Coleção pessoal de LihBass

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– Não sei qual é a minha culpa mas peço perdão. – A luz do farol revelou-os tão rapidamente que não se puderam ver. – Peço perdão por não ser uma “estrela” ou “o mar” – disse irônico – ou por não ser alguma coisa que se dá, disse corando. Peço perdão por não saber me dar nem a mim mesmo – até agora só me pediram bondade – mas nunca que eu... – para me dar desse modo eu perderia minha vida se fosse preciso – mas peço de novo perdão, Lucrécia: não sei perder minha vida.

E minha alma, sem luz nem tenda,
passa errante, na noite má,
à procura de quem me entenda
e de quem me consolará...

Tudo o que não sei é a minha parte maior e melhor.

O Mago e a Guitarra

Seus acordes atravessam a alma do publico,
Com a magia sublime,
Que transforma em paz, a imensidão do som.

Ele não a penas a toca,
Ele a sente, conhece cada centímetro de seu corpo.

Existe a voz que atenua seus dedilhados,
Que ecoa nas paredes,
Transformando seus solos em aplausos.

Ele a conduz com delicadeza,
Mas dela extrai gemidos vorazes.

Ela fica ao seu lado, é menina moça.
Seus timbres são afago para quem os ouça.
Se entrega somente a ele, e assim se faz nossa.

Ele é seu companheiro,
De alma e de corpo inteiro.

Gritos, mistérios, dores e segredos...
Amores, saudades, solidão e medos...
Personificados pela mágica dos sons.

Pela união de dois corpos.
Nas cordas de uma guitarra,
E pelos dedos de um mago.

* * *
(Dedicado ao guitarrita Pedro de Farias)

Não há como construir um castelo,
Sem antes arquitetá-lo na mente.
As grandes obras, as grandes conquistas,
Os melhores livros, filmes, músicas...
Nasceram de um simples pensamento.
Alguém um dia, pensou, sentiu...
E isso gerou uma semente no universo.
Semente essa que ao longo do tempo,
Passou por guerras, tempestades, desesperança.
Por muitas vezes esteve sozinha e sem destino.
Ninguém pode ouvir suas lagrimas, mas ela chorou...
Não por medo, mas porque quem a criou,
Também a deixara no escuro de suas memórias.
Foi enterrada viva, porque tudo parecia crescer,
E ela continuava pequena, imóvel...
Perante os vendavais que o destino jogou contra ela.
Era apenas um, talvez...
Não valeria a pena esperar por ela.
Talvez... Tenha sido tudo um plano.
Às vezes precisamos morrer em vida, para viver de verdade.
Enterrar aquilo que ainda sangra...

Construir castelos exige sacrifícios,
Muitos não conseguirão ver sua obra terminada.
Mas aquele pensamento, aquela semente,
Vai estar ainda viva no espaço,
E quando um outro alguém,
Estiver olhando as estrelas,
Vai senti-la, e torná-la sua.
E assim, passará por varias almas.
E mesmo que nenhuma dessas almas,
Consiga vê-la grande, ela já será grande...
Sempre foi grande...
O sonho foi realizado,
No momento em que a mente o concebeu.

Se tu simplesmente pensaste em amar,
Tu já amaste, e esse amor sempre vai existir.
Alguém vai olhar as estrelas, vai senti-lo, e torná-lo seu.

Eu não posso culpá-la. Ela não pode ver dentro do meu coração.

Mas a ambição do homem é tão grande que, para satisfazer uma vontade presente, não pensa no mal que daí a algum tempo pode resultar dela.

Nunca foi sensata a decisão de causar desespero nos homens, pois quem não espera o bem não teme o mal.

Não é a intenção que valida um ato, mas seu resultado.

Há três espécies de cérebros: uns entendem por si próprios; os outros discernem o que os primeiros entendem; e os terceiros não entendem nem por si próprios nem pelos outros; os primeiros são excelentíssimos; os segundos excelentes; e os terceiros totalmente inúteis.

Ninguém pode construir em teu lugar as pontes que precisarás passar, para atravessar o rio da vida – ninguém, exceto tu, só tu. Existem, por certo, atalhos sem números, e pontes, e semideuses que se oferecerão para levar-te além do rio; mas isso te custaria a tua própria pessoa; tu te hipotecarias e te perderias. Existe no mundo um único caminho por onde só tu podes passar. Onde leva? Não perguntes, segue-o!

Sei a minha sina.
Um dia meu nome será lembrança de algo terrível.
De uma crise como jamais houve sobre a Terra.
Da mais profunda colisão de consciências.
De uma decisão conjurada contra tudo que até então foi acreditado, santificado, requerido.
Não sou um ser humano, sou uma dinamite, na transvaloração de todos os valores.
Eis a minha fórmula para um ato de suprema octognose da humanidade que em mim se fez gene e carne...

Eu jamais iria para a fogueira por uma opinião minha, afinal, não tenho certeza alguma. Porém, eu iria pelo direito de ter e mudar de opinião, quantas vezes eu quisesse.

Quem luta com monstros deve velar por que, ao fazê-lo, não se transforme também em monstro. E se tu olhares, durante muito tempo, para um abismo, o abismo também olha para dentro de ti.

Fiquei magoado, não por me teres mentido, mas por não poder voltar a acreditar-te.