Coleção pessoal de kikoarquer

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Quando presencio a perfeição,
o Deus Tempo entra no cio
e goza em mim o vão.

Não enrolo
nem torço,
ou controlo
ou distorço.

Neste ego ao tempo,
sem mil olhos em fim,
semespaço
comêço enmim.

Me gosta!!! E a própria carência afetiva é intumescida pela submissão imposta.

Meus amigos de verdade são uns gênios, pois eles percebem quando a pergunta não pede resposta. Eles apenas concordam, complementam e rimos.
- Viu, por que as árvores crescem para cima?
- Pois é, e as pessoas deitam.

Para
vê-la
olho
o que vela
o olho.

Então
meu desejo
logra
a manobra
que vejo.

Burrice não é a falta de um conhecimento específico. Um camponês de uma comunidade isolada pode não saber navegar na internet. Mas duvido que você saiba produzir alimento a partir da terra como ele. Burrice também não é separar sujeito e predicado por vírgula. Muita gente não entende isso e desvaloriza a opinião dos outros por não compartilhar dos mesmos padrões de fala. Burrice é quem menospreza o conhecimento, chegando a odiar quem o detém ou quem busca aprendizado. Burrice é encarar precoLeonardonceitos violentos como sabedoria. Essa burrice pode conviver bem no indivíduo, mas mata o futuro.

bandido bom é bandido mudo
um bendito forte
que furta a rima
e engana a morte

- Seu lindo! - foi xingado.

E enxugando as lágrimas
entortou a boca
e andou de lado.

Para,
ideia sem sinal pelo pelo mostro o enjoo.

E velho peludo que sou,
trëmo sem bengala
e bólo o coloquial.

Mas se velha,
volpamente,
pudesse ser véia

perderia o acento
então,
a veia da veia
ortogloficaria o rabugento

Não aguento escritor besta.
Diz que é assado, é assim.
Livro bom tem que ter uau.
Pegar o que eu sinto
e cuspir em mim.

Um beijo vale mais que mil palavras.

Ai de mim,
lábio seco,
com todos os livros do mundo.

Bom para o surdo de balada,
boca grande,
vocabundo.

Perguntam meu nome querendo dizer Pedro.

A data do meu aniversário, pedindo presente.

Qual a minha opinião sobre patos, bigodes, bolsas e crentes?

A rachadura na parede ouve, nitidamente, meu quack-quack, nãoseioquelá, deuses.

Já Pedro pedreiro, penseiro

só esperando seu trem

que só vai
que só vai
que só vai

E eu aqui,

já desisti de me empolgar,

só vejo um bife desfocado a tagarelar.

Se o aluno não quer,
não adianta texto colorido,
professor palhaço,
nem o saber sabido fazendo estardalhaço.

Se o aluno não quer,
é sem giz,
é não aula.

O aprendizado dá no pé
e até o recreio vira jaula.

Se eu tivesse que fugir,
eu nunca teria ido.
Estaria de corpo lá,
e alma cá.
Com o despeito em si
e um pedido despido.

Prólogo do Livro MICROCUSPEs

PRÉ-CUSPE

Não sou poeta, não me chame assim.
Quando criança, na escola, uma professora de redação,
dessas que vivem de dar nota, me disse:
Vai, Kiko, ser gauche na escrita.

Quem me dera que meus cuspes fossem leminskiados.
Sinto inveja desse cachorro louco. Como é que ele consegue?

Nem se eu caetanasse o que eu escrevo...sairia um inutensílio.

Ponho R em Buarquer, Francisco Buarquer, pois assim me sinto mais
confiante. Posso ponhar à vontade, pois sempre acerto as crases
e dou rodopios nas mesóclises.

"Caro leitor, escrever-lo-ía com clareza, mas..."

mas (adoro conjunções adversativas),
mas... descubro
que
mais
importante
do
que
o
que
quer
ser
dito,
é
o
que
quer
ser
impresso.

Então, se tá feio, takai-me na ternura. Pra mim tá bão.
Não páro pra pensar mesmo.
(não páre o "pra" nem o "bão", muito menos "páre" este acento,
pois agudo já estou).

Apenas seleciono alguns versos, rimas tolas e pronto.

Por fora, um status quo de bestos textos.

Impressão preto & branco.
centímetros de largura.
pixels de altura. CMYK.

Sorriso de selfie e uma voz arnaldoantuniada dizendo
que o livro existe porque foi feito.

Por dentro, ah...interjeições....

Trago na Pessoa a suavidade em nada se dizer.
Grandes espaços em branco, Duncan to a canto.

Ainda acho que um louco vai pesquisar "neologismo" no Google.

Um desocupado, com certeza.
Um ocioso severo, caso de morte ou vida.

Me cubro de humanidade
irrespiro o brio do transparente
ignoro a qualidade,
mas sou gente. (já falei que adoro conjunções adversativas?)

Eu
Tu
Nele
Nós’n
Voz
Deles

Na rua,
um barbudo me deu ódio
Ele nem
me via.
- Qualé a sua?
Dei-lhe um tapa no bigode.
Pogonofobia

Sèu fosse você, vïxi.
Pecava a santa
e fugia c'moço.

Dá pra vê...
que além de babar nocê,
ele tem bigode grosso.

Os que creem, que deem.
Têm dois, salve um.
Os que leem, lá veem
quem têm dois, ou nenhum