Coleção pessoal de keylafogaca

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⁠Talvez seja a imaginação mais bonita, a de te amar, a de querer ser borboleta, e em teu corpo, um dia, pousar.
Ao tempo, senhor de todas as coisas, entrego aquilo tem em meu olhar, pois se há um amor tão profundo, somente a força do universo é capaz de explicar.

Você é a canção doce de um amanhecer
Desconhecido -
É o lamento dos pássaros
Que cantam sinalizando
Em meu coração descompassado, o amor
Amo-te assim
Neste silêncio contemplativo,
Quase que impassível,
Um tanto cálido
Como o chão quente
De quem pisa e sente
Esse menino espevitado
De sobrenome diligência,
Escala os troncos
Das veias do corpo
E, tenaz,
Na cavidade do peito
Desembuça presença
Agita tudo por dentro
Na incoerência
Que desfaz a razão
Ora, paz,
Ora, torrente,
Dias que me deixa dormente,
Sem mente
Para naufragar em outros barcos
Soltos no mar
Ávida por chegar
Aos braços do nada,
Desmancho-me, ancorada,
Entre fios de água
Que formam contas
de terço,
Difundem-se
Em fé,
Correm pelas bocas castas
Como ladainha de beatas
E rogam
Como quem pede a santos
Ateando-me nos braços da esperança
Que vai de encontro à serenidade do seu corpo
E, assim,
Por fim,
Reencontro-me na lucidez do seu gosto
E no chão firme da sua alma.

⁠Abraço Imaginário

Deixa-me respirar o seu cheiro
Por uns segundos,
Mesmo que no pudor do silêncio
E no calor do abraço contido.
Ainda que não usufrua de respostas,
Ele abranda minh'alma agitada.
Erva-cidreira, capim-limão,
Mato molhado, mar e areia,
Apenas seu eflúvio natural
Que submerge em meus sentidos.
Permita-me esse momento
Onde mergulho em seu mundo
Na imaginação movimentada,
Nos instantes que me são
Ofertados.
Dentro dos seus braços calmos,
Infinitos,
Repouso sorrindo
E entrelaço com mãos
Fartas de paixão
As suas costas.
E do outro lado,
Onde debruçada
Com a cabeça me encontro,
Os olhos já parados em ternura
Observam os que passam.
Ah! Os abraços,
Como são bons!
Difundem-se
Como asas;
Quem oferta, sente,
Quem recebe,
Deleita-se,
Quem passa na rua e vê
Acha graça.
Agora,
Sou de uma cor clara.
Veja o que por dentro há:
Amor!
O que posso fazer
Quando viver você
É o que me resta?
De todos os verbos,
Interesso-me por alcançar.
Alcanço a boca,
O corpo,
O gosto,
E, quem sabe,
Rompendo-se os medos,
As crendices,
Os paradigmas,
Haja um novo dia
Para amar.

⁠Algumas coisas me levam a crer que a vida nos oferta surpresas. Tão logo, rompemos para florescer.
Dentro do meu coração há um jardim secreto. Neste jardim, guardo afeto para você. Obrigada por aparecer!

De repente
O nosso coração artesão
Tece flores
E no repente brotam amores!
Como lidar com novas emoções
E com tudo o que desaquieta o silêncio
Provedor da nossa reflexão?
Quando se fala em amar
É esse desassossegar,
Mas como não tem jeito,
O tempo, que é senhor de todos os feitos,
Trata de nos ajudar.

Talvez eu tenha me apaixonado pela tessitura da sua voz que não conheço, ou me emaranhado na ternura daquilo que almejo.

Amar às vezes é surpresa branda,
E não há palavras para dizer,
Ama o que está longe,
E quando vê de perto tem medo
De perder

Quando reluz
Parece ouro
O anjo banhado de música
No tom rosado de um entardecer

Bastou um dia
Para eu saber
Que estar em sua vida
Era tudo de belo
Que podia me acontecer.

Amo-te
Sem precisar de tantas palavras,
Ouço o seu canto, minha ave rara!
Estou do lado de cá
Enquanto do outro lado está,
Somos caminhos opostos, mas...
Vejo-te em cada nuvem que passa,
A cor de sua pele se iguala
A essa brancura que no céu
Nunca para.

Você só descobre que ama verdadeiramente alguém quando permite que esse alguém abra as asas para um grande voo.
No amor, deve haver o respeito pelo silêncio, que tantas vezes não é compreendido. Aprende-se, ainda, a liberdade sem injúrias.
Esse amor desprendido alcança a infinitude quando se entende que a alma é livre.
Tornamo-nos repletos de paz e contentamento ao descobrirmos a única verdade da vida: a de que somos passageiros.
Portanto, ao sair da vida de alguém, permita-se sair de forma clara, digna, deixando todos os pingos nos ''is'', todas as certezas, nenhuma sombra de dúvidas, nenhuma palavra para depois.
Entenda que quem está do outro lado espera sempre por uma resposta. É claro que, às vezes, não temos essas respostas, e, embora sejamos como um livro cheio de páginas, temos dúvidas que nos assolam.
Mas, aprendizes eternos, sabemos que o amor é mais, muito mais.
É paiol de luz que guarda no âmago da lembrança tudo de fraterno, sendo assim, transmuta-se. Engana-se aquele que em um raciocínio equivocado, reprime, repele tudo o que ficou atrás.
Jornadas são construídas entre erros e acertos, feridas e cicatrizes.
Há o céu, a plenitude de estar vivo e a gratidão por tudo o que nos cerca.
No fundo, no fundo... As histórias se repetirão, umas boas, outras felizes, tantas outras não tão felizes, mas ainda assim, serão histórias. Sabem por quê? Porque fomos feitos para o amor.

E foi feito ontem o poema, em domingo de Páscoa, dia de poematizar.
Domingo
Acordo.
Pleiteio a Força Divina.
Já não sei se escapo
Ou mantenho-me
Assim,
Acesa.
Ato-me na incerteza,
Galgo nas possibilidades,
Na possível delicadeza
De uma palavra
Sua.
Busco a origem desse sentimento.
Possivelmente,
Encruado há tempos
Em um coração
Ainda inocente.
Hoje é domingo,
Dia de paz,
Rabisco com os olhos
O seu rosto
Que em esboço
Ressurge na nuvem
Noviça,
Branca como a sua pele,
Casta no céu.
Sim,
É você!
O amor é você,
Aquele que não se pode ter.
Hoje é domingo,
Surte o efeito de um desejo
Contido,
A gana de seu corpo inteiro
Afagar.
Sigo sozinha até o amanhecer.
Ascendo-me aos ventos,
Rendo-me
À aurora de um novo dia.
Vivi à espera mas...
Na vida de encontros e reencontros
Tudo se esvai.
Hoje é domingo,
Dia sagrado.
Em laços de afeto
Está.
Contenho-me
Para não clamar
Esta paixão.
Hoje é domingo,
Apenas domingo,
Mais uma vez
Guardo-me
No recôncavo silencioso
De minha solidão.

Como era previsto:
Acabaram os dias de canção!
Resta o tema de Baden e Vinicius:
Tristeza e solidão

Há longo tempo
O meus olhos não se enchiam
De flores e de emoção

Primeiro a semelhança física
Fez-me despertar para uma nova
Sensação,
E depois, rumo ao desconhecido,
Vivi aquele amor de verão,
Inteiro, não sabido,
Mas que preencheu todo o coração

Até que chegou o outono mudando
As cores da estação,
Despetalando suas árvores
Deixando saudade e ilusão

Nada será dito para não desfazer
A razão,
Pois ao mesmo tempo que sou
Do signo das águas profundas,
Tenho o ascendente em terra
Chamando-me para o chão!

Pasión, delicadeza. Has nacido en mi. Sus ojos, su cuerpo ... La fascinación del amor. Sentimiento, olor, color. Sus manos. Flor delicada. El río nace. En el cielo tiene la estrella más brillante. ¡Éres tú! ¿Qué más puedo decir? Te doy más una estrella, ahora, una estrella de los mares. Éres mía. Dulce Petal. Dulce secreto. Dulce Ilusión.

Eu canto, porque te amo.
Eu espero, porque te amo.
Eu nasço, porque te amo.
Eu pondero, porque te amo.
Sou louvor, porque te amo.
E tudo o que eu faço
É porque te amo.
Eu amanheço,
Eu entardeço,
Eu anoiteço.
Sou folha,
Sou chuva,
Sou sol quente na estrada.
Sou poeta, sou céu,
Sou escada...
Porque eu te amo!
A vida passa,
As pessoas passam!
A hora chega,
A luz se apaga.
Voltei ao nada, porque te amo.
Refloresci na estrada, porque te amo.
Mas antes de mais nada,
Eu te vejo em mim, à alvorada,
Porque eu me amo.

A sua boca,
Quase casta para mim.
O seu corpo, santidade,
No horizonte ao léu.
Ávido,
À espera,
Sem pronúncias.
Mostra-se na nudez castigada,
Esculpida, sangrada,
Brotada nos lábios de quem
Avista de longe.
Sou eu!
Boca sedenta em asas de anjos
Que percorrem o céu
Em viagens insólitas,
Sem tempo de volta.
Busco entre estes céus de todas as cores.
Sei que por entre as nuvens,
Através da massa que te forma,
Há o amor pintado que nos envolve.
E assim, apenas, pode-se viver:
Entre sonhos e desejos,
À Nascente de um rio,
No voo de um pássaro
E na inocência de um querubim.
Sacramentado vivê-lo
Como ilusão.
Você aqui,
Eu ali...
Somos uma ilustração.
Keyla Fogaça

Quase girassol o seu cabelo.
Foi-se, como chegou,
Rápido.
Inundou-me de um canto
Feito de paz
Numa noite com todas as notas.
Era sorriso, num momento,
De repente um silêncio
Com retalhos de ausência,
E assim,
Sua alma de interior,
Numa veste branca,
Tão cheia dessa quietude,
Partiu de mim
Agarrando-se no trem azul
Da pequena cidade,
Levando na bagagem,
Nos solitários vagões,
Apenas a minha saudade.

As pessoas que amamos, às vezes são como cometas, passam rápido, deixam o rastro de beleza e se apagam como se nunca tivessem existido. Quem dera fossem como estrelas e ficassem para sempre no céu de nossa alma.

Tanto céu, tanto mar
Nesse azul da paz
Rosa branca,
Imagem branda
Em você a mesma paz.
Pétala que bóia
Na marola, na areia
Canto de sereia
Lua cheia,
Nobres pescadores jogam redes,
Desembocam na corrente,
Tramam ondas, fazem peixes,
Contam histórias mais que a gente.
E lá se vai o barco longe
E o meu amor
Se esconde.
Ô dos mares, Iaiá iê
Cadê você?
Tanto sonho, tanto medo
De um desejo que ficou atrás.
Hoje nasce com o Sol e
Engolindo água
Chega ao cais.
Seio, colo de mãe
Coração de mulher
A areia
leva os segredos
De outros mares
Conta por aí o que viu
Moças parideiras
Levam suas conchas
Lançam tranças
Desfiando contas
Narram
A história do meu bem.
Olha lá,
Quem vem
ao longe
Pra ensinar
Aos rebentos
Aos meninos
Aos filhos do mar.
Ô dos mares, iaiá yê, é você
Ô dos mares, iaiá yê, é você.

Ausência
Vontade de falar,
Chamar,
Sinalizar,
De partir esse silêncio,
Quebrar essa ausência,
Estancar a saudade
E ouvir a sua voz
Que é canto feito prece,
Uma beleza que não finda,
A paz lá escondida
No universo que há
Em mim
Há um tanto de alegria
Quando surge, de repente,
Entre fitas e magias
Que me enlaçam na energia
De um nascer surpreendente
Apareça,
Entenda-me,
Escolha ficar,
Mesmo havendo
Tais medidas,
O que vale é amar.

A chuva é doce, diferente da lágrima que traz na face as tormentas do mar.

Que no amor haja a reciprocidade, se não houver, seja a ausência para que o sentimento caia no luto do esquecimento.