Coleção pessoal de karinaperussi
[Des]amor moderno
Vejo que as pessoas já estão percebendo que o velho amor está com a data de validade quase vencida. Os casais cada vez mais pensam no “eu” e se esquecem do “nós”. Cobram por amor “full time”, mas não estão dispostos a doar-se inteiramente por esse mesmo amor que esperam. Querem o “feedback” da atenção que não dão.
Companheirismo, paciência e tolerância com os defeitos do parceiro não têm mais espaço. Cederam seus lugares ao desejo de um “amor mercadológico” e instantâneo: tenho tudo o que quero, experimento, uso, jogo fora ou troco por um modelo melhor na hora que eu quiser. “Delivery” de amor, 24 horas.
Os relacionamentos seguem o rumo do “fast-food”. Traduzo ao pé da letra: comida rápida. Muitas vezes cobram a lealdade do parceiro, mas não querem prender-se a uma única pessoa, já que há tanta oferta barata por aí. E tão barata e fácil, que aquele belo “amor à primeira vista” já deu lugar ao “amor à prazo”.
Sim, e o prazo é curtíssimo: é quase um amor descartável, encontrado aos montes por “research” nas redes sociais. Ganha quem conseguir o maior “time per person”, não necessariamente nessa ordem. Por fim, a maioria quer tornar-se um “freelancer” no quesito amor.
A casa vira uma empresa, o casamento um “bem de consumo”. E dependendo da sua sorte você fica com os bens. Vocês já devem saber: até uma lei que facilita o divórcio foi criada há pouco tempo. Eles também devem estar prevendo que amor se tornará uma “instituição falida”, então preferem facilitar.
Alias, alguém falou de amor? Até quando essa palavra fará sentido? Em breve, uma nova reforma ortográfica vai eliminar de vez esse vocábulo de livros e dicionários. E as declarações de amor? Se já não foram extintas, serão tão raras e rápidas que vão ser dignas de “retweet”.
E é bem provável que, se algum dia, você recebeu alguns buquês de flores ou presentes, quem entregou peça um “recall”, mas sem devolução. O único problema seria se resolvessem pedir um recall dos bombons também...
A “deadline” do amor parece mesmo estar próxima. Sei lá, quando tudo era mais simples o amor parecia mais perene. A modernidade tem aberto um notável espaço para o desamor. Na verdade não é culpa dela. Acho que antes os recursos, ou melhor, as pessoas, sim, eram mais “humanas”.
Quanto a mim? Sei lá, talvez meu amor até exista, não desacredito nessa hipótese. Mas por enquanto, permaneço em modo “standy by”.
Há um espaço, em cada um, que é sagrado quando está cheio de ausências. Esse espaço é o lugar da saudade...
O sofrimento se conforma um pouco por dia, até virar lembrança. Mas a lembrança nunca se conforma... e vira uma farpa.
"Tempo e Pessoas"
Andei pensando sobre “tempo” e “pessoas”. Duas coisas inevitavelmente passageiras, e cada qual acrescenta e tira um pouco da gente. Queria entender o porquê.
Tempo não é palpável, é quase imperceptível, embora passe rápido. Ele leva seus anos, sua vitalidade, às vezes sua esperança. Traz indesejáveis rugas, mas também maturidade, experiência. Traz e leva amigos, amores, familiares: pessoas.
Pessoas a gente toca, sente, ama ou odeia, odeia e ama ao mesmo tempo. Há pessoas que chegam e acrescentam o que a gente não precisa, uma felicidade exagerada até. Mas quando se vão levam tudo o que a gente tem, e nada nos resta, nem nós a nós mesmos. Talvez deixem uma tristezinha, embrulhando um vazio lá no fundo. Depois de muito tempo, é provável que uma única pessoa possa preencher o vazio deixado pelas outras. Provável.
Tempo e Pessoas. Embora o segundo item seja “palpável”, ambos são impossíveis de segurar: o tempo é vento, pessoas são grãos de areia. Há muito em comum entre eles, bem como o vento leva a areia para longe, as pessoas se afastam com o tempo, são levadas por ele para caminhos distintos. Já tentou apertar um pouco de areia com as mãos? Pouco a pouco os grãos resvalam-se entre os dedos.
E quanto a nós? Também voamos para outras praias, mas nunca esquecemos de onde viemos e dos grãos de areia que já estiveram junto a nós, em outros caminhos. E como você sabe, as dunas sempre mudam com o vento. Sim, acredito que seja mais ou menos essa a lógica, se houver uma. Daqui pra frente utilizarei essas metáforas, principalmente quando precisar entender que pessoas seguem outros rumos e que o tempo, o tempo é inexorável.
Nostalgia... Saudade Conformada
As pessoas sempre confundem os sentimentos de nostalgia e saudade, pensam que é a mesma coisa. Não é. Nostalgia dói mais que saudade, mais que bater com a porta nos dedos, mais que cólica de rim. Nostalgia é como o fim do dia: a única saída é se conformar, já foi. Saudade a gente aguenta, inquietamente, e logo a gente cura.
Saudade a gente sente quando entra em um ônibus para ir embora, saudade da pessoa amada que fica, mas sabe que vai voltar a vê-la. Nostalgia é quando após alguns anos, você se lembra desse momento, que às vezes até se repete, mas não é a mesma coisa...
Saudade é quando o ser amado foi embora, mas o amor ainda ficou. Nostalgia é quando o amor também se foi...
Saudade a gente sente quando deixa os pais em casa e vai morar sozinho, em qualquer canto desse mundo. Nostalgia é quando a gente lembra de quando eles jogavam bola ou brincavam de boneca com a gente...
A gente sente saudade da vovó, que mora longe e cada vez que a visitamos ela aparece com um monte de comidas gostosas. Nostalgia é quando já não se tem a vovó, mas ainda sentimos o gostinho das guloseimas que ela fazia...
Saudade a gente tem de um amigo que se mudou para outra cidade ou país. Nostalgia é o que sentimos ao lembrar das brincadeiras de quando éramos crianças, e saber que agora quem brincam são seus filhos...
A gente sente saudade da nossa casa quando viaja e fica um tempo fora. E nostalgia quando a gente lembra de tudo o que viveu ali, na casa agora abandonada...
Saudade a gente pode ter de um brinquedo, de andar de bicicleta. Nostalgia é o que sentimos quando nos lembramos de como era simples e feliz nossa infância...
Temos saudade de sentar na varanda à tarde com nosso avô e ficar jogando conversa fora. E nostalgia quando o avô se vai, anoitece, e esse momento não se repete mais.
Sentimos saudade dos nossos cachorros quando passamos um fim de semana fora. Nostalgia, quando lembramos deles pulando na gente, mas só vemos a casinha que está vazia.
Saudade é um sentimento urgente, nostalgia não tem solução: a gente só se conforma. Saudade é a ausência provisória de alguém, nostalgia é a ausência eterna de um momento.
“Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença” – dizia Lispector. Então, nostalgia é quando toda a comida cessou...
Não se pode ser infeliz, não se pode morrer em vida, não se pode desistir de amar, de criar. Não se pode: é pecado, é proibido (...) Não é possível adiar a vida.
Eu descobri
Que ser grande
é poder sempre fazer coisas pequenas
Que ser grande
é nao desistir quando as coisas ficam difíceis
Que ser grande
é ter humor para enfrentar os desafios
Que ser grande
é simplificar as coisa complicadas
Ser grande
não é enconstar no teto com as mãos
e sim os outros com a alma
Ter coragem e saber que o medo nao é um conselheiro...
Ser grande
é ser pequeno no tamanho
e grande na vontade
Por isso eu penso sempre...
Insista, persista e nunca desista!
A vida me ensinou a nunca desistir
Nem ganhar, nem perder mas procurar evoluir
Podem me tirar tudo que tenho,
Só não podem me tirar as coisas boas que eu já fiz pra quem eu amo
E eu sou feliz e canto, e o universo é uma canção, e eu vou que vou
História, nossas histórias
Dias de luta, dias de glória.
Difícil não é lutar por aquilo que se quer, e sim desistir daquilo que se mais ama.
Eu desisti. Mas não pense que foi por não ter coragem de lutar, e sim por não ter mais condições de sofrer.
Lembra quando as coisas simples faziam sentido?
Quando nossos dias pareciam que nunca iam terminar
Parece que agora tudo está perdido
Eu vejo tudo o que a gente sentia mudar
Todo esse tempo agora está passando
O que poderia ser é o que eu não posso controlar
Parece que seu caminho está mudando
Enquanto em vão eu tento recomeçar
Mas é preciso saber encarar
E eu sei que não posso esconder
Que uma lembrança não se pode apagar
Por mais que eu tente de tudo esquecer
Mesmo depois das estradas que andei
Eu aprendi ao longo desse imenso caminho
Que a vida que um dia eu sonhei
Era a de ter você pra me dar carinho
Sonhei com um novo dia
Acreditei em uma nova manhã
Escolhi um novo caminho
A mim pertence um novo amanhã
Deixei as lágrimas para trás
O passado se foi com o por do sol
O que eu perdi agora tanto faz
O que tenho a ganhar é muito mais
Os meus medos desapareceram
As lágrimas já foram embora
É como acordar de um pesadelo
Posso até ver uma nova aurora
É dentro de nós que existe o amor
E em você encontro a minha paz
Eu digo adeus pra minha dor
O que passou agora tanto faz
Mais um novo caminho a trilhar
Apesar de tudo ainda podemos amar
Segure minha mão, vamos voar
Onde quiser, pra qualquer lugar!
Conta a lenda que tudo que cai nas águas deste rio - as folhas, os insetos, as penas das árvores, se transforma em pedras do seu leito. Ahh, quem dera se eu pudesse arrancar o coração do meu peito e atirá-lo na correnteza, e então não haveria mais dor, nem saudade, nem lembranças...
Eu quis tanto ser a tua paz, quis tanto que você fosse o meu encontro. Quis tanto dar, tanto receber. Quis precisar, sem exigências. E sem solicitações, aceitar o que me era dado. Sem ir além, compreende? Não queria pedir mais do que você tinha, assim como eu não daria mais do que dispunha, por limitação humana. Mas o que tinha, era seu.
Fico tão cansada às vezes, e digo para mim mesma que está errado, que não é assim, que não é este o tempo, que não é este o lugar, que não é esta a vida. (…) então eu não sentia nada, podia fazer as coisas mais audaciosas sem sentir nada, bastava estar atenta como estes gerânios, você acha que um gerânio sente alguma coisa? Quero dizer, um gerânio está sempre tão ocupado em ser um gerânio e deve ter tanta certeza de ser um gerânio que não lhe sobra tempo para nenhuma outra dúvida…