Coleção pessoal de lenazandona
Nós sofremos um bocado durante a vida até acharmos nosso ponto de equilíbrio. Ele não é, necessariamente, passar no vestibular para medicina, ser muito rico ou a festa do final de semana. Hipocrisia seria eu dizer que nada disso importa e que não é incrivelmente maravilhoso. Mas, de nada adianta alcançarmos o suposto sucesso se não mantivermos nossos valores e princípios dignos - os alicerces para o nosso caratér.
As pessoas esquecem que, antes de qualquer realização, há a ética, a integridade, a honestidade; as verdadeires medidoras de um ser humano. Não é só um diploma na faculdade ou um saldo na conta altíssimo que dizem se uma pessoa "presta" ou não. Tê-los, somente, sem o principal (o interior e os pensamentos) é como não ter nada. Afinal, o fundamento e mecanismo da nossa vida se baseiam em seguir o que nossos valores éticos e morais "mandam".
O fato é que buscar a vida de uma maneira apenas superficial é supérfluo; a busca deve ser, incessantemente, pelo que somos e temos, pelos príncipios inerentes a nós. Antes de julgarmos apenas o que é trazido com uma pessoa, deve-se analisar o que tem dentro dela.
Amor. Esse é aquele tipo de assunto que vai, vem e sempre retornamos a falar sobre ele. Deve ser porque ele nunca foi totalmente resolvido, solucionado; mas querendo ou não, sempre temos ele por perto. Amar em si não deveria ser tão complicado... É só ela se apaixonar por ele, ele por ela, e pronto! Viveriam felizes para sempre, como num verdadeiro conto de fadas. O problema que aqui nem tudo é tão surreal, nem tudo é tão lindo e inconseqüente. Aqui não existem príncipes (educados, lindos, inteligentes e divertidos) e princesas (educadas, lindas, inteligentes e divertidas). Aqui todo mundo é de carne e osso, e alguns de coração também - a maioria mais carne do que coração. Aqui o amor não é encarado como divino, dádiva e presente dos céus, é tido como aquele que só faz sofrer.
Por que será que dificultamos tudo? Acordamos pela manhã, damos um beijo no amado, passamos o dia estressados e irritados, chegamos no final do dia e descarregamos tudo em cima daquele que sempre esteve com nós nos momentos ruins, aí ele se irrita e termina tudo. Choramos, sofremos, esperneamos. Aquele "viveram felizes para sempre" teve um final, como num livro - mas o nosso final nem sempre é bom e previsível. "Por que isso só acontece comigo? Será que só eu faço coisa errada?". Grande engano. Isso é universal.
A questão é até que ponto depositamos nossa expectativa em cima daquilo que era pra nos fazer bem. Normal. Mas a troco de quê? Se esperarmos a vida inteira pelo príncipe saído de um cavalo alado, viveremos encalhadas, resmungonas e rabugentas. Adiantou passar o tempo reclamando daquele que não deu um beijo na hora certa e terminar um namoro por superfluidade? Que nada! A gente tem é que gritar pra todo mundo que aquele que não te deu um beijo na hora certa é aquele que te enche de abraços nas horas incertas e inesperadas; que a gente não passou a vida inteira esperando por uma perfeição que não viria, mas abrimos o coração para aquele que ofereceu o amor - sim! O "causador do sofrimento".
O assunto amor é clichê, sempre vai ser e não há fórmulas para o tirar da boca do povo; até cada um aprender que a perfeição não existe, e que como nós não a possuimos, não podemos exigir de mais ninguém. Que o príncipe - o imperfeito - é esse que está bem do seu lado... agora só resta à gente abrir os olhos pra enxergar o cavalo alado!
Demora um certo tempo até que nos liguemos de que as promessas de que nunca mais iríamos nos apaixonar eram vãs. Jurávamos que era o último pé-na-bunda, que ia ser o último telefonema e o último cara de nossas vidas. Seríamos independentes; já que somos inteiras, não é? Grande e inútil mentira.
A gente não sabia - ou fingia - que nem todos eram charlatães e cafajestes, nem todos tinham a pretensão de acabar com a gente. Descobrimos, surpreendentemente, que há uma pessoa que supera todas as nossas expectativas, que vai além do que acreditávamos ser amor; pensávamos que tudo tinha de ser como num conto de fadas, romântico e carinhoso, ou seja: perfeito. Mais uma besteira que acumulamos durante a nossa vida. O perfeito não é esbanjar o romantismo pra que todos vejam, é, na interioridade, poder ser quem sempre fomos, pensar e dizer o que queremos, sem ter de criar personagem algum. É, na essencialidade, ter um amigo, num namorado, um cúmplice, um amor; um verossímil significado da felicidade.
É incrível como, depois de desacreditarmos na magnitude do amor, deparamo-nos com uma realidade não tão romântica quanto esperávamos, entretanto, real. Percebemos que, praticamente, se somarmos todos os homens que superam expectativas para cada uma das mulheres, notamos que nenhum sobra para poder ser chamado de cafajeste. Concluindo, então, que os homens não necessariamente não prestam, só não prestam para você. Eles são perfeitos individualmente para cada uma de nós.
É muito difícil fazer sua cabeça e
seu coração trabalharem juntos.
No meu caso, eles não são nem amigos.
(Crimes e Pecados)
Um amigo falso e maldoso é mais temível que um animal selvagem; o animal pode ferir seu corpo, mas um falso amigo irá ferir sua alma.
Já falou-se tanto em amor, amizade e paixão...
Que tal falarmos do que não é amor?
Se você precisa de alguém para ser feliz, isso não é amor
É CARÊNCIA.
Se você tem ciúme, insegurança e faz qualquer coisa para conservar alguém ao seu lado, mesmo sabendo que não é amado, e ainda diz que confia nessa pessoa, mas não nos outros, que lhe parecem todos rivais, isso não é amor
É FALTA DE AMOR-PRÓPRIO.
Se você acredita que sua vida fica vazia sem essa pessoa; não consegue se imaginar sozinho e mantém um relacionamento que já acabou só porque não tem vida própria - existe em função do outro - isso não é amor
É DEPENDÊNCIA.
Se você acha que o ser amado lhe pertence; sente-se dono(a) e senhor(a) de sua vida e de seu corpo; não lhe dá o direito de se expressar, de ter escolhas, só para afirmar seu domínio, isso não é amor
É EGOÍSMO.
Se você não sente desejo; não se realiza sexualmente; prefere nem ter relações sexuais com essa pessoa, porém sente algum prazer em estar ao lado dela, isso não é amor
É AMIZADE.
Se vocês discutem por qualquer motivo; morrem de ciúmes um do outro e brigam por qualquer coisa; nem sempre fazem os mesmos planos; discordam em diversas situações; não gostam de fazer as mesmas coisas ou ir aos mesmos lugares, mas sexualmente combinam perfeitamente, isso não é amor
É DESEJO.
Se seu coração palpita mais forte; o suor torna-se intenso; sua temperatura sobe e desce vertiginosamente, apenas em pensar na outra pessoa, isso não é amor
É PAIXÃO.
Agora, sabendo o que não é o amor, fica mais fácil analisar, verificar o que esta acontecendo e procurar resolver a situação. Mesmo que a situação se confunda às vezes para você, o correto é que avalie a "PRESENÇA" e a "AUSÊNCIA" de seu par na sua vida e diante do resultado de seus sentimentos irá perceber se algumas das situações acima são temporárias ou caracterizam definitivamente seu tipo de relacionamento. Porque a "convivência" faz com que o tempo transforme o que é AMOR em ETERNIDADE.