Coleção pessoal de karla_charone
E se a tentação vier
Deus, me faça lembrar de tudo que sofri, de todas as marcas que carrego em minha alma, das cicatrizes profundas que me fizeram, pra que eu não caia novamente no que me prejudicou.
Deixe-me ficar aqui rolando entre os meus lençóis até o entardecer
Não me sinto bem em respirar o ar da manhã, meu passado e minhas tristezas estão pesadas demais pra me deixar sair
Não quero ver a luz do dia, mas gostaria de morrer aos poucos nesta cama fria.
(Karla Charone)
E quando a noite chega e o sossego toma conta do vazio do quarto, o coração bate em um ritmo solitário e suave com o fluxo do ar frio comum em noite de chuva, não tem ninguém ao lado.
E a gente só queria ter o ímpeto da adolescência, o dom de falar o que se pensa, o dom imperativo e egocêntrico naturais que a idade permite. Depois dos trinta ou você se torna um adulto confiante ou um adulto covarde que se esconde em vícios. A maioria de nós, carrega vícios.
Vivemos errando, juramos que não vamos cometer os mesmos erros e lá estamos de novo, mas o que fazer? Se automutilar, chorar desesperadamente? Descartar todo pacote de qualidade que se tem por um erro momentâneo? Desacreditar de si? Se encarcerar com medo de errar novamente?
Vou querer namorar? Não. Vou querer casar? Não. Vou querer pra pai dos filhos? Não. Então deixa pra lá que já tô velha pra essa palhaçada.
Aquilo que foi doloroso suportar torna-se agradável depois de suportado; é natural sentir prazer no final do próprio sofrimento.