Coleção pessoal de keliesperanca
Eu quero uma desilusão, daquelas que o peito arde e faz sufocar. Quero uma desilusão que me dilacere a alma, que me faça perder o sentido e a razão, que me faça contorcer de dor pela falta da mesma mentira contada todos os dias. Quero me perder de mim, duvidar dos outros, mergulhar numa genuína solidão, onde não haja nada, nem mesmo eu. Quero buscar perguntas sem respostas e olhar apenas para o vazio deixado pela ilusão arrancada. Quero perde a fome, a alegria, o prazer, a fé, a humanidade, e o desejo de ser feliz novamente. Eu preciso de outra ilusão.
A busca da felicidade é o principal motivo do ser humano querer permanecer vivo, ainda que a felicidade só seja possivel além da vida. Essa esperança de algo mais, torna o indivíduo um descontente inconsciente do seu descontentamento.
O único caminho para a felicidade consiste na perda dessa esperança, na aceitação de que a existência é finita, e por si só representa o tudo para cada um, e o nada em relação ao todo.
Enquanto a minha alma grita e o meu corpo queima, pela angústia das lembranças dos seus braços fortes, e do toque suave da sua mão na minha nuca enquanto seu corpo de macho pressiona as minhas coxas, e as nossas respirações, ofegantes, aceleram cada vez mais no ritmo do prazer, a minha dor e satisfação é que eu sei que você nunca vai saber, que eu só precisava ouvir a sua voz e te sentir, mais uma vez, por toda minha vida.
Toda forma de comunicação é uma arma perigosa nas mãos de manipuladores, que a apontam diretamente para a cabeça daqueles que não utilizam o pensamento como escudo.
Ainda que eu não seja compreendida
Ainda que eu não o compreenda
Ainda que a dor seja consequência
O amor, ainda é o que há de melhor na vida.
Eu, que sou um cometa viajante, já fui uma estrela brilhante, estacionada a esmo em uma das minhas vazias existências.
Chegou em casa com olhos de sangue, inchados, e ainda sentindo o gosto amargo do fernet.
Escovou os dentes, lavou a aparente derrota estampada em seu rosto, vestiu um pijama, deitou-se na cama solitária e fria, fechou os olhos, como se naquela noite ainda fosse possível dormir.
As liberdades alcançadas aliadas a liquidez dos sentimentos e das relações humanas, tem tornado a sociedade autodidata dos valores éticos e morais. Um fenômeno perigoso em um país que negligencia a educação.
Os limites do universo esbarram nos muros do conhecimento. Se eu consigo entender que cada ser possui seu próprio universo, conhecer e aceitar as diferenças entre o meu e o deles, o quanto mais heterônomas sejam, à medida que interajo com outras pessoas mais amplio o meu universo, pois os meus muros nunca estarão no mesmo lugar.
As ideias são como imagens formadas por peças de um quebra-cabeça. A genialidade decorre da formação de uma imagem nunca antes vista.
Pior que reconhecer as nossas falhas, é conviver com pessoas que no nosso lugar, jamais falhariam. É necessário paciência, acima de tudo, para manter-se em harmonia no convívio social.