Coleção pessoal de LeonAmorim
Amar e o mar
No mar ele chorava
Na polpa do navio debruçava
O vento soprava
E nela o marinheiro pensava:
"Ergam os mastros do navio
Não seremos parados pelo vento frio"
Assim ele gritava
Mas seu peito chorava.
O frio não estava no vento
Mas em seu coração, naquele momento.
Ondas do mar em fúria
E como um leão seu coração rugia
Ali em meio a morte
"Eu viverei, se não tiver sorte."
Vidas dependiam daquele homem do mar
E não queria ninguém deixar
Assim como sua amada falecida
Pelo resto do mundo já esquecida
Assim como o oceano que estavam
E como ele, os céus choravam.
E em meio a tempestade
Todos já sabem da verdade
Morte eminente
"Mas lembrarão da gente"
Exalta um marujo esperançoso
Assim como eu, sempre com ela amoroso.
"Minha vida estava nela e no mar
Perdi ela e me perdi devagar no gélido mar
As coisas que amei me destruíram
E meus aliados fugiram
Os que jaz aqui não fogem
porque se não morrem"
Nuvens negras cobriam o céu
"E a chuva destruindo meu sonho de papel
Molhando e derretendo
Frio por fora e peito fervendo
Daqui a pouco te encontrarei"
E minha rainha, eu serei seu rei.
A Risada de minha Amada
Assim como toda mulher ela era amada
E nos meus braços ela me contava piada
Ela me fazia rir quando todo o mundo
Me falava que eu era um vagabundo
Menos ela
Estava sempre ali
Ó minha doce Magali
Minha amada vitoriana
Por ti liderei guerras e fiz a magia mais profana
Juntos na nossa casa de sonhos reais
Os beijos esquentavam mais que os castiçais
Entre beijos e risadas
Eu contava piadas
Para ela também era difícil mostrar expressão
Assim como eu, o mundo a jogava no chão
E se tornou meu vício fazê-la sorrir
Até esse grande dia surgir...
Por que minha doce amada?
Me deixaste sozinho nessa madrugada
Eu entendo que seus pais reais e formais
Não deixaria namorar um bruxo jamais
Eu entendo, mas pelos teatros musicais via sua luz brilhante se apagando
Ou sozinha chorando
E seu belo sorriso nunca mais
Seus pais não queriam me ver perto de você
Mas como uma Rosa meu amor me faz florescer
Pintei meu rosto e coloquei uma roupa chamativa
Decidi qual era meu objetivo na vida
Ó doce Magali... arrumei um jeito de vê-la de novo sorrir
Apresentei uma peça de teatro importante
E para os nobres a presença era relevante
Eu me tornei um palhaço
com aquele vazio no peito escasso
Vestindo uma máscara real
Me tornei um personagem teatral
Do palco escuto sua voz, sua risada
Deixava minhas emoções disparadas
E por um momento
Aquele era meu pagamento
Ó Magali
O motivo de minha vida é vê-la sorrir
Durante anos fiz aquele papel
O bobo mágico de chapéu
Eu sei que você viveu sua vida
E eu vivi a minha... só que sozinha
Até que um dia, comecei a sentir sua falta na plateia
Ir fantasiado a sua casa me veio como ideia
E nesse dia descobri
Que perdi minha amada e feliz Magali.