Coleção pessoal de leandroflores

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⁠Senhô, seu doutô,
Venho aqui te perguntá
Pro que é que existe fome
E um país tão desiguá?

Dizem que o Brasil
Tá endividado,
Quebrado, sentenciado,
Que todo ano gasta uma fortuna
Pra pagá juros de bacana
Dessa dívida de barco furado.

Agora te pergunto:
Que dívida é essa
Que a gente nunca termina de pagá?

Quem foi que comprô fiado
E nunca mais voltô pra acertá?
Um caloteiro miserável desse tinha mesmo é que se lascá...

Oxe, como pode um país rico igual o nosso,
Que só arrecada trilhão,
Com tanta gente passando fome,
Chega a sê humilhação.

Vamo acabá com essa paiaçada
E fazê uma renda de distribuição.

Se tá devendo, meu compadre, tem que pagá,
Agora num vem com essa desculpa esfarrapada
De que o país num tem recurso
Prum pobre comprá um pão.

Ofertá escola, lazer, saúde de qualidade
É obrigação...
Inclusive tá até na Constituição.
Mas acho que isso é demagogia,
Coisas que colocam lá
Pro pobre achá que tem direito
E exercê a tal cidadania.

Que diabo de cidadania é essa, homi,
Que só serve pro pobre no dia de votá?
Depois que passa a eleição, pronto, acabô a consideração...
E o povo fica esquecido, sem voz, nem solução.

Que miséria de direito é esse
Que não consigo usufruí,
Que só serve pra mantê a mamata
E sustentá vagabundo por aí.

Dizem que a cultura é cara, difícil de bancá,
Mas só favorece quem já tá na estrada, fazendo sucesso e botando pra quebrá.
Eu, por exemplo, sô artista independente, um simples poeta que luta pra existí,
E quando peço apoio, dizem que não dá pra investí:
"Orçamento tá apertado, a crise foi de arrasá,
Quem sabe no ano que vem a gente possa te ajudá."

Ora, dotô, e essa tal Lei Rouanet,
Que devia me apoiá, senhô, mesmo sabe que artista amadô neste país
Fica sem nada, sem apoio, sem chão,
Enquanto os grandes lá da mídia só sabem é faturá e influenciá a população.

Outra coisa:
Dizem que falta dinheiro, que a previdência está quebrada,
Ai eu te pergunto: e o véio que trabalhô a vida toda não merece tê uma vida descansada?

Dinheiro existe sim, seu doutô, mas nunca chega por aqui,
Só circula entre poucos, onde o povo num pode ir.

E não venha me dizê que tô errado,
Porque o recurso some nas mãos dos poderosos, enquanto o povo fica aí apertado.

Distribuição de renda é urgente, essa seria a solução,
Mas quem paga o pato somo nós, sem nem mesmo tê condição.

E assim seguimo lutando, com arte e cidadania,
Sonhando com um Brasil justo, sem fome e hipocrisia.
Pra finalizá, vô aproveitá e te perguntá:
Até quando essa injustiça vai durá?
Se o senhô tem o podê, é só querê e mudá,
Porque quem manda pode sim fazê o povo melhorá.
E esses são os meus versos em forma de protesto pro o senhô matutá.

⁠Abracei ela com o mar, abracei o mar com ela, engoli a cidade ao seu lado, vomitei...

⁠Não sou a favor da autonomia do Banco Central porque quem governa um país, por óbvio, são os governos, eleitos democraticamente pelo povo, não os bancos...

⁠Adeus MELODIA! Vá buscar mais inspiração para gente não morrer de tédio...

⁠Poesia é qualquer texto que contém uma MENSAGEM. Mas, essa mensagem precisa encher o coração, senão não é poesia, é rabisco.

⁠É bom quando a gente encontra um sinal de poesia nesta frequência insana da vida...

⁠A vida é o seu único e irremediável tesouro. O maior de todos!
Viver é ter a possibilidade dos sonhos, os sonhos trazem pulsões, as pulsões, as reações.
Reagir é a gênese do viver. É de tudo, o começo e a ponte para o ápice.

⁠"Se você respeita as suas vontades, não se autoflagela, você é livre para se entregar (por prazer e por alma)."

⁠Ela mexe nos cabelos com tanta graça que não quis fazer mais nada naquele momento, senão observá-la. Era quase um gozo vê-la, graciosamente, tocando seus cabelos... a delicadeza de um gesto, coisas simples, naturais, mas com a elegância de mulher, de menina...
Fiquei, então, com uma vontade sublime de traduzi-la em versos e desenhar suas curvas no coração da poesia.

⁠O mundo da lua é mesmo fascinante. Acho que vou ficar aqui por uns tempos. Ainda bem que me desconectei daquele mundo cibernético e vicioso no qual eu vivia. Todas as noites, pego o meu cavalo de tróia ou o meu foguete de papelão e saio por ai aos quatro ventos em busca de novos horizontes, de novas aventuras, de novas inspirações. Igualzinho aquele tempo em que era o personagem principal de seus poemas, lembra? Bons tempos aqueles! Tenho vontade de voltar ao tempo, trancar-me dentro das capas dos livros e ser novamente herói ou vilão de uma história criada por poetas malucos feito eu e você.

Leandro Flores
Carta Prosopopeia
20-10-13

⁠DESTITUIÇÃO


E eles foram coroados
Em meu próprio reinado.
De rei, passei a ser súdito,
Sem poder me defender,
Eles atiraram pedras,
Era senhor e me tornei escravo
Dos meus próprios subordinados.


FLORES, Leandro - Sorriso de Pedra - A outra face de um poeta, Agilite, Belo Horizonte/MG, 2014;

⁠Depois de uma longa viagem, passando por caminhos tortuosos, naquela ansiedade de chegar, de encontrar uma cama quentinha, um colo macio, uma comidinha preparada exclusivamente para mim...
Depois de horas e horas na estrada, com o coração acelerado e as vistas cansadas de paisagens vencidas, enfim, eu chego.

Ela já espera no portão, naquele hábito de sempre, de se jogar sobre a moto e de beijar-me desesperadamente.

Aquela sua alegria de visita inesperada, de oportunidade rara, de quem demora para aparecer é uma coisa encantadora.

Certamente o dia será de festa, ou melhor, a noite porque a saudade há muito tempo tem ficado na espreita, pelo portão...

E agora, ali pertinho, no aconchego de meus braços, ela sorrir satisfeita, não apenas pela noite, mas pela eternidade daquele instante que já tinha virando saudade antes mesmo de acontecer...

Você começa a perceber QUE A POLÍTICA vai ser um DESASTRE, quando quem se diz representá-la passa a confundir função com propriedade, coerência e respeito com zombamento, pirraça e provocação a quem pensa de maneira contrária. Político eleito é instituição, não um vencedor de APOSTAS.

⁠Encontre alguém que seja o seu maior admirador. Permita-se ser feliz, você merece ter alguém assim. Por tudo que já passou... que já viveu. É a sua vez de confiar no amor. Você é linda, intensa, especial para caramba. Então, nada de errado em se sentir feliz, plena, realizada ao lado de um homem bacana, que te valoriza, que te ama de verdade, que preenche todos os seus espaços vazios, sem faltas e sem excessos.

⁠Já faz algum tempo que não escrevo nada. Ando tão sem inspiração, preguiçoso, insolente, com tudo. Mil e uma histórias para contar, a vida disparada em assuntos e eu aqui nesse rabujo literário, em cacos com minha alma. Ando muito desanimado. De saco cheio de tudo. Né depressão não. Nem problema psicológico. Talvez seja fase. É isso. Tô de saco cheio de tudo. Até para escrever... eu tava aqui pensando. O motivo deste texto nem era sobre a falta de escrever. Era sobre a minha ingratidão, a minha covardia com as pessoas, com a vida, com Deus, comigo. Tenho adquirido também alguns vícios de caráter. Tenho sido mesquinho comigo mesmo. Do tipo que não dá valor nas coisas que tem e pensando em coisas que não posso, nem devo ter. Isso tem me angustiado muito. Nem são coisas essenciais. Que eu preciso. Acho que nem quero querer, mas quero sem querer mesmo assim. Se eu conseguisse tudo que quero acho que nem ia querer mais. Ia ficar com que tenho hoje, pois eu sei que sou feliz com o que tenho. Só preciso mesmo é assumir isso.

FLORES, Leandro, 2020;

“Em tempos de infecção,
Que o amor seja o único
a se proliferar cem por cento
no coração das pessoas…”

O microfone amanheceu vazio
O taxista não ligou o rádio aquele dia
O caminhoneiro, o motorista que levava
O patrão no trabalho...
O rapaz com o fone de ouvido
dentro do metrô...
Ninguém, absolutamente, ninguém
ligou o rádio aquele dia...
O Brasil perdeu a voz...
A notícia tinha caído do ar...

Leandro Flores
11 de fevereiro de 2019
(em homenagem ao grande jornalista Ricardo Boechat)

"A lama que desce rio abaixo nada mais é
que um vômito desastroso de ganância e hipocrisia..."


Poema "Vale do Feijão", sobre a tragédia ambiental de Brumadinho;

Não podemos deixar que o ódio invada o nosso coração; fique ligado! Só abre a porta se tiver escrito a palavra "amor".

NA TRILHA DA ESPERANÇA

Que todo o ódio se transforme em amor
Que o amor derrame em nós como chuva
Que a chuva lave a maquiagem do mal
Que o mal nunca seja posto no poder
Que o poder contribua para edificação
Que a edificação seja coerente com a razão
Que a razão seja a manifestação da estabilidade
Que a estabilidade nunca retroceda
Que o retrocesso não apareça sob ameaça
Que a ameaça não seja uma censura
Que a censura não nos prive a liberdade
Que a liberdade seja sempre a democracia
Que a democracia seja um fruto do amadurecer
Que o amadurecimento seja nesta estação
Que a estação nos conduza ao infinito
Que o infinito nunca seja ilusão...