Coleção pessoal de Laislxavier
Além
Não arquiteto caminhos
e arranha-céus
Minha engenharia é restringida:
edifico um poema
com muito esforço.
Em tempos de alegria escassa
suspiro versos.
Provoco a consternação
calmamente,
minha liberdade se ampara na música
Sofro demais quando estou longe de mim.
Afundo(u)
Sem pretérito, sem pretexto. Deslembre a cólera infantil, o temor esperado, previsível da frase satisfeita.
Deslembre o modelo, a cartilha, a liberdade com um aviso prévio estampado em sua cara, o desagrado, a desvalor do afeto.
Atente para a distância. Submeta-se ao tempo.
Floresça.
Compreenda a marcha, erga a bandeira, defenda o valor da ousadia. Sem mais não seja menos.
E se não entender, persista, insista.
O navio sem capitão sempre vai à deriva.
Destino
Elas estavam com as asinhas praticamente retalhadas pelo forte vento, voaram incansavelmentepor longos dias e noites frias, até encontrarem um cacho retrô de lâmpadas incandescentes,com a seguinte descrição em vermelho, rabiscada num pequeno graveto:
Dá-me luz. Moradia para mariposas!
Dedicado a Laís Xavier:
"Lá, La(ís)?
Entre tantos papeis e personagens, existe um mistério:
Quem é ela?
Entre exclamações e reticências, a interrogação.
Sensibilidade e arte em sua base.
O seu nome é liberdade.
Ingenuidade ou malícia?
Criança ou mulher?
Amor, amante e amiga.
Paixão e compaixão.
Nos extremos do universo, a encontramos.
Recitamos a poesia de sua alma.
Sonhadora,
Libriana,
Sua função é amar,
Liderar.
Dom da palavra, dom da inteligência.
Retina de caçadora.
Idealista, sedutora.
Justiça e igualdade,
Natureza de sutilidade,
Meio-termo e semitons,
Sinceridade e coragem.
És como a Lua, cheia de fases.
És como sol, com luz própria.
Metade sim, metade talvez, não é quase nunca.
?"
Visita rápida
Hoje o pássaro veio me visitar.
A saudade o atormentou e logo ele chegou.
Entre cores e barulho ele se viu encantado,
Logo pousou ao meu lado,
Mas algo lhe chamava, e de longe eu escutava,
Era a liberdade, a recrutar:
“Venha e aproveite enquanto podes voar.”