Coleção pessoal de KarenLopez

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⁠Depois de anos de solidão, nos quais o amor se transformou em uma simples abstração, uma ideia remota e intangível, tomei a decisão, enfim, de arriscar. Decidi dar ao amor a chance que, até aquele momento, tinha sido recusada — uma oportunidade de voltar, mesmo que como uma utopia remota.

Não contava com a sua entrada em minha vida; sua chegada foi súbita, inesperada, e, quando me dei conta, já estava presa, permitindo-me, ingenuamente, sonhar com a chance de sentir a felicidade novamente.

A única vez que me entreguei ao amor foi de tal forma e profundidade que as marcas que ele causou nunca pensei que algum dia se curariam.

Essa vivência, tão intensa, quase me quebrou, e nunca pensei que, depois de tanta dor, teria a ousadia de me levantar e, além disso, tentar novamente.

Você entrou na minha vida como alguém que parecia ter surgido de uma das minhas amadas fantasias, como uma figura de romance que eu sempre observava com olhos admirados, mergulhada nas páginas de histórias onde os heróis são impecáveis e inalcançáveis.

A princípio, sua presença parecia tão irreal, tão sublime e tão distante da realidade, que, por um breve e passageiro instante, a segurança que você me passou me fez pensar que, finalmente, eu havia encontrado o que sempre procurei.

Que falta de sagacidade a minha! Lamento profundamente ter sido tão ingênua.

O que, numa primeira análise, parecia uma chance de felicidade mostrou-se, novamente, uma ilusão desalentadora.

A realidade? Era apenas mais um jogo de interesses oculto sob a aparência de amizade.

Que pena sinto por ter encontrado você, por ter dado crédito às suas palavras e por ter sido induzida a confiar em você, pensando que, por ser um homem de fé, "de Deus", você seria distinto.

Eu pensava que você tinha amor verdadeiro, sinceridade, e que valorizaria as palavras que com tanto empenho dizia em suas pregações.

No entanto, como o tempo demonstra, tudo se reduziu a palavras ociosas, levadas pelo vento, sem uma gota de veracidade.

As falsidades que cercam sua existência e suas falas me fazem pensar, novamente, na triste conclusão: será que o amor realmente tem lugar em minha trajetória?

Hoje, ao refletir sobre quem fui, me encontro envolta em uma intensa meditação, e apesar da resistência da minha alma, a realidade é inegável: talvez o amor já não tenha espaço para mim.

Talvez as únicas pessoas que aparecerão em minha vida sejam aquelas como você, como Rafael — rostos e nomes que, neste instante, representam a ilusão e o sofrimento.

Anseio, com todo o meu ser, que nossos destinos se distanciem para sempre.

Que o destino nos mantenha afastados, que eu nunca mais precise escutar o ressoar das suas palavras sem sentido.

E, se por algum motivo nossos destinos se entrelacem novamente, que seja com a honestidade refletida em seu coração, e que, se Deus permitir, você tenha alcançado a verdadeira mudança em sua alma, encerrando, de maneira definitiva, a dor que provocou em mim e em outros.

Que o futuro, com sua incerteza, me traga algo mais valioso, algo que consiga reaver, de certa forma, a confiança desfeita. Que o amor, em sua essência mais genuína, um dia possa ressurgir, distante das trevas da ilusão e da desonestidade.

⁠Eu me pergunto, às vezes, se esse vazio é apenas um reflexo do que eu queria que fosse, ou se realmente havia algo mais entre nós.

Algo que eu não consigo entender completamente, mas que, de alguma forma, ainda permanece aqui, preso em mim.

Você se foi, e deixou uma ausência difícil de preencher, mas, ao mesmo tempo, a memória do que compartilhamos insiste em ficar,
como se fosse algo que se recusa a ser apagado.

Não sei se isso é bom ou ruim, mas, de algum jeito, sinto que é um fardo que preciso carregar. Porque, por mais que eu tente, não consigo desapegar.

As lembranças vêm como fantasmas, sempre que eu menos espero. O som do seu riso, a forma como seu olhar se suavizava quando me tocava,
tudo isso ainda ecoa dentro de mim.

Eu tento ser forte, tento seguir em frente como se não tivesse perdido nada, mas a verdade é que cada passo que dou parece mais difícil, mais pesado.
Eu queria não sentir isso, queria não me importar, mas, no fundo, ainda sinto sua falta, mais do que eu deveria.

E, ao mesmo tempo, fico pensando: será que você sente o mesmo? Será que, em algum momento, você se pega pensando no que poderia ter sido?
Ou será que você já me esqueceu? Com a mesma facilidade com que não lutou por nós, com a mesma facilidade com que não se explicou.

A sensação de não saber o que se passa na sua cabeça, de não saber se você ainda pensa em mim, é o que mais dói. Porque, mesmo com tudo o que aconteceu, ainda existe em mim um desejo – talvez um erro – de acreditar que há algo que ficou entre nós, algo que ainda vale a pena.

Mas, talvez, eu esteja apenas me enganando. Talvez eu esteja presa em uma ilusão, buscando algo que não existe mais. E, se for assim,
o que me resta é me reconstruir, peça por peça, aprendendo a viver sem o que poderia ter sido. Só que, por mais que eu tente, não sei se vou
conseguir realmente esquecer.

Porque, no fundo, uma parte de mim ainda quer acreditar que, em algum lugar, ainda há espaço para nós.

Preciso escrever, talvez assim, quem sabe, amenize essa dor que a saudade de você me traz todos os dias. Cada palavra que deixo escapar no papel parece uma tentativa de preencher o vazio que você deixou em mim, mas, por mais que eu escreva, sempre falta algo.

Tento colocar em palavras o que vai dentro do meu peito, mas o que sinto é tão profundo e confuso que as palavras acabam sendo pequenas diante de toda essa imensidão.

Sinto sua falta de uma forma que não sei como expressar. Eu me encontrei em você de um jeito que, agora, parece impossível de encontrar em qualquer outra pessoa.

Agora, sozinha com meus pensamentos, sou constantemente invadida por lembranças, por gestos e palavras que se perderam no tempo.
Eu queria poder desligar minha mente, colocar um ponto final nesse ciclo de incertezas e saudades, mas não consigo. Cada pensamento sobre você me faz querer voltar, me faz querer entender o que aconteceu, por que as coisas tomaram esse rumo.

Sei que não tenho mais controle sobre o que ficou para trás,
mas a saudade ainda me prende. Escrever é a única forma de liberar um pouco desse peso, de tentar entender o que se passa dentro de mim, e talvez, um dia, aprender a viver com essa dor.

Sei que não posso voltar atrás, que o que aconteceu já se foi, mas eu queria poder encontrar uma maneira de transformar essa saudade em algo mais suportável.

Talvez, um dia, quando as palavras já não forem suficientes, eu consiga finalmente deixar você ir, e o vazio que agora preenche meu coração se
torne apenas uma memória distante, mais fácil de carregar. Mas, por enquanto, preciso escrever. Porque, no fundo, ainda acredito que, por mais que o tempo passe, minhas palavras são a única coisa que pode me ajudar a lidar com a dor de perder você.