Coleção pessoal de lasana_lukata
Anvisa
para o mundo abri minha lata de sardinha.
amor e ódio são filhos da mesma placenta,
de forma lenta
se separam,
se preparam,
se confrontam,
têm a mesma carga genética,
mesmo sexo,
mesmas características emocionais.
escrevi estes versos à meia-noite,
são as palavras treva e luz...
a garça eleva o pescoço por amor ou por ódio.
há bicadas amorosas e agressivas,
ambas elevam às alturas.
escrevi por amor
e por ódio.
a Anvisa permite um percentual
de impureza no poema.
Quando me perguntam se está tudo bem como se eu fosse o problema, respondo que comigo sempre está tudo bem, o mundo é que às vezes não está bem comigo!
o cego que não quer ver,
pode ter sido pago para não enxergar;
o mudo, em silêncio,
pode ter sido pago para se omitir.
há uma doença mentalmente transmissível chamada Desânimo e seu agente transmissor é Satanás, ladrão de vitalidade.
o terceiro limpa-para-brisas
a uma narcisista
no céu, dizendo volta,
teu rosto de nuvem
insiste em gotejar
na vidraça dianteira,
o narcisista é um vaivém,
mas, pelo retrovisor-
na vidraça traseira-,
o terceiro limpa-para-brisas
ainda enxuga
temporais do passado.
Deus é bom...
Deus é bom,
mas não ouve mais som;
em bom tom,
Deus não ouve mais som;
em bom som,
Deus não ouve mais som;
alta voz,
Deus não ouve mais som;
pode gritar,
Deus não ouve mais som;
Deus não é ".com"
a inteligência é a habilidade em tirar partido das circunstâncias. Quem tira partido das circunstâncias de fragilidade emocional não é inteligente, mas astuto; não visa o bem, mas o engano.
Muitos confundem crescimento com inchaço, inchaço é doença; muitos confundem astúcia com inteligência: a inteligência visa o bem, a astúcia, o engano.
como a lacraia cortada ao meio,
assim é Satanás,
metade anda para a frente,
metade para trás,
injetando a verdade
misturada com mentira.
Não sei de onde tirei a ideia de que poderia caminhar ao seu lado.
Creio que em delírios, carrego nos meus braços o esqueleto da Esperança.
quebra palavras contra os muros;
escreve entre quatro paredes,
mas no quarto há uma rachadura,
por onde entra a voz do povo.