Coleção pessoal de leandroschwarz
Quando um homem age de maneiras que nos incomodam, desejamos considerá-lo mau. Nós nos refutamos a encarar o fato de que seu comportamento irritante é o resultado de causas antecedentes que, se você as seguir por tempo suficiente, o levará além do momento de seu nascimento e, portanto, a eventos pelos quais ele não pode ser responsabilizado por qualquer estiramento da imaginação. Quando um automóvel não liga, não atribuímos seu comportamento irritante ao pecado. Nós não dizemos, você é um carro perverso, e você não pode ter mais gasolina até que você vá.
Gostaria de ver um mundo em que a educação tivesse por objetivo antes a liberdade mental do que o encarceramento do espírito dos jovens numa rígida armadura de dogmas, que tem em vista protegê-los, através da vida, contra os dardos das provas imparciais. O mundo precisa de corações e de cérebros francos,
e não é mediante sistemas rígidos, quer sejam velhos ou novos, que isso pode ser conseguido.
[Bertrand Russell in: Porque não sou cristão - Prefácio]
Se uma opinião contrária à sua própria faz você sentir raiva, isso é um sinal de que você está subconscientemente ciente de não ter nenhuma boa razão para pensar como pensa. Se alguém afirma que dois e dois são cinco, ou que a Islândia está na linha do equador, você sente pena ao invés de raiva. As controvérsias mais selvagens são aquelas onde nenhum dos dois lados possuem boas evidências. A perseguição é usada na teologia, não em aritmética, porque na aritmética há conhecimento, mas na teologia existe apenas opinião. Assim, sempre que você se ver ficando com raiva devido a uma diferença de opinião, esteja alerta; provavelmente você vai descobrir, em exame, que a sua crença está indo além do que a evidência garante.
De todas as características que são vulgares na natureza humana a inveja é a mais desgraçada. O invejoso não só deseja provocar o infortúnio e o provoca sempre que o pode fazer impunemente, como também se torna infeliz por causa da sua inveja. Em vez de sentir prazer com o que possui, sofre com o que os outros têm. Se puder, priva os outros das suas vantagens, o que para ele é tão desejável como assegurar as mesmas vantagens para si próprio. Se uma tal paixão toma proporções desmedidas, torna-se fatal a todo o mérito e mesmo ao exercício do talento mais excepcional.
Há muitas espécies de liberdade. Umas tem o mundo de menos, outras tem o mundo de mais. Mas ao dizer que pode haver mais de uma certa espécie de liberdade, devo apressar-me a acrescentar que a única espécie de liberdade que considero indesejável é aquela que permite diminuir a liberdade de outrem, por exemplo, a liberdade de fazer escravos.
(Realidade e Ficção)
O processo que levou uma célula a se transformar no homem é considerado um progresso pelos cientistas - se a célula concordaria com essa opinião, não se sabe!
Não tenhas medo de possuir opiniões excêntricas, pois todas as opiniões hoje aceitas foram um dia consideradas excêntricas.
É importante aprender a não se aborrecer com opiniões diferentes das suas, mas dispor-se a trabalhar para entender como elas surgiram. Se depois de entendê-las ainda lhe parecerem falsas, então poderá combate-las com mais eficiência do que se você tivesse se mantido simplesmente chocado.
Sem o seu abraço que conforta, sem os seus beijos que me enchem de alegria e amor, sem a sua companhia. Não consigo mais imaginar um futuro em que você não esteja, porque você sempre está lá!
O mundo tem gente demais,
Acreditando em coisas demais,
Se houvesse menos gente acreditando em menos coisas,
Talvez tudo fosse melhor!
Grande parte dos maiores males que o homem tem infligido sobre o homem surgiu de pessoas que se sentiam absolutamente certas sobre algo que, na realidade, era falso.
Moralistas são pessoas que renunciam às alegrias corriqueiras para poder, sem culpa e recriminação, estragar a alegria dos outros.
Muitos ortodoxos falam como se fosse obrigação dos céticos contraprovar dogmas consagrados, e não dos dogmáticos comprová-los. Isso é, claro, um equívoco. Se eu sugerisse que entre a Terra e Marte há um bule de chá chinês rodando em torno do Sol numa órbita elíptica, ninguém seria capaz de contraprovar minha afirmação, desde que eu tenha tido o cuidado de acrescentar que o bule é pequeno demais para ser revelado até pelos nossos telescópios mais potentes. Mas, se eu prosseguisse dizendo que, como minha afirmação não pode ser contraprovada, é uma presunção intolerável por parte da razão humana duvidar dela, imediatamente achariam que eu estava falando maluquices. Se, porém, a existência do bule tivesse sido declarada em livros antigos, ensinada como a verdade sagrada todos os domingos e instilada na cabeça das crianças na escola, a hesitação em acreditar em sua existência se tornaria um traço de excentricidade e garantiria ao questionador o atendimento por psiquiatras numa era esclarecida ou por um inquisidor em eras anteriores.