Coleção pessoal de KSF

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⁠Tua resposta me machucou, meras palavras mesmo que pensadas feriram meu ser.

Angústia e remorso me tomaram, aceitar sua rejeição doía, pois no dia fui o mais sincero com meus sentimentos e no fim foram pisados.

No fim desisti de ti, se eu realmente a amava, tinha que deixar parte. Compreende que não era pra ser eu, com o tempo esse sentimento se esvaiu com a dor que você deixou.

Gostei de entender meu sentimento, o amor que lhe ofereci, o não que recebi e a dor que me consumiu e que com o tempo sumiu.

E, como forma de agradecimento, torço para que um dia você encontre alguém que a ame mais do que eu amei, alguém que possa lhe fazer feliz. Que, no futuro, eu possa ver a alegria iluminar seu rosto ao lado de outra pessoa.

Que ele tenha prazer em acompanhar suas danças, observe seus ângulos mais bonitos, mergulhe nas suas longas conversas e sorria ao som das suas risadas.

Que essa pessoa contemple o teu desabrochar em cada nova manhã, belo girassol.

⁠Pão com Café

Volta do trabalho é muito cansativo. Gente reclamando do dia, ônibus lotado, barulho, pessoas entrando e saindo me gera muito incomodo. O que torna o final do dia bom é conversar com Rodrigo que mesmo após os piores dias me faz sentir melhor, mas não gosto quando me diz que seria bom eu possuir uma mulher, filhos, ter um relacionamento, uma família. Isso apenas iria piora meu dia.

Quando chego a minha casa a única coisa que ainda me anima é comer pão com café forte, mas hoje não me lembrei de compra já que só queria fugir do assunto de família que Rodrigo voltara a repetir. Então são 17h30 os pães já deve está no fim é melhor correr.

Descia a rua passava pelo viaduto com aquele cheiro de podridão, uma carniça logo a vista urubus a devora-la me fazia sentir arrepios na espinha, a mesma sensação de conversa hoje com Rodrigo.

Mesmo chegando tarde à fila se encontrava imensa. Porque a única coisa que me alegra vai ser tão difícil de alcançar? O homem que estava a minha frente segurava um bebê, não parava quieta e o homem não parecia lidar com aquela nenê, até que aquele olho rápido me encontrou e me assustou.

Seus olhos se acalmaram e arrumou uma posição para me olhar. Aquela nenê me olhava, não sei o motivo, além disso, seu sorriso me cativou. Busquei não dar atenção além do mais são seres que dão muito trabalho. Ela soltou um grito agudo chamando minha atenção, respondi com um sorriso e ela estendeu a mão. Tão pequena tão frágil, só querendo se aproxima. Não sabia o que fazer. Estendi meu dedo tentando diminuir a distância, quando a fila andou e a distância aumentou como se não fosse para aquilo acontecer.

Voltei a minha consciência e meu pão com café forte, e enfim era minha vez pedi pão, foi bem fácil só restava pão carioca e sovado o pior. Acaba se embebedando todo e estraga o proveito do café que é tão bom de degusta. Pedia carioca e me dirigia ao caixa.

Via a bebé no caixa que nos braços de seu pai, mas uma mossa chegava pegando-a; deve ser a mãe dela. Mulheres drenam toda a energia do homem e no fim pegam apenas aquilo que desejam, mas aquele não sentia isso. O homem de cor, mãos calejadas e roupas sujas de cimento. Como após um dia de trabalho se sentia mais relaxado que eu?

Rodrigo me viu, me senti constrangido por sentir inveja dele, mas ele apenas me deu adeus e foi embora com sua família. Perdi o apetite do meu maravilhoso pão com café.