Coleção pessoal de kotsiospanthos
As pessoas estão sempre buscando por algo que as diminua, que as encarcere, que as reduza, lhes tire poder, lhes tire a responsabilidade. Com frequência, em atendimento a esses planos acidentais e não premeditados, se assume um deus, uma religião, um estado psicológico, uma doença, um gosto químico, que tal como as outras formas de fuga, se transforma em uma forma de dependência.
Frases como "sou uma nova pessoa" ou "nasci de novo", por costume, são formas de midiatizar que se abriu mão da pessoa que se era antes. A refusão dos erros e dos modelos de até então são concretudes recalcadas.
Nós não podemos violar pela curiosidade o que mesmo no momento de preocupação nós primamos em resguardar.
Aquilo que mexe com sua identidade, o faz provocando ira ou riso. Perturba pela não-aceitação ou pela histeria.
Seguimos boas ideias
Seguimos boas ideias, pois nelas o significado compartilhado dá luz à espíritos maiores.
Substituições são necessárias
Substituir o bom por um melhor também é um movimento para frente. Somente o desapego justificado e equilibrado predispõe de fato algum caminho para a evolução e para o futuro.
Sobre o fanatismo
A auto-sabotagem passa necessariamente pelo apego exacerbado em coisas cujas fragilidades funcionais nós negligenciamos, esquecemos ou ignoramos.
Obrigações discretas
Quando a coisa discreta se torna uma obrigação, as obrigações se tornam apenas uma coisa discreta.
Mais reflexões sobre meios e fins
Ideias simples produzem medidas simples. Resultados avançados de medidas simples são poderosos, mas embora o poder seja sempre referência, o valor do compromisso se atrela sempre além no processo e não na entrega.
A grama verde do céu
Fiquei olhando as flores que brotavam nas nuvens, enquanto sem perceber, pisoteava as margaridas do meu próprio jardim.
Apologia da dor menos recente
Na indecisão clássica de suas responsabilidades e desprovido também de memória auto-valorativa, o sujeito faz apologia à dor menos recente, com o pressuposto de que ela está parando de latejar. O homem sobre o qual se faz apologia aponta para si o simulacro de uma vontade gigante de não transformar.
Quando os polos ganham força
Os polos ganham força quando o equilíbrio, a calibragem e a moderação parecem reduzidas de sua imperatividade simbólica por quem às associa à passividade cúmplice e à complacência acrítica.