Coleção pessoal de kamylla23
Eu não amo você, talvez eu goste, porque você ri das mesmas coisas que eu e eu fico boba de como você consegue me deixar sem graça sem nenhum esforço e por qualquer besteira. Mas eu não amo você, eu não vejo mais suas fotos, eu não entro mais no seu perfil na internet, eu não falo mais de você, não faço mais questão de te ver e nem de saber da sua vida. E você tenta ser engraçado, resgatar alguma coisa, mesmo sabendo que entre nós não existe nada mais do que risadas descompromissadas e assuntos inacabados, porque eu não te amo e sua vida não me interessa mais. Quando a gente se encontra parece que tudo já foi dito, mas quando estou só, pensando em você, o que acontece na maior parte do tempo, eu releio meus pensamentos e percebo que há tanto o que dizer ainda, mas eu não digo, porque afinal de contas eu não te amo e por isso nada do que eu falar importa mais. E eu repito em alto e bom som, pra quem quiser ouvir que eu não te amo, pra esse povo que me pergunta de você sem saber que seu nome é sinônimo de luto pra mim, pra nossos amigos que me falam de você enquanto eu resmungo baixinho “eu não te amo e por isso saber de você não me afeta, não me afeta, não me afeta”. Mas mesmo não te amando, e eu não te amo mesmo, é de você que eu lembro quando aquela vontade de tomar sorvete de madrugada vem, é por você que eu fico triste quando estou muito feliz mas lembro de repente que você nunca vai saber do porque de eu estar tão feliz, e é você que eu odeio quando alguma história qualquer que eu ouço me faz lembrar as nossas. Eu não amo você, eu amo suas costas, seu cabelo molhado, sua capacidade de falar besteiras que no fundo sempre tem nexo, seu jeito particular de parar pra pensar na vida na hora mais imprópria e me deixar louca querendo adivinhar por quais caminhos sua mente está passeando e se por acaso o nosso atalho torto está entre eles, eu amo seu sorriso sem pretensão, só isso, mas você mesmo, assim como eu vejo eu não amo. E eu não amo você, eu digo, repito, escrevo, penso porque fingir é meu único álibe, porque fugir é a única maneira que encontrei de sair limpa dessa história, porque não te amar é o único jeito que encontrei pra esquecer todo esse amor que tenho por você.
A primeira vez que eu te vi, você estava tocando guitarra com sua banda, me lembro de ter te achado um tanto quanto imponente, tentei disfarçar o meu fascínio pelo modo como você tocava como se ninguém tivesse olhando e me concentrar em outras coisas que não fosse seus braços fortes e seu olhar firme. Desde esse dia vez ou outra você vinha na minha mente, achei seu perfil na internet e como um vício visitava todo o dia, comecei a pensar o quanto era engraçado o fato de você nem imaginar que uma louca que nunca trocou nem um oi com você futucasse sua vida todo dia. Como numa dessas coisas que tem que acontecer, a gente enfim se conheceu, amigos em comum, e numa saída sem pretensão, com meu cabelo num dia de mau humor crônico, lá tava você no restaurante, incrivelmente sentado na mesa reservada a minha turminha, aí eu comecei a me culpar por ter saído de casa com aquela roupa imensamente sem graça e por não ter feito um coque no cabelo, mas já era tarde você já estava de pé e um casal de amigo já estava fazendo as devidas apresentações. Tentei disfarçar mas vez ou outra nossos olhares se cruzavam e quando isso acontecia eu pensava ‘calma, você havia se prometido passar um tempo sem ninguém, nem inventa isso agora”. Mas no fim da noite, cheguei em casa cheia de expectativas e com seu número gravado no celular. Um tempo se passou e como você tinha meu número não liguei, vi algumas apresentações de sua banda e fui vivendo minha vida de sempre, sem nenhuma emoção aparente. Quando numa tarde de segunda feira, você liga, meio sem graça, pergunta como estou e quando me dou conta uma hora se passaram e já tínhamos intimidade de amigos de longa data, marcamos um encontro, e quando desligo o telefone fico olhando o aparelho feito uma boba, e algo dentro de mim grita: começou tudo de novo. Chega o dia de saímos, tento ficar um pouco apresentável, ultimamente tinha engordado um pouco, mas compensei com uma roupa apropriada para meu atual peso e meu cabelo resolveu me dá uma trégua, nos encontramos no shopping e você me parece mais bonito que todas as vezes que eu te vi e fico feliz por pensar que um encontro comigo mereceu toda aquela produção, vemos um filme sem graça, escolha sua, mas me divirto do mesmo jeito, mesmo o filme sendo chato sua risada tornou ele até que engraçado. Você me deixa em casa, a gente se olha, meu coração dispara, agora devia ser a hora que nos beijamos e eu entro em casa mais perdida que mulher em liquidação, mas você vai contra as regras, me puxa pra perto, me abraça e me dá um beijo leve na testa. Tudo que eu precisava pra ficar fascinada e com uma dúvida dos infernos, você mal entrou na minha vida e já conseguiu me deixar confusa e elétrica ao mesmo tempo, comento com meus amigos e enquanto um fala que talvez você queira só amizade o outro fala que você pode ser diferente dos outros. Não sei o que pensar, mas tento relaxar e ver no que dá. Você manda um sms de bom dia e eu percebo que talvez você seja mesmo diferente. De noite me surpreendo com uma ligação sua dizendo que gostou de me ver, que ficou nervoso quando eu cheguei perto e que queria me ver de novo, e de novo e de novo. Desliguei o telefone estérica e liguei para o meu melhor amigo: - Lembra quando você disse que eu iria encontrar um homem que achasse meu jeito bobo lindo, que me olhasse além de apenas um pedaço de carne desfrutável e que quisesse está comigo sempre, por algum e por qualquer motivo? Vou sair com esse homem hoje!
Já é tarde da noite e fico aqui pensando se você ta acordado, se ainda costuma dormir tarde, se tiver acordado fico pensando no que hoje ta tirando seu sono, se está dormindo fico pensando qual a novidade que te devolveu o sono. Me acho boba por pensar tanto em você, mas engraçado como sei que ficaria um pouco feliz se você pensasse pelo menos um pouquinho em mim, com um pouquinho de saudade, com um desejo pequeno de que tudo tivesse sido diferente. Aí depois penso que eu poderia te ligar, pra saber de você, mas depois lembro que eu to tão feliz que isso não valeria a pena, arriscar perceber que a conexão que a gente tinha se perdeu com a distância, que já não rimos das mesmas coisas, que você ta mais feliz que eu. E toda vez que eu pego o telefone, mesmo não tendo mais suas mensagens, eu lembro do quanto uma mensagem sua era capaz de mudar meu dia, será que amar é mesmo isso? Tornar as coisas mais bobas do mundo um motivo pra rir a toa o dia inteiro? Lembrar de você me faz doer e sarar ao mesmo tempo, é um processo de dor e cura, por que você doeu tanto e o fim doeu tanto mais não dói mais sabe? E hoje mesmo não querendo te ver eu consigo até rir um pouco lembrando das nossas bobagens, do nosso jeito tão particular de fazer drama com tudo. Eu poderia apostar que você sabe que eu me feri, que me doeu tudo que aconteceu, mas prefiro acreditar que você não sabe, porque ainda quero pensar em você como o menino bobo que conheci, como o cara legal, cheio de amigos, incapaz de magoar quem quer que fosse. O tempo de raiva, mágoa passaram e me foram muito úteis, com a raiva aprendi a ver o seu lado obscuro que a paixão me cegava, com a mágoa enxerguei que nunca foi tudo que eu imaginei que fosse, que você não estava isento de erros e que eu fui a maior culpada por te pintar tão milimetricamente perfeito. Hoje é uma noite incomum de tantas outras que tenho dormido sem pensar em você, hoje fiquei inquieta, as lembranças vieram como um furacão mas minhas construções sobrevivem a você, você não destrói mais tudo em mim, é só uma saudade boba, de um sentimento antigo, não mais de você, não mais de nós.
Você nunca vai saber mas eu chorei tanto por você, perdi a hora, passei um tempo sem cuidar de mim, odiando todo mundo, querendo dormir e só acordar depois que tudo tivesse passado. Parece difícil acreditar mas dormir não era mais tão simples, eu parei de comer e me isolar de todos por um tempo foi minha única opção. Ficava aliviada quando chovia, o dia acompanhava minha tristeza, nunca gostei de está triste em dias de sol, me sentia mal agradecida em ta tão infeliz num dia tão lindo, parecia que o sol me obrigava a está feliz. Você nunca vai saber mas eu reli todas nossas conversas nas redes sociais, no celular por dias a fio, refazia nossos passos juntos antes de dormir e chorava quando esquecia algum detalhe, me acabava por dentro ver que você tava indo, que nossas lembranças com o passar dos dias estavam tão raras. Ninguém testemunhou mas pedia a Deus por nós todas as noites “se ele voltar esqueço tudo o que aconteceu, paro de comer sushi, paro de reclamar do meu emprego...” e mesmo não acreditando que seria possível um nós nessa vida eu pedia, fazia promessas, chantagens, acordos. Meus amigos não sabem mas eu fingi está bem porque odiava ter que ver todos com pena de mim e com raiva de você. Esse fim de semana um amigo me perguntou quem tinha mais colaborado pra eu ser tão forte como sou hoje, na hora lembrei da minha infância, dos traumas e de você. Você nunca vai saber mas boa parte dessa mulher que sou hoje eu devo a você, quando você foi embora tanta coisa morreu dentro de mim que por um tempo me achei um nada, nada parecia caber no vazio que me tornei, nada parecia fazer parte de mim, até quando percebi que pra se renascer precisa antes morrer, que pra se reconhecer feliz precisa antes saber o que é ser triste. Até quando pude ver que todo aquele vazio não era o fim era apenas o espaço que eu precisava pra acomodar tudo que eu sou hoje, sem você.
No início era com ele que eu queria está todas as vezes que saíamos, você foi mais uma alternativa que minha preferência, todas as vezes que você me contava uma piada era da risada dele que eu lembrava, e toda coisa nova que acontecia comigo eu desabafava com você mas no fundo era para os olhos dele que eu queria ta olhando enquanto contava minhas desventuras. Um dia eu te contei o que o amor tinha feito comigo e você sorriu e disse: não era amor, nesse dia fui dormir pensando em todas as vezes que ele me fez acreditar que era. Você olhava pra mim com toda devoção que ele nunca me olhou e todo seu tempo livre era meu, como o dele nunca foi. Você ria de mim e comigo, e eu escondida chorava de mim e por ele. E todos os lugares que eu planejei ir com ele você me levou, sem cobranças, sem pedidos, você fez em pouco tempo o que em anos ele nunca fez. Eu engolia o choro, forçava o sorriso todas as vezes que você me ligava pra desejar boa noite, porque era a voz dele que eu queria está ouvindo. Mas porque eu não conseguia esquecer dele se tudo que vivemos me feriu tanto, se as coisas boas foram esquecidas por todo aquele fim atordoador? Mas você sempre fingiu não perceber, até o dia em que você pela primeira vez entendeu meu silêncio e quis ir embora, pensei que seria melhor, não queria te magoar mais com um passado que nem eu sabia lhe dar, mas na manhã seguinte eu quis olhar pra você como eu nunca quis olhar pra mais ninguém. E nos dias que se passaram eu chorei e não foi por você, pela primeira vez eu chorei por nós, porque foi com você que aprendi a ser junto. Você me ensinou a verdade de um sentimento recíproco, você me ensinou que o amor vale mais por atitudes. Me fez ver que toda aquela saudade que eu sentia dele era mais porque o pouco que ele me dava era tudo que eu jurava merecer. Mas hoje você me ensinou o que é ser amada e eu em troca, sem culpa, te amei também.
Porque toda vez que eu olho pra você eu quero dizer: sim, por você eu diria sim, pela gente todos os meus medos infantis dissipam. Você me enxerga por dentro e eu fico pensando o que eu não faria pra que você ficasse mais um pouquinho, será que há algo que você me pediria que eu negaria? Talvez você não entenda e nem eu quero te explicar, mas sente isso que eu to sentindo, ri comigo todas as vezes que eu ficar muda diante da gente. Você veio e me fez esquecer das bobagens de antes, porque antes de você tudo foi bobagem, buscas inúteis, desencontros. Porque todo meu dia muda quando olho seu rosto, quando você ri de canto e conta segredos de nós dois no meu ouvido eu me lembro grata a Deus que poderíamos morar cada um em um hemisfério e nunca nos encontraríamos, mas estamos aqui, vivendo o que tanta gente passa a vida toda e não vive. Eu nunca vou saber, nem sei até que ponto do nosso cansaço emocional alguém chega e nos faz entender que tudo foi por uma razão, mas você desnudou minha descrença, você descamou meus olhos de ressaca. Eu amo você, e eu amo muito mais além de você eu amo a gente junto, eu amo nossa gargalhada depois de uma piada sem graça, eu amo nossos olhos quando se encontram depois de um dia cansativo, eu amo nossas pernas se esquentando no frio. Talvez um dia tudo que estamos vivendo vire memória e você seja apenas um sonho bom, mas por hoje tudo já valeu a pena, mas por todo sonho que você me devolveu, por toda essa fé que hoje eu tenho em mim nosso amor foi muito mais que um acaso foi um plano divino.
Ontem você me ligou depois de anos e disse que não me esqueceu, que não se arrependeu de tudo o que fizemos e que a gente de alguma forma tinha valido a pena. Custei a acreditar, e você estranhou, antigamente era tão simples me convencer de algo que você falava mas agora algo mudou, coração blindado sabe? Pois é, aprendi. Numa conversa de trinta minutos eu entendi o porque que tínhamos que está longe, você me disse que estava feliz e eu mesmo sem ninguém também estou, to sorrindo mais e olha o meu progresso: falar com você não me afeta tanto como antes. Cheguei a um estágio em que já me acostumei com essas ligações suas, é como se algo dentro de você quisesse ter a certeza se eu ainda estava ali.Não lembro mais de você como antes mas quando lembro são as melhores lembranças, das risadas, das conversas sérias, do seu jeito único de poetizar tudo, você foi a pessoa que eu conheci que mais se pareceu comigo, deve ser por isso que não demos certo. Havia desejo, sintonia, amor mas não havia o aval do destino e hoje sei que era verdade quando você me disse que ele seria nosso maior inimigo. Fazia tanto tempo que não sentia sua falta mas quando você me disse que imprimiu e guardou nossa última conversa eu tive raiva por aquilo tudo, eu tive raiva por um nós que nunca existiu,eu tive raiva por não ter tentado modificar nada por medo de me ferir, sendo que a minha desistência me machucou mais que qualquer tentativa. No fim de ontem eu só queria está com alguém que eu conseguisse sentir a metade que eu senti com você, eu só queria vê minha voz trêmula por ouvir outra voz que não fosse a tua, eu só queria esperar outro alguém no fim de todos dias que não fosse você.
Os anos teen passaram, os trinta estão chegando, não há mais tanta coragem, mas em contra mão não há mais tanto medo. A gente se despede mais fácil, e quando sofre, sofre devagar, se perde algo ou alguém chora de manhã pra terminar de chorar semana que vêm. Os amigos de adolescência estão com outros amigos e os amigos recentes estão cansados de festa, a gente quer voltar pra casa cedo, a gente quer dormir na mesma cama todos os dias, o silêncio canta mais alto que qualquer música da moda, as músicas da moda já não mexem mais nossas entranhas seletivas. Os dias de nostalgia diminuíram de uma vez por semana pra uma vez por ano, já não há o que se desesperar, os amores estão melhores resolvidos e a solidão é companhia. Não se quer adiar pra amanhã nada: nem a viagem, nem aquele romance, mas também não se quer pra agora por medo de se quebrar de novo, afinal foram anos se reconstruindo. Se algo não sai como planejado a raiva não vêm com a frustração, o choro sai ardendo a alma cansada, o riso sai descompromissado, a saudade acalenta mais do que machuca. Você se acha maduro porque aquele amor antigo não machuca mais, o amor recente não desestabiliza tanto, o tempo perdido é com a realidade e as fantasias estão numa caixinha da memória aberta só de vez em quando. Você se pergunta quem é esse cara do espelho, esse reflexo que já não é tão jovem mas não chega a ser velho, você se assusta com essa calma que te invade quando tudo lá fora tá à beira do caos. São os quase trinta, são os vinte e tantos, é o tempo de desencontros marcados, de encontros atrasados, é o tempo do choro contido, das palavras árduas mas sábias, dos amores maduros e livres. É a alma dando voz àquele desejo antigo, é o sono de domingo, é o suco no lugar do refrigerante, é o jantar no lugar da boate, é o silêncio no lugar do rock, é a aceitação no lugar do espanto, é o até quando Deus quiser no lugar do pra sempre.
Se me perguntassem qual minha risada preferida eu diria sem medo de errar que é a sua, o som estridente de uma gargalhada que parece avessa a toda dor, o olhar distante de quem sofre demais e encara de menos. A primeira vez que te vi chorar foi por uma história que eu contei, mas parecia que você viveu aquilo, que a dor que eu sentia você já sentiu, nossa história era a mesma só mudava os personagens. Com você aprendi que algumas dores gritam mesmo em silêncio, que por mais que suas risadas ecoem na sala, tua dor faz zuada em meus ouvidos. Fingir é seu escape, fingir é um dom que você tem, mas seu fingimento é fraco, meu olhar cansado encontra o teu e penso que por trás de sua risada alta você percebe que eu te entendo, você percebe que eu te enxergo. As pessoas perguntam como alguém pode ser feliz assim, as pessoas sentem sua falta quando você não está, o vazio que você sente é o vazio que você deixa quando se vai. Você é tão amável, talvez seja por isso que você se machuque tanto, quando a gente ama muito a gente se machuca muito, amar é estar nu pra dor, é tirar toda a armadura da hipocrisia e se deixar livre, mas amar tem um preço e você como eu sabe que as vezes é alto demais. Ah se eu pudesse te dar um presente, algo pra você lembrar de mim pra sempre, mas o que eu pensei em te dar é muito além de algo material, vai muito além de algo que se toca, que se veste, o que eu queria te dar é algo que se sente, o presente que eu te daria seria esperança. Esperança de que há um sol escondido por trás dessas densas nuvens, esperança de que um dia, não muito longe, esse teu riso traga consigo um olhar de quem conseguiu achar um porto, de quem conseguiu achar no amor um bom motivo pra continuar.
A gente poderia se conhecer numa churrascaria, numa noite chuvosa de segunda feira, aniversário de um amigo em comum. Você poderia sentar atrás de mim numa prova qualquer de concurso público, me achar familiar e com um pouco de vergonha me perguntar as horas e se não nos conhecemos de algum lugar. Eu poderia visitar a igreja que você frequenta, eu te olharia de lado, acharia você bonito e perguntaria pra minha amiga quem você era. Você poderia vim assim sem nenhuma pretensão, numa terça a tarde na sorveteria da esquina, numa festinha de criança na escolinha do meu sobrinho. A gente poderia ser fã da mesma banda e colecionar a mesma série de livros. Meu pai e você torceriam para o mesmo time, a sua gargalhada seria meu motivo de gozação e meu jeito manteiga derretida seria o seu. Minha camiseta preferida poderia ser uma que você me presenteou pra se desculpar da nossa primeira briga, a sua camisa mais bonita poderia ser a que você usou no nosso primeiro encontro. A gente poderia discutir sobre o destino de nossa primeira viagem, sobre o brinde de uma compra na internet, sobre a justiça do árbitro num jogo qualquer. Eu poderia convidar você pra ver a lua na beira da praia a noite, você poderia me convidar pra uma exposição no museu de arte. Você poderia ser o primeiro a me dar um anel de compromisso e eu a primeira a te dar a coleção de todas as temporadas de Friends. Meu irmão implicaria com seu cabelo e sua mãe adoraria meus anéis. A gente dormiria todo domingo depois do almoço no tapete da sala da sua casa e elegeríamos a segunda feira como o dia do“nós”. Você seria meu admirador declarado e eu seria a sua fã enrustida. Nossos olhares brilhariam na visão um do outro, e o final de um dia enfadonho de trabalho ainda teria cor, porque passaríamos a noite na minha casa arrumando tudo para a festa de aniversário de casamento dos meus pais. Você poderia chegar amanhã, mês que vêm, daqui há alguns anos, mas vê se não demora tanto, vê se não se perde com essas meninas-patricinhas-vazias, vê se não viaja pra longe de mim ou vê se vem morar na minha rua, mas não deixa eu perder a esperança de acreditar que você vai vir, não deixa eu encontrar um meio amor qualquer e perder de viver uma grande história, a nossa história.
Você vai embora e eu vou ficar por um tempo ouvindo a mesma música alternando com momentos de silêncio profundo. Vou assistir pela milésima vez o concerto ao vivo da sua banda predileta não por gostar dela mas por saber que em algum lugar você poderá está assistindo também. Vou ir ao cinema sozinha, dormir no domingo a tarde, aprender a jogar pôquer só pra dizer a mim mesma que eu consigo fazer coisas que você dizia que eu não nasci pra fazer. Você vai embora e eu vou aprender francês, viajar pra Suíça, vou aprender a fazer frango xadrez. Vou virar vegetariana, vou fazer ioga, vou encontrar alguém. Você vai embora e eu vou aprender uma nova música, comprar uma meia calça roxa, vou casar. Você vai embora e eu vou viver, vou amar, vou florescer. Não hoje, não agora mas um dia eu irei, eu sei que irei.
A gente nunca daria certo, e eu sempre lutei para que você entendesse isso. Não adiantava ter química, não adiantava a gente ter o mesmo gosto pra música, rir das mesmas coisas, o problema é que nossos sonhos sempre andaram na contra mão e entre uma encruzilhada e outra a gente se encontrava. Você sempre foi tudo o que eu esperava em um homem, mas também foi tudo que eu não suportaria ter, porque você era bom demais pra uma menina tão milimetricamente errada como eu. Eu queria não gostar de algo em você, eu queria que você tivesse gritado comigo no dia em que te troquei pra dançar com outro naquela festa, eu queria que você não tivesse cuidado de mim quando eu tava sofrendo por mais um fora, tudo isso pra que eu pudesse sentir algo além de amizade, tudo isso pra que eu ficasse um pouco insegura em relação ao que você sentia por mim, porque a verdade é que eu sempre soube que você me amava e isso me afastou de nós desde o início, desculpa mas nunca soube lhe dar com o amor, muito menos um como seu, tão livre, tão entregue. Hoje acordei com uma saudade absurda de você, vez ou outra eu acordo assim culpando até minha última geração por ter deixado você ir, mas no final do dia eu sempre durmo com a certeza que foi o melhor pra você. Você me ensinou a deixar meu orgulho de lado, a ser menos egoísta, porque no dia que eu pus um fim em nós eu pensei mais em você do que em mim, eu sei que você não acreditaria se te falasse por isso me calei, deixei você ficar com raiva pra te livrar de um sentimento que não ía te levar a lugar nenhum, não era justo eu prender um passarinho na gaiola, cê me entende? Queria te dizer que nunca conheci alguém tão bacana quanto você, que se eu pudesse escolher uma risada minha seria uma com você. A última vez que te vi foi numa festa, tão lindo, rodeado de amigos como não podia deixar de ser sempre foi irresistível ter você por perto, você me viu, correu e me deu um abraço desses que estala seus ossos das costas, sorriu com aquele riso de quem não tem nada a perder e me disse: Pensei que nunca mais iria te ver, na hora eu tremi, pela primeira vez eu tremi na sua presença, eu sempre tão segura de você, me senti tão pequena, pela primeira vez eu não vi amor em você, pela primeira vez você me cumprimentou como uma simples amiga, era apenas carinho, você se despediu e eu só quis te pedir pra que você ficasse, me amasse só por mais um dia, porque fazia um tempo que tava sentindo uma falta descomunal daquele teu olhar de devoção, mas não disse nada e você foi. Soube que você tá feliz, arrumou alguém e que planeja até se casar, quando vi uma foto de vocês numa rede social, fechei os olhos e desejei, não você de volta, mas desejei com todos as minhas forças que essa garota te fizesse feliz o tanto que eu quis fazer, mas não consegui.
Passaram-se alguns meses da última vez que nos vimos e foi tudo tão confuso e ao mesmo tempo tão triste, confuso porque não sabia o que seria de nós dali por diante, triste porque todas as nossas despedidas me deixavam dilacerada por dentro. Mas como eu já esperava não foi um ponto final foi mais um ponto na enorme reticência que nossa história se tornou. A verdade é que tudo me lembra você, das coisas mais intensas as absurdamente mais comuns, você sempre foi a ilusão mais palpável da minha vida. Toda vez que em minha solterice assumida eu quero me lembrar de alguém pra construir um nós é você que vêm a cabeça. Quando alguma coisa nova acontece no meio da monotonia dos meus dias é você a primeira pessoa que eu queria contar. Talvez você nunca irá saber disso, mas você foi e está sendo mesmo de longe o homem da minha vida, o homem dos meus sonhos, todos esses clichês repetitivos que ouvimos desde sempre você é pra mim. Você é o meu melhor clichê, e a minha melhor novidade também porque toda vez que eu te vejo eu descubro uma nuance nova para o teu sorriso. A gente nunca vai dá certo eu sei disso e pode acreditar não sofro mais com essa verdade, não vou te dizer que ela não está engasgada na minha garganta porque ainda está, mas ela não dói mais. O que me dói é saber que todo esse meu amor não vai servir pra nada, o que me dói é saber que um dia eu vou me casar com alguém e esse alguém não vai ser você. Nossa história vai ser meu quase mais triste. Poxa, eu quase passei no vestibular, eu quase ganhei aquele sorteio, eu quase tive você. Eu vejo tantas pessoas fazendo planos e quase sempre encontrar alguém está na lista, na minha sempre esteve reencontrar alguém. Porque por mais que eu conheça gente nova todo dia, eu sempre antes de dormir desejo sentir de novo tua pele quentinha com cheiro de paz, porque por mais que eu conhecesse o mundo seus braços continuariam sendo o melhor lugar pra eu voltar.
Esse texto é pra você. É pra você porque essa menina falante sua presença consegue deixar muda, é pra você porque meu único refúgio é escrever, escrever, diluir em palavras tudo que me bagunça por dentro. Tenho medo de te encarar, medo de te ouvir, medo porque você é tão doce que te olhar amargo assim me dói, dói como nunca pensei que doeria. Aí eu fico muda, eu tento rir na sua frente, tento fazer com que você me note, insisto pra você esquecer minhas bobagens, porque é isso que eu sou uma boba que só faz besteiras perto de quem ama. Eu te amo tanto, e eu sei que eu te amo porque eu não consigo ser coerente com quem gosto, eu tento, analiso, mas só consigo forçar correção, eu erro, erro, machuco mas pode ter certeza que quem sai mais machucada sou eu. E é assim que eu to: machucada, rindo por fora e gritando por dentro, escutando músicas alegres pra confundir a ópera dramática que canta nos meus ouvidos. A gente é tão parecido por isso que eu respeito tanto seu distanciamento, porque eu não quero te invadir, porque eu sei que não adianta mais eu dizer que nunca quis te machucar porque isso não vai mudar a dor que já se instalou. Eu não sei onde isso vai parar, não sei se algum dia você vai me olhar e querer rir comigo de uma besteira qualquer, mas a única coisa que eu queria e te peço se for mesmo o fim, se você realmente não quiser pensar em mim como alguém que vai está ao seu lado no futuro, lembra de mim de vez em quando, mas lembra das coisas boas, das nossas risadas exageradas, dos nossos códigos infantis, lembra de mim como alguém que daria a vida por um sorriso teu, se algum dia mesmo longe um do outro eu saber que é dos nossos melhores momentos que você mais lembra eu vou sentir lá no fundo que pelo menos por algum tempo a gente valeu a pena.
Dá pra fazer uma pausa entre essas coisas lindas que você me diz, deixa eu respirar todo o ar que me resta até eu desabar nos teus braços. Não me faz acreditar nesses teus clichês, porque faz tempo que tenho achado mó bobagem esse negócio de amar. Daí você vem bagunçar essa perfeição que virou a minha vida, quando eu descobri que dá pra ser feliz sem criar expectativa de amar e/ou amar alguém. Se me quer de verdade me convence que vai valer a pena, porque eu não tiro meu coração da gaveta por uma simples aventura mais. Não me olha desse jeito, porque eu não sei desviar meus olhos dos teus, eu me desvio dos teus impulsos, dos teus convites mas o teu olhar pra mim é covardia. Você diz que tá cedo mas no meu coração já passou da meia noite, você faz promessas para agora e o meu agora tá dormindo no berço do amanhã. Não me desperta porque minha alma é um vulcão, menino você não me conhece, quando eu acordo demoro pra pegar no sono e é aí que tá o problema, aqui dentro ainda resta um pouco de ressaca do meu ultimo suspiro antes de adormecer. Você é tão lindo que passei a noite passada toda pensando em como trocaria boa parte das minhas paisagens diárias pra ficar vidrada olhando teu rosto. Você é tão lindo que eu me pego pedindo ao tempo que me traga você pra eu te olhar um pouquinho mesmo que eu não me permita te ter nunca. Desde que você chegou as horas voltaram a ser minutos, as músicas de Los Hermanos voltaram a ter sentido, as noites sozinhas em casa voltaram a ter graça. Desde que você chegou e só porque você chegou tenho pensado que amar não é tão bobo assim, que bobo mesmo são teus olhos nos meus, teu andar distraído querendo pegar carona na minha pressa, bobo mesmo é essa mania de não te querer que me faz te querer mais, pra mim, pra sempre.
Então eu fico sentada em frente ao mar, ao nosso mar, aquele que por tantas vezes chamamos de nosso, que por tantas vezes testemunhou coisas tão nossas. Mas agora ele só testemunha a minha solidão sem você, eu começo a pensar que talvez ele chore quando me vê aqui nessas pedras, lembrando que um dia dissemos ‘pra sempre’ olhando pra ele. Mas hoje essa imensidão não me tortura, está contemplando o universo sem você, essas estrelas que juntas formam algo que nunca iremos alcançar não me deixa pela metade mais. Um dia você esteve aqui e o que vivemos foi tão real quanto esse vento que agora assanha meus cabelos. Um dia a gente falou que seria pra sempre mas quem disse que não foi? Foi o nosso pra sempre, fomos honesto com o nosso amor quando o vivemos por completo e hoje não resta nada de nosso nesse amor que é tão meu. Ao meu redor vejo casais e me pergunto se eles sentem o que a gente sentiu, se já se sentiram esmagados por um amor tão grande mas em contrapartida leves como uma pena ao vento. Será que tudo que sentimos foi tão forte que a vida pôs prazo de validade por ser tão injusto com quem não viveu nem metade do que nós? Eu não deixo de pensar que nosso curto tempo deixou faíscas que ainda me fazem rir do nada, que tudo que aprendi com você serão pontos luminosos na minha simples existência, que talvez o meu sempre durou o tempo que nós duramos. Um dia ouvi dizer que quando morremos revivemos nossos melhores momentos aqui na terra como se fosse um agrado do criador pela nossa passagem, não demorei muito pra desejar viver minhas melhores alegrias e não me surpreendeu ter a certeza que em todas elas você esteve lá.
Minhas amigas dizem que estou louca, meus amigos apostam que nós não vamos durar. Minha mãe me pergunta direto o porquê das minhas risadas sem motivos e do meu choro abafado depois das duas da manhã. Eu escondo, disfarço porque o motivo de tudo isso é você, toda minha confusão está intitulada com o seu nome. Tudo aqui dentro tá sufocado, minhas feridas estão abertas e você ri, porque no fundo você não entende, não sabe que ninguém mais arruma o que sinto aqui dentro, não leva a sério esse furacão que eu sinto no meu peito porque pra você ele é apenas uma brisa. Minha mãe sempre me diz que quando um cara não ama a gente no início ele nunca vai amar, mas cada vez que eu te olho eu penso que posso te congelar assim... que você pode não ir embora como todos pensam. Eles não entendem que eu quero me iludir, que eu quero pensar que você pensa em mim antes de dormir, que você sai na rua cogitando me encontrar, como todos os dias faço. Eu sei que vai doer, porque já ta doendo, não consigo nem pensar que um dia vai tá tudo vazio de novo e eu não vou sentir esse turbilhão quando o telefone tocar e no visor aparecer teu nome. Me deixa sugar cada segundo de você, me deixa respirar todo teu tempo, me deixa fugir pra tua casa quando eu tiver medo de toda essa ilusão que eu criei. Deixa eu acreditar que todos eles estão errados e que essa voz aqui dentro que grita teu nome é a que eu devo seguir.
É isso: você tem medo do amor. E sempre quando sai de casa, com alguém ou sozinha, se certifica se está protegida dele o bastante. Você pensa no amor como algo que bloqueia, lembra de tantos sonhos que foram construídos em torno de alguém que hoje são apenas escombros que você desistiu de erguer sozinha. E aquele cara da faculdade está há tempos chamando você pra sair, seu ex que ainda não te esqueceu, um amigo do seu irmão que já mandou dezenas de indiretas, e você está aí, imune ao mundo, imune a tantos caras que enxergaram em você a beleza que ele nunca viu nem vai ver. Mais um fim de semana que você passa mergulhada em CDs antigos, filmes, livros com histórias que nunca serão as suas. Tudo isso porque um dia o domingo era o dia dele, tudo isso porque todos esses CDs são trilhas sonoras da sua primeira tentativa de amar. Você se esforça mas a verdade é que parece que toda graça do mundo foi embora junto com ele, toda aquela vontade de conhecer gente nova, de sair sem destino e sozinha está guardada numa gaveta qualquer junto com as roupas que ele deixou pra trás. E mesmo assim você aceita sair com o cara bonitinho da auto-escola só pra se certificar que aquele lugar ainda é o dele, só pra lembrar que ninguém te deixa à vontade com a sua gargalhada como ele deixava. O mundo é tão grande e você sempre foi tão realista, mas hoje está limitada a essa tal de realidade que não te deixa ver que existem outros, exitem alguns, e pode existir aquele, aquele que vai te olhar na alma e te fazer querer acordar cedo pra caminhar na praia, que vai te querer por baixo de toda essa armadura, que vai te fazer desejar ser inteira de novo, pra ele, pra você, pra vida.
Você me mandou um poema por mensagem hoje, nenhum bom dia, nenhum interesse de como eu estou apenas o poema. Você sempre soube da minha paixão por poesia e achei engraçado porque eu nunca contei isso a nenhum cara que me relacionei porque sempre achei que eles poderiam pensar que eu era uma “romântica-não-me-toque”, mas pra você eu disse, na primeira conversa longa que tivemos eu já tava soltando todos os meus segredos numerados e infantis. Você sempre conseguiu arrancar tudo de mim, minha melhor risada era sua, era tão sua que eu guardava as coisas engraçadas que eu ouvia pra contar pra você e rir com você e rir da sua gargalhada ‘soluçante’, minha melhor dor era sua, porque na verdade tudo em você me doía, quando você tava longe me doía a saudade, quando você estava perto me doía o tanto que te queria e nunca poderia ter, porque eu queria teu sangue nas minhas veias, eu queria tua respiração ofegante sobre meus poros, eu queria teus sonhos derramados no meu cansaço e querer demais é o caminho mais rápido para a frustração. Me assusta o modo que fico feliz quando você se lembra de mim, eu sei que de vez em quando você lembra, porque minha intensidade sempre foi o seu refúgio preferido quando você ta mergulhado na sua vida vazia. Eu com minhas manias você com suas certezas, eu te querendo pra agora, você me guardando no de vez em quando, eu te amando aos gritos, você me amando pelos cantos. Você sempre duvidou da gente, me lembro do dia que você me disse “e se eu me apaixonar por você? caminho sem volta”, prendi o choro e abracei você: Eu te espero na volta. Li o poema e comecei a pensar em uma resposta, agradecimento pela lembrança mas depois me lembrei o quanto você sempre gostou da minha transparência, de como sempre fui clara com você sobre tudo, se não era clara com as palavras era com o olhar, eu nunca menti pra você e decidi não responder, porque nada que eu falasse caberia no que eu queria dizer, porque nenhum agradecimento resumiria tudo que sinto em saber que você ta aqui, não aqui, mas ao alcance, ao alcance de toda essa minha saudade.
Eu fiz um pacto de silêncio, hoje eu sei que há poucos, bem poucos interessam o que eu passo, o que eu sinto. Então para os demais eu vou sempre está bem, não isso não é falsidade, mas a certeza de que meus sentimentos valem muito, o que eu sinto é meu, não diz respeito a mais ninguém. Chega uma hora que a gente cresce e percebe que o que você diz é constantemente usado contra você, então é melhor se segurar, sofrer calada. São tantas pessoas felizes no mundo que está triste se tornou pecado, é um erro, é besteira. E que mal há em está triste, ou quieto, ou em silêncio? Você não pode permanecer assim porque ninguém merece ser triste o tempo todo, mas está triste faz parte, é necessário, ensina muita coisa. Sinceramente, eu tenho medo de quem corre da tristeza, eu tenho medo de quem canta felicidade aos quatro ventos e tenho pavor de quem julga o que os outros sentem, se põe num patamar elevado tipo ‘eu nunca vou passar por isso’ e olha a tristeza e o sofrimento alheio com desdém. O que eu sinto, o que você sente tem muito da nossa história, ninguém fica triste por um motivo só, pra você julgar alguém teria que ter um filme autoral contando como foi a vida em mínimos detalhes daquela pessoa e sentir o que ela sente, por isso ninguém é capaz de analisar a dor de ninguém, o que a gente vê na maioria das vezes não é nem 2% do que realmente ta acontecendo. Então vamos aprender a se colocar no lugar dos outros, a ser menos egoístas, a respeitar a dor e o sofrimento de quem quer que seja. Nessa vida aprendi que ninguém está imune de nada, que assim como o sol é pra todos a tempestade também.