Coleção pessoal de Leiria
Você nunca deve esperar por governos ou instituições para resolver os problemas, toda mudança social vem da paixão das pessoas.
Nunca duvide que um pequeno grupo de pessoas conscientes e engajadas possa mudar o mundo. De fato, sempre foi assim que o mundo mudou.
As mesmas pessoas que marcharam pelos direitos civis nos Estados Unidos são as mesmas pessoas que protestaram contra o apartheid na África do Sul, que são as mesmas pessoas que trabalharam para a paz na Irlanda, e são as mesmas pessoas que lutaram contra a escravidão por dívida no 'Jubileu' do ano 2000 , que são as mesmas pessoas bonitas que eu vejo quando olho em volta deste lugar hoje à noite em 360 graus.
Nós somos aqueles povos. NÓS somos a mesma pessoa. Porque nossas vozes foram ouvidas por milhões de nossos irmãos e irmãs que estão vivos graças ao milagre dos remédios da AIDS e remédios contra a malária. Ahhhh! Eles serão os médicos, eles serão os enfermeiros, eles serão os cientistas que vão viver para resolver grandes problemas. Sim, há muitos obstáculos. Claro, sempre há bloqueios de estradas no caminho da justiça. Mas Deus vai colocar um vento na nossa volta e uma estrada que vai em frente, se trabalharmos com os outros como UM ... UM!
(Na turnê mundial U2 360°, a canção "One" ou "Where The Streets Have No Name" é precedida por um vídeo do Arcebispo Desmond Tutu falando sobre a ajuda à África e à Campanha One, pela erradicação da pobreza e da Aids.)
A opção pacífica perde o sentido se não tem a possibilidade de ser eficaz. A violência é inquietante e inaceitável. Até mesmo, num único caso de homicídio, já é um caso de morte a mais do que podemos aceitar. Não há lugar para neutralidade. Quando você diz que é neutro em relação a uma injustiça ou opressão, você decidiu apoiar o status quo do injusto. Não queremos ser amados por sermos bons. Somos bons porque somos amados. Quando você se recusa a partilhar alguma coisa, corre o risco de perder tudo.
Nós lutamos contra o apartheid porque estávamos sendo acusados de algo que não podíamos fazer nada sobre. É o mesmo com a homossexualidade. A orientação é dada, não é uma questão de escolha. Seria louco alguém escolher ser gay com a homofobia que temos hoje.
Se ficarmos neutros perante uma injustiça, escolhemos o lado do opressor. Se o elefante está pisando o rabo do camundongo e nós nos pronunciamos neutros, com certeza o camundongo não apreciará tal neutralidade.
E ele sabia também o que o velho estava pensando enquanto suas lágrimas corriam, e ele, Rieux, pensava também: que um mundo sem amor é um mundo morto e sempre chega uma hora em que se está cansado das prisões, do próprio trabalho e da devoção ao dever e tudo o que se deseja é um rosto amado, o calor e a maravilha de um coração amoroso.
"Estendia-me, olhava através da janela, procurava interessar-me pelo que via. O céu tornava-se verde, a noite chegava. Voltava a fazer um esforço para mudar o curso dos meus pensamentos. Punha-me a escutar o coração. Não era capaz de imaginar que este barulho compassado, que me acompanhava há tanto tempo, podia um dia cessar. Nunca tive verdadeira imaginação. Mas, tentava imaginar, não obstante, o segundo em que o bater do coração já se me não prolongaria na cabeça. Em vão. Acabava por chegar à conclusão de que o mais razoável era ainda não me tentar dominar"
Os intelectuais fazem a teoria, as massas a economia. Finalmente, os intelectuais utilizam as massas e através deles a teoria utiliza a economia.
Por isso é-lhes necessário manter o estado de sítio e a servidão econômica - para que as massas continuem a ser massas manobráveis.
É bem certo que a economia constitui a matéria da história. As ideias contentam-se com conduzi-la.
Camus (teoria e prática)
Só há um problema filosófico verdadeiramente sério: o suicídio. Julgar se a vida merece ou não ser vivida é responder uma questão fundamental da filosofia. O resto, se o mundo tem três dimensões, se o espírito tem nove ou doze categorias, vem depois. Trata-se de jogos; é preciso primeiro responder. E se é verdade, como quer Nietzsche, que um filósofo, para ser estimado, deve pregar com o seu exemplo, percebe-se a importância dessa reposta, porque ela vai anteceder o gesto definitivo. São evidências sensíveis ao coração, mas é preciso ir mais fundo até torná-las claras para o espírito. Se eu me pergunto por que julgo que tal questão é mais premente que tal outra, respondo que é pelas ações a que ela se compromete. Nunca vi ninguém morrer por causa do argumento ontológico. Galileu, que sustentava uma verdade científica importante, abjurou dela com a maior tranqüilidade assim que viu sua vida em perigo. Em certo sentido, fez bem. Essa verdade não valia o risco da fogueira. Qual deles, a Terra ou o Sol gira em redor do outro, é-nos profundamente indiferente.
Não há grandes dores, nem grandes arrependimentos, nem grandes recordações. Tudo se esquece, até mesmo os grandes amores. É o que há de triste e ao mesmo tempo de exaltante na vida. Há apenas uma certa maneira de ver as coisas, e ela surge de vez em quando. É por isso que, apesar de tudo, é bom ter tido um grande amor, uma paixão infeliz na vida. Isso constitui pelo menos um álibi para os desesperos sem razão que se apoderam de nós.
Já se disse que as grandes idéias vêm ao mundo mansamente, como pombas. Talvez, então, se ouvirmos com atenção, escutaremos, em meio ao estrépito de impérios e nações, um discreto bater de asas, o suave acordar da vida e da esperança. Alguns dirão que tal esperança, jaz numa nação; outros, num homem. Eu creio, ao contrário, que ela é despertada, revivificada, alimentada por milhões de indivíduos solitários, cujos atos e trabalho, diariamente, negam as fronteiras e as implicações mais cruas da história. Como resultado, brilha por um breve momento a verdade, sempre ameaçada, de que cada e todo homem, sobre a base de seus próprios sofrimentos e alegrias, constrói para todos.
Respiro a única felicidade que sou capaz - uma consciência atenciosa e cordial. Passeio o dia todo(...) cada ser que encontro, cada cheiro dessa rua, tudo é pretexto para amar sem medida. Jovens mulheres supervisionam uma colônia de férias, a trombeta do vendedor de sorvetes, as barracas de frutas, melancias vermelhas com caroços negros, uvas translúcidas e meladas - tantos apoios para quem não sabe ser só. Mas a flauta ácida e terna das cigarras, o perfume de águas e de estrelas que se encontram nas noites de setembro, os caminhos aromáticos entre as árvores de pistache e os juncos. tantos sinais de amor para quem é forçado a ser só.
Não existe pátria para quem desespera e, quanto a mim, sei que o mar me precede e me segue, e minha loucura está sempre pronta. Aqueles que se amam e são separados podem viver sua dor, mas isso não é desespero: eles sabem que o amor existe. Eis porque sofro, de olhos secos, este exílio. Espero ainda. Um dia chega, enfim...