Ai percebi, que não é como nos romances
Grandes dramas, grandes dores.
Desencontros, desentendidos, tragédias.
É suave, como o perfume de jasmim
Das noites da minha infância;
É sereno, como o boa-noite da mãe;
É firme como a mão do pai.
Queria escrever sobre nós,
Pensei que seria uma poesia inesquecível
Grandiosa como os poemas parnasianos,
Mas nós juntos
Somos apenas nós,
Como feijão com arroz,
Goiabada com queijo,
Café com leite.
É isso, e acho que basta.

Navegando
Buscando novos mares
Portos nunca aportados
Pescando sentimentos renovados

Navegando
Despedindo da mesma praia
Das velhas cadeiras
Do guarda-sol desbotado

Navegando
Soltando as amarras.
Deixando o sol entrar pela aba do chapéu
Que já se tornou roxo
Como naquela poesia

Navegando
Buscando o coração que ficou
Em algum porto do passado
Limpando as artérias desse coração magoada
Assoprando uma nova vida.

Navegando
Renovando
Libertando
Recomeçando
E recomeçando de novo
Mas jamais desistindo

Já perdoei você vezes demais
Já prometi que seria a última vez, quase todas a vezes.
Já voltei atrás vezes sem conta.

Já me senti ridícula
Já me senti desprezada
Desvalorizada,
Descartável...

Já chorei a noite toda
Mas de manhã, havia perdoado;

E agora de novo.
Mas sequer chorei,
Nem pensei em perdão
A coleção de desculpas esgotou.

Já fiz tanta bobagem,
Tantos erros cometi,
Mais bobagens sei que vou fazer
E outros erros com certeza cometer,

Mas...
Assim eu sou e não quero mudar,
Entro de cabeça e
Quebro a cara por inteiro!
Detesto terminar
Mas (viva!) adoro recomeçar!!!

Meu coração foi alugado e o contrato era tão bom para ambas as partes,
Que se pensava em transformar em leasing com opção de aquisição.
Mas o inquilino começou a falhar,
um risco aqui, uma rachadura ali, uma quebra acolá.
Até que partiu sorrateiro, não honrando os compromissos assumidos
E deixando um enorme vazio.

Como a vida não pára, para que se possa chorar,
Sacudi a poeira, deixei entrar a luz, colori o ambiente de arco-íris
E abri a porta!
E de novo existe um coração vago,
Mas está tão arrumado,
Que logo será ocupado!

Sou arquiteto,
Aquele que dizem ser engenheiro frustrado,
Decorador disfarçado,
Esquisito, meio pirado,
Às vezes alienado, outras, por demais engajado;
Às vezes de Havaianas, outras engravatado.

Sou arquiteto,
Aquele que chamam de sonhador;
Ah! Pudesse eu ter meus sonhos de volta,
Mas sou ainda um aprendiz na escola da vida;
Dominei a forma, distribuo espaços,
Mas muitas vezes me sinto fora de esquadro,
Perdido em linhas paralelas demais,
Numa escala indefinida.

Mas sou arquiteto.
Sou poeta,
E sou muito mais que um sonhador,
Porque possuo em cima da velha prancheta,
Projetos para todos os sonhos;
Casas para abrigar um novo amor;
Caminhos para chegar ao arco-iris;
E jardins para o aconchego do entardecer...

Hoje é um daqueles dias em que me sinto um pássaro engaiolado
Queima dentro de mim uma urgência de viver
Um sentimento de tempo passando, experiências desperdiçadas, vida não vivida.
E eu, espectadora da vida
Como a Carolina na janela

Hoje é um daqueles dias em que o mundo parece pequeno
Mas ainda me falta a coragem de domá-lo
A casca está se partindo
Os sons da vida enchem o ambiente
Mas a segurança do ninho ainda me prende

Hoje é um daqueles dias em que gostaria de fugir de mim
De não ser tão resolvida, liberada, forte
Queria não ter que decidir, resolver, pagar.
Queria de volta meus sonhos de menina
Queria ser apenas a mulher de um homem

Houve o tempo do estar sempre juntos
Feijão com arroz
Goiabada com queijo
Café com leite.
Tempo de conhecer
Tempo de apenas ser

Houve o tempo da dor,
Das lágrimas
Separações
Voltas e mais voltas
Promessas e mais promessas
Esperanças revividas

Houve o tempo de querer içar as velas,
Desejo de partir
Olhar perdido no horizonte.
Amores desfeitos
Promessas não cumpridas
Esperanças perdidas.

Houve o tempo do laço e do abraço,
Laço afetivo, abraço da alma,
Olho fechado,
Corpo suado.
Tempo de querer
Tempo de sorrir.

Agora chegou o tempo de ir
Romper o laço
Dividir em duas partes
Como duas fitas,
Tentando não perder nenhum pedaço.
Tempo de chorar...