Coleção pessoal de LFMagister
Estão todos buscando uma finalidade, mas nem sequer desfrutam dos meios. Estão todos correndo contra o tempo, buscando futuros, mas perdem os presentes. Estão todos buscando um sentindo em sua vida, mas perdem a vida sem encontrar o próprio sentido.
Ame as noite tão bem quanto ama as manhãs. Perdoe os erros tanto quanto contempla os acertos. Pois será nos momentos mais sombrios que é preciso paciência para entender que até nas montanhas mais gélidas, em seu pontífice, ainda estará mais próximo do calor do sol.
Os seres humanos não são descartáveis, mas agem como se fossem. São alma e carne, mas agem como se fossem papéis e plásticos, e a “ficada” sem compromisso se torna uma espécie de crime passional, porque de uma forma unilateral, estamos forçando a alma o que o nosso instinto carnal solicita. Forçamos nossos corpos e alimentamos um desejo momentâneo de algo que não necessitamos. Usam uns aos outros e jogam fora, feito talheres de plástico que servem apenas como meios do alimento chegar até você e saciar seu apetite. Nada além disso. E até então repetir-se o ciclo vicioso novamente. É como mascar chicletes enganando o nosso cérebro que é um alimento para nosso sustento.
As pessoas lamentam por suas perdas porque é mais fácil lamentar pelo passado que tê-lo evitado no presente.
Os animais que mais possuem formas de defesa são também os mais sensíveis ao ataque, tais como as tartarugas em seus cascos ou as lagartas, que quando saem de seus casulos, tornam-se um dos insetos mais belos. Assim são os seres humanos. Passam o resto de suas vidas amedrontados. Fecham seus corações feito alvéolos para o mundo a fim de se protegerem na esperança de que um dia alguém possa libertá-los.
A coragem é tão breve quanto a vida, e tão súbita quanto um piscar de olhos. Por isso, aproveite cada momento que faz o seu coração bater mais forte, pois será neste instante que você alcançará o verdadeiro sentido de sentir-se vivo.
Na primeira vez que eu vi teu rosto, eu pensei que o sol nasceu em teus olhos e a lua e as estrelas eram presentes que você deu para os céus densos e infinitos, meu amor. Para os céus escuros e vazios. Na primeira vez que eu beijei tua boca, eu senti a terra se mover em minhas mãos como o coração trêmulo de um pássaro cativo que estava ao meu comando, como uma bússola intrincada que estava em minha direção. Na primeira vez que eu me deitei e senti teu coração tão perto do meu, eu soube que a nossa alegria iria completar o mundo e navegaria até o fim dos tempos, meu amor. Iria durar até a última gota do pecado contida neste cálice. Na primeira vez que eu vi o teu rosto, eu sabia que levaria comigo nestes bolsos vazios, mais que uma memória. Um desejo infindável.
Não importa a duração dos passos que você já deu, o que define seu caráter é o rumo do caminho que você resolve seguir.
As pessoas lamentam por aquilo que perderam porque é mais fácil lamentar pelo passado que ter lutado no presente e tê-lo evitado. Lamentam porque compreendem, no seu subconsciente, que enquanto as tinham consigo não as aproveitaram como poderiam. É tudo uma questão de culpa involuntária, e é isto que faz do ser humano ser estupidamente previsível. Lutam para conseguir o que almejam, mas deixam de colocar o mesmo esforço para mantê-lo, quando estes já obtiveram e como fizeram para conquistá-lo, o que consequentemente, os tornam grandes merecedores de suas próprias adversidades.
O fim de um relacionamento conjugal começa quando você não vê mais diferença entre entrar pela porta da frente ou sair pelo portão dos fundos.
Crepuscular do Amor
Luz eminente que me persuade mirar
Tua índole subsidia-me aliciar.
Energia póstuma da fausta natureza a raiar
Opulente sutileza que me faz declamar.
Imaculada como um júbilo singelo
Almejam os anjos com a tua tocata.
Rosas semeiam aos teus pés
E ao crepuscular da tua plácida dádiva
Meus olhos abrumam do teu arcano
É um pierrô donativo do amor.
Teus beijos me alimentam deste mar sequioso
Como numa terra plangente de indulgentes
Como burlam simplórios compassivos.
Sempre que houver desejo
Haverá desespero.
Sempre que houver desespero
Haverá esperança.
Sempre que houver esperança
Haverá medo.
Sempre que houver medo
Haverá fraqueza.
Sempre que houver fraqueza
Haverá inépcia.
Sempre que houver inépcia
Haverá tristeza.
Enquanto houver tristeza
Haverá sempre desgosto.
E enquanto houver ausência do amor e o prazer pela vida,
sempre haverá outros desejos.