Coleção pessoal de Layyy

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Tu tens de saber

Se eu nunca disser “eu te amo”
Ainda saberás disso?
Pois deixo muito claro
E nunca deixarei omisso

Só deixarei de dizer…
Mas se um olhar diz mais
Se um gesto diz mais
Ahh, tu tens de saber!

Até cantaria versos de amor
Se escutasse-me…
E se eu pudesse
Dizer-te ‘segredos de liquidificador’

Mas tens por mim amor de amigo
E dói tanto meu coração
Querer-te de montão
E não ter-te comigo…

Matando flores à toa

Todas as flores que arranquei
Disseram-me que tu me queres bem
Mas e se as flores mentem?

Se a semente mente
E se a muda não fala
Como terei certeza?

Devo confiar na natureza?
Quanto tu pareces não me querer tão bem?
Estou matando flores à toa…

Pupila

O buraco negro do teu olho
Bem que poderia dilatar…
Se já pequeno me atrai
Maior, ah… Maior me sugaria!

Fique do tamanho do meu
Dilate ao me olhar
“Preu” saber que também me queres
Só de olhar pra tua pupila

Adriano e Antínoo

Se eu morresse
Me farias um deus?
Como Adriano fez de Antínoo?

Se eu morresse
Darias meu nome a uma cidade?
Como Adriano fez para Antínoo?

Creio que não
Não quiseres ser meu amado…
Como Adriano era de Antínoo.

E eu não sou teu amante
Tua perdição de 19 anos
Como Adriano via Antínoo.

Coração de Plutão

Te orbito em nona posição
Sou menor ainda que Plutão
Que deixou de ser planeta

Eu nem cheguei a ser…

Ainda consigo sentir teu calor
Mas sinto menos que o rancor
De não ser planeta

Quem não me deixou ser??

Mercúrio es teu amor
Tua paixão, teu querer
E eu sou teu Plutão

Muito, muito longe de você…

Olhos falam mas não escutam

Olhos falam mas não escutam
Se escutassem tu saberias
Que grito ‘te amo’ ao te encarar
Tu me olhas e desvias o olhar

Olhos falam mas não escutam
Talvez deduzam pelo prolongar
E por isso desvias-me o olhar
Tu não me amas de volta…

Olhos falam mas não escutam
Ao menos os teus não querem me escutar…

Guardei

Declarei-te o poema que, a ti, fiz
Pois queria guardar-te para mim
Pois Cícero, aquele infeliz
Fez-me querer-te pertinho assim.

Agora certe estás de que te amo
Oh, céus! Como isso me apavora!
Sabe que, por anos, te aclamo
Como temo perder-te de vista
Como temo ter-te à minha vista
Como temo amar-te agora…

Bom, mas não o melhor…

Sei que não é sua função me agradar
Mas, porque não me escolheu?
Ele não te ama mais do que eu
Não queria estar em segundo lugar…

Quiça eu devesse esquecer disso
Não é bom pra ninguém
E, pensando bem
Já temos um bom compromisso…

Bom, mas não o melhor…

Não irei para o litoral…

Se olhássemos na mesma direção…
Eu não encararia tanto oque há dentro de mim
Não te procuraria em memórias passadas
A não ser que estivesses segurando minha mão

Mas tu não estás aqui comigo
Então continuo a caçar vestígios de ti
Pois não quero esquecer oque vivi contigo
Não irei para o litoral.

Me apoio em Renato Russo de outrora
Pois quero ser feliz, ao menos
Mas como serei sem ti, meu bem?
Não quero que o vento leve tudo embora!

Não irei para o litoral…

Ledo engano

Ledo engano meu
Ao passado que me trouxe a tona
Nunca verdadeiro teu sentir
Funesto furor sinto de ti

Ledo engano meu
Pensar que te comovas
Ao ver-me louca de amor
Um pingo de compaixão seria um favor

Visto que ao meu perceber
Nunca de mim nada quis saber
Tu serias vazio de querer?
Tanto me quis que enjoou
Loucura dizer-te que te amo?
Ledo engano meu
Ledo engano

Não duvide do amor que tenho…

Sinto falta da falta de roteiro
Da espontaneidade
Da nossa amizade
De conhecer-te por inteiro

Meu Luz no fim do túnel
Meu amigo e companheiro
O melhor e maior poeteiro
Por quê quiseste dar-me um anel?

Não precisamos de altar
Tu e todos sabem que te amo
Continue a se mostrar
Quero conhecer todos os teus ramos.

Iremos nos casar
Se um dia eu te quiser preso à mim
Ainda quero ver-te livre, assim
Só não voe para longe do meu olhar…

E se nós nos reconhecêssemos?

E se nós nos reconhecêssemos?
Eu não paro de sonhar com isso
Uma volta no parque, um esbarro no corredor.

E se falássemos de como amadurecemos?
Falássemos doque deixamos omisso
Aposto que seria esclarecedor

Tu fostes meu melhor amigo
E meu primeiro amor
Sei que não es mais o mesmo
Quero esquecer-te, mas não consigo.

Se has de ler minha poesia

Não quero te assustar
Se has de ler minha poesia
Queira ser compreensivo
Pense na vergonha que me irás causar

Se uma pausa for necessária
Para que percebas que es minha sinestesia
Que es alvo desse amor atrevido
Darei-te calma temporária

Mas saibas, meu amor
Que não posso parar por muito tempo
Eu preciso desse sentimento
Eu preciso te amar, beija-flor…

Quarto imaculado

Posso eu dormir no mesmo quarto em que um dia esteve?
Posso eu chorar de dores neste chão em que sentaste?

Me parece tão errado
Ou em meu quarto não deverias tu ter entrado
Ou deveria eu tê-lo mantido imaculado.
Sem descarados desejos e impulsos.

Que eu os releve…
Pois ainda quero-te aqui.

Primeiro amor

Eu tremia ao ouvir teu nome
Eu fugia ao te ver
Eu fiquei sozinha na escada
Não podia ficar perto de você

Agora eu sou um nada
Eu sou ninguém, ninguém me vê.
Sou a espingarda na mesa
O olho na porta, o costumeiro medo.

Ninguém entra, todos saem.
Ainda tremo, fujo e me isolo
Nem em te odiar eu me consolo
Pois volto a sentir tua falta logo cedo.

Placar incoerente

Quero amar quem me ame
Quero amar quem me veja
Quero amar quem possa me entender

Quero amar quem tem teu nome
Quero amar quem como a ti seja
Quero amar quem eu possa entender

Tu não me amas, não me vês e nem me entende.
Tu tens teu nome, es como ti mas não te entendo.

Quatro à dois para ‘não quero te amar’.
Mas não concordo com este placar…

Minha mão esquerda

Às vezes a vejo como galhos tortos de uma árvore
Dedos trincaram e cicatrizaram de um jeito engraçado
Ela monta acordes, desliza em meu cabelo molhado, e segura meu celular
Ela falta te tocar… toque leve, a seu rosto endereçado
Ela quase fala, mas se tivesse boca não diria nada
Eu te tocaria e ela te beijaria apaixonada.

Tu es anjo e eu sou uma pena
Que enlace teu peito em meu peito
Que me ame e me tenha feito
De pena, tuas asas
E eu te liberto, te deleito.

Tu es magia e eu sou trouxa
Como me enfeitiça teu feito
Amarias um ser imperfeito?
Tu me amas, meu bem?
Ou tiras, de mim, proveito?

Tu es chamego e eu sou triste,
Sou condenado e sou suspeito
Quero, de ti, ser afeito
Tu me isenta de quem sou
E eu aprendo a ser teu leito

É só esperar

A poesia não me é natural
Palavras não me habitam
Me visitam quando querem

Curta estadia
Palavras me são tímidas
Nem se dizem, nem se mostram
Mas as sinto, querendo ficar.

Creio não ser hospitaleiro
Quiçá até as pressiono demais
Se eu me deixo só, a pensar
Elas se fazem ser, eu as ouço falar.

As deixarei, elas virão, é só esperar.

Escrevo sobre meu mundo

Queria escrever algo além do amor
Além de você
Além da dor de não te ter

Mas se eu olho pro teto, pra tevê, ‘pruma’ flor…
Lembro de você
Tu es meu viver

Se escrevo sobre ti
Escrevo sobre meu mundo