Coleção pessoal de LiandraMorais
"Se você acha que tem capacidade para ter uma arma, saiba que nervoso você se transforma em alguém que não tem capacidade de estar armado"
Vai passar... E quando passar vamos comemorar...Vamos nos encontrar, nos abraçar, nos beijar, vamos pular e vamos dançar. E então...Vamos levantar e vamos lutar!
Sobreviveremos...e um dia iremos nos sentar com nossos netos e dizer: "Houve um vírus poderoso e ficamos em casa de quarentena para sobreviver"...
E os olhinhos deles brilharão de orgulho.
Somos fios desencapados, dando choque em quem não merece.
São anos de lutas, tristezas, frustrações e decepções que nos tiram o ar.
Problemas travam nossa coluna, nos dão enxaqueca, estafa e nos fazem ter surtos de medo, ansiedade e depressão...
Que chegue o tempo de tomar aquele café que prometemos, de sair para dançar, de tomar aquele drink, rir sem parar e de dizer o quanto as pessoas importam...
Que ainda tenhamos a alegria de repousar nossos olhos em outros e sentir o amor mais uma vez...
Que consigamos nos deitar e que nosso sono seja reparador e que esse peso do cansaço da tristeza e da dúvida se dissipe no ar.
Vamos libertar nossa mente já que este corpo está pesado demais...
Vamos viver enquanto a vida não nos mata.
Estamos cansados demais.
Sou nitroglicerina...Em um frasco de vidro... Nas mãos de um malabarista bêbado em uma corda bamba de olhos vendados.
Sou uma granada sem pino... Sou dinamite.
Eu desisto...
Eu desisto de quem não tem palavra, de quem se faz de amigo, de quem é falso...
Eu desisto de acreditar em falsas promessas...
Eu desisto de projetos milagrosos que me deram esperança de futuro...
Eu desisto de quem me olha nos olhos e me apunhala pelas costas.
Eu desisto de quem só quer levar vantagem, que só sabe reclamar...
Eu desisto de quem vive de passado, que conta louros de outrora e hoje não faz nada...
Eu desisto de dar conselhos para quem insiste em tapar os ouvidos...
Eu desisto de quem usa mentiras para se exaltar...
Eu desisto de quem espera as coisas caírem do céu...
Eu desisto de quem vive cansado demais para lutar...
Eu desisto de quem não quer trabalhar duro e tenta desmotivar os outros por achar que nada vai dar certo.
Eu desisto de perder horas falando com que não absorve... muito menos quer me ouvir.
Eu desisto de gente malvada, traidora e infeliz porque nem atolada até o pescoço na lama aprende a ser melhor.
Eu desisto de gente que faz jogo, intriga, detração.
Eu desisto contar minha história e como saí do subsolo do fundo do poço que em dupla me jogaram...
Eu desisto de quem quer levar vantagem em tudo (em detrimento alheio).
Eu desisto de quem não é capaz de estender a mão e doar nada porque não é problema seu.
Eu desisto dos fofoqueiros pois a fofoca é um brinquedo assassino na mão de infelizes...
Eu desisto de julgadores, tiranos que se acham donos da verdade.
Eu desisto da maldade...
Desisto do maldizer...
Desisto do olhar inquisidor...
Eu desisto da auto-piedade...
Desisto da tentativa de roubarem minha fé...
Desisto de tentar provar o tempo todo quem eu sou e para onde vou. Chega de dedos em riste!
Vou longe porque não ando só, meu caminho é escrito por Deus.
Eu quis segurar com força o restante do tempo entre minhas mãos, mas não percebi que ele me escorria pelos vãos dos dedos
Trancar o dedo numa porta dói.
Bater com o queixo no chão dói.
Torcer o tornozelo dói.
Um tapa, um soco, um pontapé, doem.
Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua,
dói cólica, cárie e pedra no rim.
Mas o que mais dói é a saudade.
Saudade de um irmão que mora longe.
Saudade de uma cachoeira da infância.
Saudade de um filho que estuda fora.
Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais.
Saudade do pai que morreu, do amigo imaginário que nunca existiu.
Saudade de uma cidade.
Saudade da gente mesmo, que o tempo não perdoa.
Doem essas saudades todas.
Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama.
Saudade da pele, do cheiro, dos beijos.
Saudade da presença, e até da ausência consentida.
Você podia ficar na sala e ela no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá.
Você podia ir para o dentista e ela para a faculdade, mas sabiam-se onde.
Você podia ficar o dia sem vê-la, ela o dia sem vê-lo, mas sabiam-se amanhã.
Contudo, quando o amor de um acaba, ou torna-se menor,
Ou quando alguém ou algo não deixa que esse amor siga,
Ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.
Saudade é basicamente não saber.
Não saber mais se ela continua fungando num ambiente mais frio.
Não saber se ele continua sem fazer a barba por causa daquela alergia.
Não saber se ela ainda usa aquela saia.
Não saber se ele foi na consulta com o dermatologista como prometeu.
Não saber se ela tem comido bem por causa daquela mania
de estar sempre ocupada;
se ele tem assistido às aulas de inglês,
se aprendeu a entrar na Internet
e encontrar a página do Diário Oficial;
se ela aprendeu a estacionar entre dois carros;
se ele continua preferindo Malzebier;
se ela continua preferindo suco;
se ele continua sorrindo com aqueles olhinhos apertados;
se ela continua dançando daquele jeitinho enlouquecedor;
se ele continua cantando tão bem;
se ela continua detestando o MC Donald's;
se ele continua amando;
se ela continua a chorar até nas comédias.
Saudade é não saber mesmo!
Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos;
não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento;
não saber como frear as lágrimas diante de uma música;
não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.
Saudade é não querer saber se ela está com outro, e ao mesmo tempo querer.
É não saber se ele está feliz, e ao mesmo tempo perguntar a todos os amigos por isso...
É não querer saber se ele está mais magro, se ela está mais bela.
Saudade é nunca mais saber de quem se ama, e ainda assim doer;
Saudade é isso que senti enquanto estive escrevendo e o que você,
provavelmente, está sentindo agora depois que acabou de ler...