Coleção pessoal de LenitaMelo

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Metade de mim

Nem tudo em mim é pureza ou ternura.
Parte de mim é temor e a outra bravura,
Parte de mim é curiosidade e a outra loucura.
Sou livro de cifras, sem manual ou gravura.
Mas ao mesmo tempo sou simples, feita por Deus como toda criatura,
do mesmo material, forma e textura.
Sua imagem e semelhança; por fora, a mesma espécie e estrutura.
Mas por dentro não, e comparar seria em vão.
Dentro de cada ser, cabe um universo
Por isso seria perverso
Julgar o poeta lendo somente o primeiro verso.
Para os que insistem, o motivo eu expresso:
Se erro é porque não sei escolher direito!
Então penso um pouco a respeito,
e percebo que não nasci pra ser predicado e sim sujeito.
Entendi que quem me guia não é a razão, e sim o que bate no peito,
Foi aí que ganhei o direito de ser imperfeito.
Passional demais pra levar a vida com brandura,
não temo a queda,
Mas sim o desamino e a amargura.
Por que parte de mim é fogo, apesar da queimadura
a outra é brasa, esperando aumentar a temperatura.
Então não estranhe meu jeito estranho de querer bem
Só sou assim, porque metade de mim é amor...
e a outra também.

Amores de terceira

Não aprendeu a sentir,
por isso insiste em mentir.
Mente pra elas,
mas principalmente pra ti.

As vezes pára pra refletir,
pensa no que ainda está por vir.
Decide que já ficou demais,
então procura meios de fugir.

Se algum dia se permitir,
verá que às vezes,
há mais coragem no ficar
do que no partir.

Se já não há motivo pra insistir,
há sempre razão pra retribuir.
Só aquele que a rosa sabe regar,
Ganha o direito de vê-la se abrir.

Então não faça mais chorar,
todas as que só quiseram te fazer sorrir.
Não se pode receber algo de alguém
sem nunca dar nada de si.

A vida te deu amores de terceira
E com isso te feriu e te fez ferir,

Rasos, breves e frágeis,
Os que você retribuiu com o trair.
Agora, já maduro, é tempo de admitir...

E ver que solução
em terceira conjugação
Só aumenta o vazio que há dentro de ti.

Não é sobre você,
esse é um mal da humanidade

Para encontrar o que procura
Não precisa só de liberdade
Precisa mergulhar até o fundo
Precisa buscar a profundidade.

Para começar...

Só não faça mais chorar,
todas as que só quiseram te fazer sorrir.
Não se pode receber algo de alguém
sem nunca dar nada de si.

Valorizar é...

Valorizar é...
Um ombro amigo,
um breve sorriso,
a fruta no pé.

Viver como pode,
fazer o que sabe,
caminho com fé.

Saudade do longe,
vontade do logo,
coragem para o que der e vier.

Andar com clareza,
viver com grandeza,
com orgulho de ser o que é.

Pisar de mansinho,
seguindo o caminho,
com todo jeitinho,
na ponta do pé.

É ouvir a canção,
com muita atenção,
reproduzindo o sol, o mi e o ré.

Chegar com respeito,
ficar porque gosta
Ao partir, nunca Adeus...Somente um até!

Saga Nordestina
Da vida do meu pai pouco sei.
Mas pelos seus olhos pude ver toda alegria e tristeza
e sobre essas contarei.

Por disputas de terras nos anos trinta,
mais uma família brasileira seria extinta.

De linhagem pequena devastada pela saga nordestina
Os Melo se foram em uma chacina,
Ficando para a vida, somente o menino e a menina.

Criado com mais uma dúzia de outra família, fez do sonho sua rotina.
Já que a realidade era perversa e até ali a vida lhe foi cretina.

Não posso imaginar que vida foi aquela,
Mas sei o cenário, pois tudo se passou em Pernambuco,
Exatamente em Casa Amarela.

Mas homem de fé não desanima,
É o que reza a lenda e conto em rima.

Para servir a sua pátria mãe gentil
Aos 18, rumo a uma nova vida partiu.

O recomeçar veio divino, em uma ilha de esplendida beleza,
Mais que uma nova vida, amigos encontrou na fortaleza.

Foi soldado onde não havia guerra,
Serviu ao Brasil
no maior paraíso já visto na terra.

Em Noronha, entre peixes e tartarugas viveu
Foi tão feliz que até das mazelas da infância esqueceu.

No quartel era soldado,
na igreja era fiel,
nos bares para um brinde esperado
e as noites acabavam no bordel.

De pesca e Futebol ele gostava
Mas segundo minha mãe, ofício nunca aprendeu.
Ele dizia que na Ilha tinha tanta coisa boa
Que apesar de passar anos, o tempo não deu.

Ainda na casa dos 20 percebeu,
que na sua porta, uma nova prova bateu
Para febre amarela, os cabelos e amigos perdeu
e mais uma vez quase morreu.

Queria uma nova chance
Precisava de um novo sonho que estivesse ao seu alcance

Tomou uma atitude que julgou vitoriosa,
Trocou o canto das sereias
Pelo mito da cidade Maravilhosa.

Das sereias e seus encantos já sabia de defender
Das dificuldades de um emigrante na cidade grande,
teve que aprender.

Procurava trabalho e uma vida boa sob o sol da Guanabara
Alegria até encontrou, mas a felicidade foi o preço cobrado por Iara.

Na estiva trabalhou e sob o sol suava
Pelo dinheiro pouco que ganhava
Para a pinga até que dava,
E para nada mais sobrava.

Voltar não era opção,
tinha que seguir em frente,
trabalhando para comprar o pão,
assim conheceu muita gente.

Se foi certo ou errado, não cabe a mim julgar
Um pouco dele vive em mim, no meu modo de sonhar

Do jeito dele me amou,
não há o como duvidar
Se foi real tudo o que se passou,
não tenho como provar

Um repente fraco sobre a vida de gente forte
Que mostra que para sobreviver à saga Nordestina,
precisa ter mais que força, precisa ter sorte.

Para fazer valer a sua estrada e deixar uma história,
Mesmo que seja após a sua morte.

Como disse, se tudo é verdade não tenho certeza.
Mas isso não tira da história a sua beleza

Pois não fala do sonho de um homem
e sim da saga de um povo e da sua grandeza.

Raízes

Na turbulência buscou fincar âncora nas raízes mais fortes e profundas que poderia ter
Então ouvindo o coração, pisou naquele chão.

Embora qualquer outro caminho pudesse percorrer,
sabia que outro não queria escolher,
pois foi ensinado que sobre alicerce fraco, prédios fortes não podem se erguer
sabia que colocar tijolos novos sobre qualquer outro chão,
poderia toda a sua construção comprometer.
Então ouvindo o coração, pisou naquele chão.

Tocar aquelas paredes, fez toda a sua lembrança acender,
paredes vazias para qualquer um que como ele não podia o mesmo ver
dali tirou o único combustível capaz da sua “roda motriz” abastecer
o que para todos era saudade, para ele era clareza de um valioso saber.

Como presente da natureza,
a lembrança se fez certeza
talvez a única, em um momento que tantas incertezas podia ter.

Então mesmo sem ter a resposta,
sobre ela fez a sua aposta
acreditou que merecia vencer

Percebeu que já poderia,
no suor de cada dia,
sua própria fortaleza erguer.
Sabia que de noite ou de dia, um farol teria
para o seu caminho iluminar e proteger.

Então ouvindo o coração, pisou naquele chão
Deixou a brisa leve no seu rosto bater,
fechou os olhos, e sem espelho pode ver
que algo nele havia mudado, sem que antes pudesse perceber.

Entendeu que por toda vida foi folha de uma linda árvore frondosa a florescer,
mas a vida fez a folha amadurecer,
e hoje para as suas mudinhas que estão a crescer,
a forte raiz, foi ele quem passou a ser.

Pelo meu nome

Por mais que lhe tenha amor,
Não quero que meu nome dependa do teu humor.

Se quiser me dar algo para que saibam que sou sua,
me de seu coração.
Esse não tem prazo, não tem prova,
às vezes nem razão.
Mesmo assim enquanto for de verdade,
Todos saberão.

Com esse nome nasci e com ele morrerei.
Se há um significado, nem eu mesma sei.

Sei que com carinho e orgulho
pelos meus pais me foi dado.
Daqueles que tanto amei e além de seus exemplos,
meu nome foi o seu único legado.

Da minha mãe ganhei o primeiro.
De alma sensitiva,
Sabia que o nome antes escolhido não serviria.

Sentia que eu seria toda feita de amor e por ele pecaria,
Por isso digno não seria, chamar-me de “Maria”.

Então ouvindo no rádio um antigo folhetim,
de um romance latino gostou do nome da mocinha
e o escolheu para mim.

Do meu pai sobrenome ganhei.
De linhagem pequena, outros nunca encontrei.
O motivo: em outro verso contarei.

Como nome do meio ao meu filho batizei,
Mas aos meus netos, por regra, não transmitirei.

Mas o que importa é que esse é meu nome
e sei exatamente o que quero:
Conhecer pessoas onde passar,
Escrever em versos e encantar.

Da vida só isso que espero,
Quando te conhecer dizer com esmero:
Muito prazer, me chamo Lenita Melo!

Aprendiz de Poeta
Se amar se ensinasse, de poeta eu seria aprendiz.
Viveria só de versos, deles tiraria o sustento,
e assim seria ainda mais feliz.

Mas nasci em um país onde não se vive de cultura
mas justamente por ser tão rica,
abandoná-la para cultuar a dos outros para mim seria tortura.
Se todo poeta é um pouco louco,
Então que seja essa a minha loucura;

O mundo, tenho ganas de conhecer e viajar,
Mas triste demais seria partir, sem saber quando voltar.
No seio dessa pátria cresci e é aqui que vou ficar.

Se espaço para meus versos me faltar,
trabalhando como operária seguirei
esse é um preço que estou disposta a pagar:
talvez nunca colher o que plantei.

Mas onde o solo é fértil, a riqueza brota
história boa, passa de pai para filho
e se nunca publicada isso pouco importa.

Se não puder contar, podem ler
E essa é a maior razão:
Dizer que minha raiz é de uma gente forte,
de muita cultura, porém pouca instrução.

Quase nada estudaram,
cedo tiveram que arar a terra e semear o grão,
Tudo o que me foi contado, guardo com estimação.
Mas só vai fazer sentido, se tudo o que for lido for com o coração.

Por isso tudo digo que não sou poeta
Sou só uma pessoa que para ganhar a vida, trabalha com os números
e para não perder a alma, me divirto com as palavras.

Aprendendo com o tempo

Quem ocupa seu tempo a ferir, com o tempo só se fere.
Quem do amor tenta se proteger, do tempo não se protege.
É ao mesmo tempo absoluto e relativo.
Para contrariar a nossa vontade sabe ser bem criativo.
Dança o tempo todo a sua música, com um passo perfeito e bem marcado.
Quando queremos que salte, desliza, quando queremos que deslize, voa.
E não adianta ficar contrariado.
Esperar o futuro chegar para felicidade conquistar é uma grande cilada.
É como perseguir uma miragem no deserto e no fim da estrada não encontrar nada.
Senhor absoluto do destino, o tempo consome a nossa breve vida como o fogo.
Faz com o que ontem era chama, hoje seja brasa e amanhã seja só faísca, que o vento leva e se faz chama de novo.
Por ter muito tempo, o tempo sabe esperar.
Observar o tempo passar, muito pode nos ensinar.
Por mais que o tempo passe, a única coisa que ele não leva, justamente por não poder supor...
É a lembrança do que foi vivido na pureza de um grande amor.

Flor da Idade

Que toda idade tem sua beleza,
disso tenho certeza.

Mesmo assim há no envelhecer uma tristeza,
onde só deveria haver nobreza.

Há aquele que é velho e aquele que velho parece,
Mas quem da vida tira seiva, por mais templo floresce.

Pois a vida tem sabor que a muitos apetece.
Se a fruta vida não é boa, de mais doce carece.

Mas o açúcar você que põe, e aquele que acerta na medida,
vida mel esse merece.

Se o tempo te faz fraco, precisa saber o que te fortalece.
Se a vida lhe é pobre, só o amor a enriquece.
Pois na vida tudo passa, só o amor que não se esquece.

Se pensa que o bonde já passou, te digo a novidade:
Se a vida te reservou 70, ainda não está nem na metade.

De fato a vida é curta,
Curta de verdade.

Vai depressa, segue o curso.
Corra o risco inerente à mocidade.

Semeie o bem e colha o fruto da felicidade.
Com o tempo não se importe
Pois enquanto nessa árvore você conseguir ver pétalas,
Você ainda estará na flor da idade.

Tão meu

Tento não lembrar, mas não quero esquecer,
Penso em te encontrar, mas tenho medo de me perder.

Novamente perco a batalha: lembro sem perceber
Dos meus longos cabelos castanhos enroscados na sua negra barba.
Novamente não pude conter
Me perco nos seus flamejantes lábios querendo meu juízo e boca morder.

Sem motivo rio sozinha, não consigo esconder,
Por mais tempo queria ficar, isso já deves saber.

Volto ao trabalho, mas minha mente voa,
Já não posso interromper
Então para sossegar o coração, começo a escrever,
Talvez para te imortalizar em verso,
Já que aqui, para sempre poderá viver.

Se é certo ou errado, não posso escolher
Só sei que foi tão bom e foi tão breve,
Exatamente como tinha que ser.

Suas mãos me puxando para perto,
Seu sussurro e seu gemido, pude sentir e pude ver
Enfim a maior parte possível de você comigo pude ter.

Então naquela noite, fui tão sua e você tão meu,
Que de inveja por um instante, até a lua se escondeu.

Punhal

O amor quando descrente se faz distante.
A verdade dita entre os dentes com voz hesitante,
fere como punhal de flores com lâmina de diamante.

Por pior que seja, se faz necessária.
Mas antes tome um drinque e se prepare,
Pois para quem ama a dor pode ser extraordinária.

Já que a lâmina quando quente, corta fundo e cauteriza
Evitando que se alastre o veneno
Que mata o corpo e a alma agoniza.

Para incisão dolorosa, não existe forma cautelosa.
Escolher palavras por medo de magoar,
pode mais ferir do que poupar.
Então não evite, mesmo se puder evitar.
Se tiver que ferir, que deixe sangrar.

Mas o que fazer quando na dúvida, a dor é latente
fere mais que a lâmina ardente
que até se pede veemente
fere o corpo, mas salve a mente.

A verdade para quem conta, como fogo, queima a garganta
Para quem ouve, no momento pouco entende e mais espanta.
Mesmo que não seja completa a surpresa, contada de verdade, traz ao bolo a cereja.
Com o tempo que enseja,
Sabendo dos detalhes, de forma mórbida só reclusão e a dor almeja.

O mais incrível é que ao algoz só o primeiro golpe compete,
O que corta fundo e rasga a carne é nossa imaginação que incessante se repete.


Como reconstituição de um crime por outro cometido,
em cinema 24 horas exibido,
Já não se trata da verdade e sim a mescla do que foi
Apimentada com a nossa dolorosa versão do “como deve ter sido”.

A criação da nossa versão dos fatos é na verdade, a causadora da pior dor.
Apesar de não ser de fato a verdade, é o que enche o peito de rancor.
Como agulhas pontiagudas, que quanto mais espeta,
Com a nossa própria mão encrava no peito o punhal na medida certa.

Então se é para cortar que corte fundo,
Se for para contar que seja tudo,
Se for para ir que seja agora
Se for para perdoar que não seja da boca pra fora.
Pois a dor mal cicatrizada, com o tempo o coração devora.

Então nessa noite, quem tem coragem chora,
Quem tem medo de não resistir, com a escuridão se apavora.

Pouco importa se a madrugada durar um ano ou uma hora
O importante é que quando enxergar a nova aurora
Que o sol brilhe e a esperança leve essa dor embora
Ficando só a doce lembrança do que de bom foi vivido, na felicidade de outrora.

Se você sentiu muito medo de passar por essa dor,
Tome logo a providência e se vacine contra o amor.

Mar aberto

Mar aberto é o remédio certo para corações fechados.
Sua imensidão, lugar certo para serem perdidos sentimentos que se pensavam achados.
Nem o mais soberbo seria capaz de se julgar mais forte ou imponente.
Nem o mais tolo seria capaz de não reconhecê-lo como um presente.
Nem o mais cético poderia negar a sua grandeza,
nem o mais triste poderia negar a sua beleza.
De tão perfeito, mesmo quem não o conhece dele sente saudade.
Sorte daquele que por perto o tem, e faz dele fonte eterna de vida e felicidade.

Perto dele agora não estou, mas parte de mim dele nunca se fez distante.
Embora longe, pelos seus sentidos sinto o cheio e ouço o som, pois sei que aí estive, quando pensou em mim, a cada dia a cada instante;

Eu aceito

Sim, eu aceito!
Tudo o que de tão divino me explode o peito
Tudo o que venha por destino e me deixe sem jeito.

Sim, eu aceito!
Na pele todos os rubores
Da boca, todos os sabores
Das flores, todos os odores
Que ao som de todos os tambores
Na luz, encontre a proteção para todos meus temores

Para que da vida mereça todos os amores.

Em troca, prometo ser bom sujeito
Tratar o sentimento alheio com respeito

Não prometo ser perfeito
Mas lutar pelo meu direito
Da hora que levanto, até quando me deito
De ser feliz e tirar dessa vida mais que o sustento, algum proveito.

Sei que às vezes tropeçarei, isso não tem jeito
Se perceber a trilha torta, pode deixar que eu mesmo ajeito
Qual caminho seguir? Ainda não sei direito
Mas se a ideia for desistir, essa eu rejeito.

Dos que desistem tenho dó,
Mas não tenho preconceito
Não entendem que tudo vira pó
Já que um dia, hão de descansar em algum leito.

A vida não dá ponto sem nó,
Só vai levar o que foi sentido.
Por isso eu tenho dito e tenho feito.

6 mil milhas

A cidade perdeu a graça.
Por onde quer que eu ande,
No que quer que eu faça.

Ainda passo no mesmo lugar
Mas o coração já não bate,
Pois já não há o risco de te encontrar.

Junto com a lembrança você deixou saudade
Do tempo que toda a sua graça fazia a minha felicidade
Mas você foi quando disse que iria,
Deu adeus e que pra cá dificilmente voltaria.
A partir desse dia toda cor sumiu
Da larga avenida de onde pela primeira vez você me sorriu

Ainda passo no mesmo lugar
Mas o coração já não bate,
Pois já não há o risco de te encontrar.

Outros ares foi respirar onde uma nova vida te espera,
Boa sorte te desejei, quando disse de forma sincera.
Aquele que te gosta, por perto insiste que crie raiz,
Já aquele que te ama, mesmo que longe,
Só deseja que seja feliz.

Foi buscar na Terra fria o sonho de uma vida melhor.
Acreditar que o mundo é pequeno,
Faz a distância ficar menor.
Espero que um dia te encontre viajando ao redor.

Se for desejo do destino,
Um dia você ainda vai saber
Que toda distância é um grão de areia,
Diante do tamanho do meu bem querer.

18 anos

Queria ter menos sapatos e ter mais chão para pisar
Queria ter menos metas e mais sonhos para sonhar
Queria ter mais tempo, só para ver o tempo passar.
Queria ter mais amigos, para a qualquer hora poder abraçar.
Queria não ter juízo para rir de tudo o que se falar.
Queria não estar certa, em saber que esse tempo não vai voltar.
Mas estou, por isso esse verso não é para mim e sim é para vocês,
Para dizer que 18 anos só se vive uma vez.

Entre amigos

Amigos: se é tão bom tê-los, porque perdê-los?

São a melhor parte de nós refletida nos outros.

Da vida os ganhamos e são verdadeiros tesouros.
Duram mais que diamantes e reluzem como ouro.

Mesmo longe, estão sempre conosco e desempenham diversos papéis.
Só eles nos dizem as maiores verdades e por isso, a eles somos fiéis.

Um verdadeiro amigo não se faz, se reconhece.
Para a vida não os afastar, um cuidado carece.

É assim porque na amizade, não existe no gostar uma obrigação.
É por isso que se diz que amigos são a família escolhida pelo coração.

Quando os amigos também são família, é bom.
Une-se o útil ao agradável.

Quando os amigos são vizinhos,
Toda vizinhança se torna mais amigável.

Quando os amigos também são amigos do namorado,
até o sair acompanhado fica mais amável.

Quando os amigos são de diferentes idades ou culturas,
a experiência é mais rica, e isso é aconselhável.

Não importa se são muitos ou poucos,
Pois diante de tamanha qualidade, a quantidade é variável...

Mas ter a sorte de viver entre amigos, isso sim é formidável!”
Set/14