Coleção pessoal de Leonardtavs
Se há escassez, há desequilíbrio. Se há excesso, há desequilíbrio. E onde está o equilíbrio? Está no necessário!
O sociólogo polonês Zygmunt Bauman declara que vivemos em um tempo que escorre pelas mãos, um tempo líquido em que nada é para persistir. Não há nada tão intenso que consiga permanecer e se tornar verdadeiramente necessário. Tudo é transitório. Não há a observação pausada daquilo que experimentamos, é preciso fotografar, filmar, comentar, curtir, mostrar, comprar e comparar.
O desejo habita a ansiedade e se perde no consumismo imediato. A sociedade está marcada pela ansiedade, reina uma inabilidade de experimentar profundamente o que nos chega, o que importa é poder descrever aos demais o que se está fazendo.
Em tempos de Facebook e Twitter não há desagrados, se não gosto de uma declaração ou um pensamento, deleto, desconecto, bloqueio. Perde-se a profundidade das relações; perde-se a conversa que possibilita a harmonia e também o destoar. Nas relações virtuais não existem discussões que terminem em abraços vivos, as discussões são mudas, distantes. As relações começam ou terminam sem contato algum. Analisamos o outro por suas fotos e frases de efeito. Não existe a troca vivida.
Ao mesmo tempo em que experimentamos um isolamento protetor, vivenciamos uma absoluta exposição. Não há o privado, tudo é desvendado: o que se come, o que se compra; o que nos atormenta e o que nos alegra.
O amor é mais falado do que vivido. Vivemos um tempo de secreta angústia. Filosoficamente a angústia é o sentimento do nada. O corpo se inquieta e a alma sufoca. Há uma vertigem permeando as relações, tudo se torna vacilante, tudo pode ser deletado: o amor e os amigos.
“Estamos todos numa solidão e numa multidão ao mesmo tempo”
Quem fica parado esperando as coisas acontecer, adoece. Quem luta para conquistar seus sonhos, Deus fortalece.
Os leitores extraem dos livros, consoante o seu caráter, a exemplo da abelha ou da aranha que, do suco das flores retiram, uma o mel, a outra o seu veneno.
Você tem que estar preparado para se queimar em sua própria chama: como se renovar sem primeiro se tornar cinza?
(Assim Falou Zaratustra)
Quem só tem o espírito da história não compreendeu a lição da vida e tem sempre de retomá-la. É em ti mesmo que se coloca o enigma da existência: ninguém o pode resolver senão tu!
É natural que a ferida doa e leve algum tempo para cicatrizar. O que não é natural é nos tirar o direito de viver este processo.
O mundo está mudando. O homem está sendo alterado. Em breve os homens não terão mais tanto hormônios masculino. Em breve o mundo será outro.
Controlar as reações de violência é sinônimo de civilidade. Controlar as reações de tristeza é sinônimo de violência.
Acreditar que o que se pensa e senti agora, sobre os caminhos da vida, seja claro, preciso e que resume tudo e qualquer dúvida, é, na verdade, uma crença. Mas logo teremos conhecimento de novos fatos e entendimentos. E logo surgirá uma nova crença. Sem dúvidas, a crença conduz a humanidade. A crença é a única certeza.
Querias ser livre. Para essa liberdade, só há um caminho: o desprezo das coisas que não dependem de nós.
A modernidade quer sedar os corações. Respirem, sintam, gritem, chorem, digam, reajam, só não traíam a natureza viva que pulsa em vocês.