Coleção pessoal de Lemostata
Eu escrevo como quem beija.
Um beijo longo, demorado, carinhoso.
Um beijo desses de língua.
A língua se movimenta lentamente
e me permite um gosto
ao mesmo tempo do outro
e de mim mesma.
Do outro que me encontra
neste texto
e do que há em mim que permite o encontro.
Eu escrevo como quem vive.
Assim, simples,
fazendo um texto de vida,
na vida.
Às vezes, penso,
afinal, que texto é esse que eu produzo?
Que vida é essa agenciada
pelo sabor das palavras compartilhadas,
sussurradas, como um afago?
Quem é esse outro que me encontra
e quem sou esse eu mesma que se expressa,
que se entrega...
Nesse delicioso beijo de língua?
Nesse movimento que, afinal,
eu mesma provoco?
O gosto vem do meu movimento mesmo
associado ao movimento do outro.
Quando escrevo, eu me inscrevo.
Fica também o meu gosto
no gosto da língua do outro.
E isso me remete a não querer parar de escrever. Nunca.
(Maria Luiza Cardinale Baptista)
A insatisfação é algo que não se entende, más, existe. Daí surge esses amores de carência, passageiros,avassaladores, tão possíveis que se tornam impossíveis e medíocres, algo bobo, vazio, sem graça nem nexo, mas, os tolos de embriagam nesse sentimento. Procuram tanto isso nas pessoas e acabam ficando sozinhos e a culpa é sempre do outro. Ah! Amores vazios a fim de preencher tudo e nunca preenchem nada!
O amor nunca morre de morte natural. Añais Nin estava certa.
Morre porque o matamos ou o deixamos morrer.
Morre envenenado pela angústia. Morre enforcado pelo abraço. Morre esfaqueado pelas costas. Morre eletrocutado pela sinceridade. Morre atropelado pela grosseria. Morre sufocado pela desavença.
Mortes patéticas, cruéis, sem obituário e missa de sétimo dia.
Mortes sem sangramento. Lavadas. Com os ossos e as lembranças deslocados.
O amor não morre de velhice, em paz com a cama e com a fortuna dos dedos.
Morre com um beijo dado sem ênfase. Um dia morno. Uma indiferença. Uma conversa surda. Morre porque queremos que morra. Decidimos que ele está morto. Facilitamos seu estremecimento.
O amor não poderia morrer, ele não tem fim. Nós que criamos a despedida por não suportar sua longevidade. Por invejar que ele seja maior do que a nossa vida.
O fim do amor não será suicídio. O amor é sempre homicídio. A boca estará estranhamente carregada.
Repassei os olhos pelos meus namoros e casamentos. Permiti que o amor morresse. Eu o vi indo para o mar de noite e não socorri. Eu vi que ele poderia escorregar dos andares da memória e não apressei o corrimão. Não avisei o amor no primeiro sinal de fraqueza. No primeiro acidente. Aceitei que desmoronasse, não levantei as ruínas sobre o passado. Fui orgulhoso e não me arrependi. Meu orgulho não salvou ninguém. O orgulho não salva, o orgulho coleciona mortos.
No mínimo, merecia ser incriminado por omissão.
Mas talvez eu tenha matado meus amores. Seja um serial killer. Perigoso, silencioso, como todos os amantes, com aparência inofensiva de balconista. Fiz da dor uma alegria quando não restava alegria.
Mato; não confesso e repito os rituais. Escondo o corpo dela em meu próprio corpo. Durmo suando frio e disfarço que foi um pesadelo. Desfaço as pistas e suspeitas assim que termino o relacionamento. Queimo o que fui. E recomeço, com a certeza de que não houve testemunhas.
Mato porque não tolero o contraponto. A divergência. Mato porque ela conheceu meu lado escuro e estou envergonhado. Mato e mudo de personalidade, ao invés de conviver com minhas personalidades inacabadas e falhas.
Mato porque aguardava o elogio e recebia de volta a verdade.
O amor é perigoso para quem não resolveu seus problemas. O amor delata, o amor incomoda, o amor ofende, fala as coisas mais extraordinárias sem recuar. O amor é a boca suja. O amor repetirá na cozinha o que foi contado em segredo no quarto. O amor vai abrir o assoalho, o porão proibido, fazer faxina em sua casa. Colocar fora o que precisava, reintegrar ao armário o que temia rever.
O amor é sempre assassinado. Para confiarmos a nossa vida para outra pessoa, devemos saber o que fizemos antes com ela.
"Porque amor é justamente isso. É ficar inseguro, é ter aquele medo de perder a pessoa todo dia, é ter medo de se perder todo dia. É você se ver mergulhado, enredado, em algo que você não tem mais controle."
A vida prega cada peça na gente pra medir o tamanho da nossa fé, pra ver até que ponto somos capazes de acreditar e suportar as dores, ela nos coloca tanto sofrimento pra ver a forma em que nós o encaramos . Se fraquejarmos a um minúsculo obstáculo, ela nos abandona, pois ninguém gosta de covardes e para encarar a vida é preciso ser forte. Se formos fortes desde o começo ela nos lança obstáculos maiores até chegar ao ponto em que não aguentamos mais e suplicamos para que aquele sofrimento acabe, aí então recebemos aplausos e a vida nos coloca numa primavera sem fim onde conseguimos tudo o que sempre almejamos. Parece bobagem, más, uma única palavra faz toda a diferença para vencermos os obstáculos e suportarmos qualquer dor, essa palavra é ACREDITAR.
Oh, olhos malditos
Que tira meu sono
Me ensinou o que é o amor
E o que é o abandono.
Oh, malditos olhos
Que eu busco tanto
Que rouba meu fôlego
E me causa espanto;
Malditos olhos verdes daquela criatura
Que me causa delírios;
Me levando a loucura.
A utopia me leva além do infinito
Sofro muito por amar
Esses olhos malditos.
Soneto da Saudade
Sentir saudade,é querer te ver
É procurá-lo em todo lugar
Esperando te encontrar
É amar apenas você;
É chorar, é querer
É buscar no sorriso de alguém
Algo q a gente não tem
Más que pertence a você;
É querer viver eternamente
É estar com a pessoa amada
E viver intensamente;
Porém, so se sente saudade
Quando existe a distância
E se ama de verdade
A tua alma é tão pura, tão transparente que eu consigo aprofundar enxergar tudo o que você sente, sei o que te aflige, sei teus medos, tuas mágoas, tuas tristezas. Você entrou como um anjo na minha vida, é como se eu fechasse os olhos e viajasse pro teu lado.
Nós jovens, estamos sendo dominados por essa nova “Era da Informação”, onde estamos cada vez mais sem motivação, não sei o que acontece, mas parece que cada vez que o planeta evolui, nós evoluímos e nos tornamos cada vez mais burros, é uma “doença incurável”... Escrevemos errado, falamos errado, pensamos errado, isto é, quando pensamos porque estamos nos tornando pessoas incapazes de formar opinião. Estamos vivendo uma “Era Matrix”. Os espertos (minoria) comandam os tolos (maioria), o fútil e superficial se tornou bonito, enquanto ter conteúdo se torna dispensável. Falamos tanto da tal Era da Tecnologia onde para mim isso é apenas uma maneira bonita de dizer era da preguiça e da burrice.
Existem dois tipos de pessoas: As pessoas-sol e as pessoas-nuvens. As pessoas-sol são aquelas que nasceram para brilhar, são pessoas iluminadas que mesmo vindo à escuridão da noite e escondendo o seu brilho, elas sabem que no outro dia voltarão mais radiantes, são pessoas que trazem alegria, que causam felicidade onde é que estejam. As pessoas-nuvens são aquelas transparentes, quase invisíveis, que têm sua função e espaço, más, acabam por tentar apagar e esconder o brilho das pessoas – sol. Estas são pessoas perdidas que acumulam ódio, rancor durante muito tempo e transbordam de repente feito tempestade. Todos nós nascemos pessoas – sol, alguns continuam sendo, porém, outros se tornam pessoas-nuvens à medida que a vida coloca obstáculos em seu caminho.