Coleção pessoal de leticianogara
As pessoas falam de mim como se eu me importasse. Eu sou indecisa mesmo, nunca sei bem o que quero, gosto de fazer coisas diferentes só pra não me sentir normal, e às vezes pareço até ser meio insana. Dou valor as coisas mais simples da vida, admiro com paixão o mundo, a natureza, as sensações e a vida. Eu penso demais, imagino demais, analiso demais, concluo demais, mudo de opinião frequentemente, faço planos hoje e amanhã já substituo por outros planos, sou constantemente inconstante. Eu adoro conversar sobre coisas que ninguém da muita atenção e quando começo a filosofar eu não paro. Não tenho paciência com mesmices, sou sincera, não vivo de mentiras. Não escondo meu verdadeiro eu, porque se tem algo que me agrada em mim mesma, é não me importar se as pessoas gostam ou não do meu jeito.
Já passou da hora de sonhar, meu bem.
Já passou da hora de acordar também.
Já passou da hora de calar-se.
Já chegou a hora de viver.
Queria dizer que te amo. Mas nunca faço ideia de como começar. O barulho do vento e teus sorrisos contínuos sempre começam a me confundir e encantar. E sem querer, me pego pensando em como me encantaste assim tão facilmente. Queria dizer que sem ti, pra mim, não há vida. Mas nunca saberei os detalhes de um amor tão sem sons como este. Queria dizer que te amo. Mas não consigo. Sei que meu amor brotou do teu sorriso. Quando eu amo não existe justificativa. Eu amo e só. Sem vírgulas, sem porquês. Só amor.
Acorde um pouco, moça. E perceba o que a vida quer de ti. Abra seus olhos e sonhe. Não apenas os abra como se não fossem nada. Tu tens o mundo dentro de si. Só vai de ti saber vê-lo da maneira que sempre quis. Não te importe com o que não pode sentir. Sinta o que tu sempre quis. Sonhe com o que tu sempre quis viver. Acredite apenas naquilo que a vida lhe ensinou a amar.
Gosto da sensação de conforto. Gosto de ter certeza que coisas que me fazem bem são pra sempre. Sinto que minha paz vem depois de muita discussão. Admiro pessoas que se sentem encorajadas à cada tropeço. Sinto inveja de pessoas que não estão nem aí para as críticas. Sinto inveja porque, querendo ou não, evitando ou não, eu sempre tento, mas aquela “crítica” sempre continua batendo forte na minha consciência. Admiro aqueles que sabem bem como agir, que sabem como continuar seguindo seu caminho, mesmo com o sofrimento. Mas de certa forma, me admiro um pouco, por apesar de tudo, continuar suportando as dores dessa vida.
É como se eu soubesse que ele é o inferno, mas mesmo assim, teimasse comigo mesma dizendo que ele é o céu.
É madrugada. Você pega seu caderno. Pega um lápis na mão. Esse é o seu lugar. Essa é a hora. Esse é o verdadeiro sentimento. Desabafar para as paredes. Como se o mundo estivesse te escutando, mas enquanto isso estivesse com fones de ouvido e dizendo: “Aham, tá tudo bem.” Não. Você sabe que não está. Mas ainda espera que toda essa angústia se amenize. Como esperar por chuva em tempos de seca. Você olha para o céu, espera a chuva. E quando ela cai, ainda não é o suficiente. Mas você sabe como as coisas são. Se você não soubesse, já teria desistido. Mas por enquanto você acha que as paredes do seu quarto serão as únicas que vão conseguir te ouvir chorar, quando a lágrima de dor e solidão cair. Há um dia em que tudo isso acaba. Só falta você abrir a janela para tirar a dor de dentro de você. Se abra, deixe a dor sair. Abra a janela, deixe o ar limpar a solidão. E quando ela entrar novamente, você já saberá o que fazer.
São tantas as coisas que poderiam me fazer sorrir nesse momento. Qualquer coisa me faz sorrir agora. Talvez seja pelo simples fato de estar cercada das pessoas certas e por ter esquecido das erradas por um milésimo de segundo. Queira eu que isso não passe de ilusão da minha cabeça, mas sinto que ficarei sozinha por um bom tempo.
Diante disso tudo, vou lhes contar o que aconteceu comigo esta manhã.
Eu o vi. É. Sim, eu o vi. Estava sorridente como sempre, e seu olhar estava quente e cintilante como sempre. Mas o senti diferente. O amei. E senti o olhar dele me amando. Me amando? Queira eu que não seja ilusão da minha cabeça. A paz que ele me proporcionou com um sorriso, me trouxe sorrisos. E o que parecia impossível aconteceu. Me juntei a ele. Sorriamos um para o outro. Sem palavras. Sem falas. Sem pensamentos. E apenas gestos. Ficamos ali por um bom tempo. Só nos olhávamos. E como dizem por aí “um olhar vale mais que mil palavras”, não é?
Não, não é. Queria eu que isso tudo nunca se apagasse. Que a luz no fim do túnel ficasse acesa para sempre, até me juntar a ele em um lugar muito melhor que esse mundo.
Meu coração doeu muito. Minha mente esvaziou. Meus olhos se abriram. E infelizmente, era tudo ilusão da minha cabeça.
Talvez eu não me canse de esperar pela realização dos meus sonhos. Mas talvez meus sonhos gostem de me fazer esperar. A espera dói. Mas é uma necessidade. Infelizmente. Quem sabe um dia eu olhe para tudo que já passei e agradeça pelas lágrimas derramadas. Elas me fortaleceram, e em certos momentos me mostraram que sou mais forte do que imagino. No final, quero apenas olhar pra trás e me orgulhar, por estar bem, mesmo com tantos temporais. Quero só olhar pra trás e ter a alegria de ver o sol nascer novamente.
Não gosto de ficar triste. E quando fico ninguém percebe. De vez em quando pode ser besteira, mas existem coisas bobas que fazem todos perceberem o que me machuca. Mas existem os sofrimentos silênciosos, os que doem em silêncio, os que ninguém percebe, os que eu tento evitar, e quando eles aparecem, sempre surgem com mais força. Mas eu continuo seguindo, como se não existisse nada. Tento sorrir apesar dos tombos, tento olhar pra frente e ver uma luz no fim do túnel. E minha esperança é tanta, que essa luz no fim do túnel, felizmente ou infelizmente, nunca se apagou.
Liberdade demais sufoca, digo isso não porque não gosto de muita liberdade, ou sou antisocial, mas porque às vezes as coisas começam a ser difíceis quando se pode tudo, ou pensa que se pode. As pessoas a nossa volta passam a inventar, rir, falar, e fazer tudo demais também. Liberdade demais sufoca, não porque enjoa, mas porque muitas vezes dá medo. Às vezes nos perdemos nisso tudo e acabamos sendo presos pela nossa própria liberdade. Ficamos presos em pessoas, coisas, e nos prendemos dentro de nós mesmos. Não digo que precisamos ficar nos cuidando sempre, ou ser menos livres. Precisamos ser livres até o nosso limite, não além dele. Precisamos ter um certo equilíbrio em relação a isso. Liberdade demais sufoca porque nos prendemos demais, angustiamos demais, sofremos demais, nos expomos demais, e acabamos sofrendo demais. E não tem graça ser livre aparentando coisas que você não é ou tenta ser.
Supostamente, hoje parece ser um dia normal como qualquer um. Mas não se sabe. Amanhã poderá ser uma armadilha ou um presente. Queria receber presentes sempre, mas os dias passam e nem sempre quando esperamos por dias de chuva, ela cai. Às vezes, esperamos demais. E as únicas coisas que ficam úmidas na verdade, são os nossos olhos. Já esperei por lágrimas, e ganhei sorrisos. E gosto de me enganar perante a isso. Mas na maioria das vezes, esperei sorrisos e recebi oceanos de lágrimas em meus olhos. Me afoguei em sentimentos, fiquei sem ar. Mas a vida me ensinou que o ar volta, sempre voltou. Pelo menos até esse momento. Mas mesmo quando tentamos evitar, mesmo quando eu tento evitar esse tipo de ilusão, eu me decepciono comigo mesmo. Talvez isso seja uma qualidade. Talvez seja um defeito. Talvez todo esse sofrimento aconteça apenas pra vida me provar que sou forte o suficiente pra suportar tudo o que está em minha volta. A realidade é prejudicial, na maioria das vezes. Mas ainda assim, não deixa de me provocar vontade de experimentar o novo todos os dias, mesmo que eu me afogue. Mesmo que eu me decepcione. Eu sei que vou continuar respirando… Pelo menos por enquanto.
Sou uma daquelas pessoas que não gosta de se sentir extremamente feliz a todo instante. A minha dor interior que faz meus batimentos cardíacos e minha vontade de voar fluirem. A dor me inspira a escrever, e se não fosse ela, eu já estaria inteira e sem palavras na minha boca, minha mente, minhas mãos. Não me importam o quanto os outros podem nos fazer sentir minoria dentre tantos. A paz surge, e me traz força. Ah, essa vontade de voar que sinto, é só uma vontade passageira. Não quero nem pensar em ter o poder de voar por aí todos os dias, seria triste. Sentir inveja da beleza das nuvens, e conseguir ver tudo que a terra produz de ruim e angustiante pra nós. Não que eu não saiba do que o ser humano é capaz. Mas Deus, está sempre no alto. E tenho certeza que não está nada feliz em ver as coisas lá de cima. Pode ser bom, eu sei que é. Mas só num certo ponto. Gosto de estar sozinha ou com razões pra chorar, porque se eu não chorasse, mostraria menos coragem do que eu aparento possuir. Não me importam os outros, importam talvez. Só me importam aqueles que realmente conseguem ver em mim um motivo pra sorrir, e em minhas palavras mais motivos pra sonhar.
A alma dela estava livre. Porém, ela se sentia presa aos seus sentimentos. Ela estava convencida que teria que mudar. E mudou. Caminhou por todos os lados com um sorriso nos lábios, mas a tristeza continuava aparente em seu olhar. As pessoas foram se afastando ainda mais, pois sentiam a sua falsidade. Antes de tudo, apesar dela ser tão emotiva, as pessoas sabiam que ela era verdadeira, que ela era real, e não usava nenhuma máscara. Mas o medo a dominou, ela ficou confusa, e mudou. Pensava que tinha melhorado, mas então todos se afastaram. Nem ela sabia que sentimentos eram aqueles. Esses sentimentos estavam trancados em sua garganta, e pouco a pouco escorriam pelos seus olhos. Não aguentou mais. Ficou presa novamente à esses sentimentos, mas ainda mais livre. Com o tempo ela aprendeu, que tudo fica melhor quando sofremos sendo quem somos, do que quando sofremos sendo o que nunca seremos.
De vez em quando, espero por destinos que são taxados de ‘impossíveis’ por todos os meus conhecidos. Mas gosto de pensar, que o meu final feliz está à caminho. Mas quando ele bate em minha porta, eu não ouço. Talvez, nos momentos que ele aparece, eu esteja com o som ligado no último volume, e esteja feliz naquele momento. Então, meu final feliz vai embora. Mas nada que acabe com toda a minha expectativa. Também, quem sabe, ele esteja demorando, porque tem dias que ele resolve me visitar quando estou triste, em momentos que choro, fecho a porta do meu quarto e não quero falar com ninguém, e infelizmente, nesses momentos, o som das lágrimas descendo em minha face por vez, não me deixam ouvir a campainha. Continuo esperando. Esperando pelo barulho da campainha, pelo bater em minha porta, ou uma simples carta do meu final feliz. Quem sabe ele já deve ter me visitado diversas vezes, mas por consequência do destino, ele se foi. Ou, quem sabe ele apenas percebeu que estou no caminho certo. E me deixou aqui, vivendo, à espera dele no fim do túnel escuro.
Às vezes a vida perde a graça e começa a desbotar. Queria encontrar um paraíso, onde o céu encontra o mar. Mas de vez em quando tudo perde o encanto e perguntamos pra vida porque ela nos fazer sofrer tanto. A fúria das árvores pode nos enganar. Às vezes elas então calmas que eu nem me dou por conta, mas às vezes balançam tanto que até me deixam tonta. A gente se pergunta porque tudo é assim? O caminho está longe pra você e pra mim. Muitos me acham iludida, mas talvez eu só esteja perdida. Me acham louca por gostar de sonhar, e eu os acho loucos pela vida eles não aproveitar. Talvez o sofrimento só seja um rascunho, onde eu escreva sendo obrigada, só para cansar o punho. Tudo é de propósito, é nisso que passei a acreditar. Mas no fim do túnel escuro, um destino vou encontrar. Me sinto perdida em meio à tanta ilusão, mas eu sei que vale a pena, é essa a intenção. Correntes em nossos pés, presas às nossas mãos; Nos sentimentos presos e à Deus pedimos perdão. Quando estamos à um fio, a Deus queremos agradecer, mas agora já não adianta, depois de tanto sofrer…
Desde que me perdi nessa coisa que me engana, e que conseqüentemente, acabo chamando de vida. Pensei que as coisas nunca iriam parar de perder a essência. Acabei pensando que sempre iria ser assim, mas que no fim tudo iria melhorar. Ainda acredito que no fim, tudo vai se tornar perfeito apesar de tudo. Mas, com o tempo acabei mudando minha opinião sobre o fato de que tudo iria perder sua essência. E me enganei. Ao contrário do que pensei, mesmo se algumas coisas perdem sua essência com o tempo. Outras acabam surgindo, e substituindo coisas que me fizeram muito mal um dia. A essência, permanece. Sempre. Mas, nem sempre a essência continua nas mesmas coisas. Às vezes, a vida é melhor do que pensamos. E o que achamos que nunca iria acontecer de bom, acaba se tornando uma das razões pelo qual, seguimos em frente.
Quando a vida perde o sentido. O que nos resta é entrar em qualquer caminho que seja. Apesar das dúvidas, qualquer caminho é uma saída. E qualquer saída nos tráz a felicidade. Só nos basta saber como agir em cada encruzilhada. Porque não adianta encontrar o caminho certo, se no meio dele, você ficar perdido.