Coleção pessoal de julieta_bukowski

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⁠Eu tive o prazer de morrer, e nascer de novo numa versão mais melhorada de mim mesma;
Evolução.

⁠Eu não chorei quando fui embora.
Não chorei quando ralei os meus joelhos naquela queda de bicicleta, porque de novo eu estava distraída. Eu também não chorei quando assisti pela milésima vez a Titanic na sessão da tarde.
Eu não chorei quando senti aquele buraco negro, que mais parecia fazer morada dentro de mim, sugar todos os meus sentimentos para dentro de si. E eu não chorei quando me perdi. dentro de mim. dentro da minha própria objeção subjetiva.
É que, subconscientemente, eu sempre gostei de ver a água subir. o copo derramar. A maré alta e boa pra peixe. E por isso, são em noites assim em que eu me afogo.
Porque eu nunca gosto de molhar os pés.
Eu gosto do gosto de sentir a água salgada até o topo.


~Keep Swimming...
Keep Swimming.

⁠𝐐𝐮𝐚𝐬𝐞 𝐧𝐢𝐧𝐠𝐮𝐞́𝐦 𝐯𝐚𝐢 𝐩𝐚𝐫𝐚𝐫 𝐩𝐫𝐚 𝐥𝐞𝐫 𝐢𝐬𝐬𝐨, 𝐞𝐮 𝐬𝐞𝐢. 𝐌𝐚𝐬 𝐩𝐫𝐞𝐜𝐢𝐬𝐨 𝐞𝐱𝐩𝐨𝐫 𝐞𝐬𝐬𝐚 𝐝𝐨𝐫 𝐞𝐦 𝐚𝐥𝐠𝐮𝐦 𝐥𝐮𝐠𝐚𝐫.

Eu me considero relutantemente melancolia. Daquele tipo que admira os pingos de chuva na janela daquela cafeteria, com o meu especial clássico esfriando sobre a minha mesa porque, outra vez, meu déficit de atenção me fez criar uma trilha de pensamentos distante para uma memória distante. Suspiro, dou outro gole no meu café agora frio e me aconchego naquela cadeira de madeira com o seguinte pensamento de que...será que eu algum dia conseguirei amar alguém, senão a mim mesma? O café agora parece se virar contra mim pois está amargo, gelado. Peço outro. Agradeço e volto para o meu ponto de analise. Eu conseguirei, algum dia amar alguém? Será que seria mais fácil sem o transtorno de bipolaridade? Ou o toc? Ou a atitude incessante narcisista que bateu em minha porta no passado, e eu burra a abri?
A verdade, é que é tudo tão confuso para mim, até mesmo quando sinto algo, penso que não sinto por temer não ser real. A bipolaridade faz isso conosco. Ela te faz amar, te faz não amar, te faz querer e depois partir. Ela te faz machucar pessoas. Talvez por isso hoje eu esteja aqui, bebendo esse café sozinha numa cafeteria onde todos estão partilhando seus donuts com algum parceiro(a). Alguém um dia me disse para não ser dura comigo mesma, mas é o meu modo de defesa. Hoje foi um dia triste para mim e eu me impedi de chorar, pois isso me deixaria vulnerável. Sorri. Eu não gosto de estar vulnerável, pois sinto medo de mim nesse estado. E...não sei dizer quando me tornei essa pedra de gelo ambulante cujo único intuito e passar pela vida das pessoas, sobretudo, no final, acho que sou apenas isso: uma passageira. Porque no final, eu sei que vou magoa-las, e todas elas irão querer estar bem longe de mim.

Se fôssemos fazer tudo o que viesse na nossa mente.... seria um verdadeiro caos. Por isso existe um controle remoto pra controlar as nossas vontades, que se chama domínio próprio. Saiba usar esse controle remoto de si mesmo!

Te perdoo por fazeres mil perguntas que em vidas que andam juntas ninguém faz...

Quero dizer, foi você quem me ensinou o sinônimo de amar e todos os antônimos de odiar: querer, gostar, venerar.
Todos os dias de manhã quando eu acordava com o cabelo mais bagunçado que os sentimentos no meu peito, e você dizia como eu estava linda, tão linda quanto meus olhos naquela tarde de domingo quando me conheceu. Eu sorria, envergonhada. ''está maluco por falta de cafeina.'' Eu disse uma vez, e você com toda graça e maestria recitou pelos próximo vinte segundos uma ideia contra aquela. Sempre foi teimoso demais...como quando estávamos naquela biblioteca uma vez, e teimou em dizer que Fernando Pessoa não era tão bom quanto Carlos Drummond. Me emburrei. Bati o pé e disse o quão insano era por pensar aquilo, todavia sua citação aniquilou o meu argumento em menos de um segundo: Entre a dor e o nada o que você escolhe?

E eu que sempre tive uma resposta na ponta da língua me vi sem ela. O que você escolhe? As palavras rondavam em minha mente, como aquele vinil gasto e velho que costumávamos colocar para tocar.

Seus cabelos estavam caídos para o lado naquele dia, sua barba por fazer, usava o suéter xadrez que eu costumava roubar toda a madrugada, apenas pra sentir o seu perfume amadeirado. Sorri. Suas iris castanhas me observavam com atenção e céus, naquele momento eu soube... eu enfim soube o porque de vir ao mundo chorando, o porque de ter tantas cicatrizes causadas por amores rasos, rasos demais que me causavam dores por mergulhar de cabeça, o porque de ter caminhado por um longo tempo na estrada chamada vida, até um lugar denominado pela geografia de Rio de Janeiro.
Tudo em prol de conhecer você, naquela avenida movimentada e calejada do centro, com comerciantes gritando e pessoas apressadas para os seus trabalhos. Leite e mel pingaram dos meus olhos antes de dizer:

Eu escolho a dor. Se ela tiver o seu nome, sobrenome e endereço.

Gostava de tudo que era ruim, o mau me agradava. desde a poesia ao amor, num looping continuo e doloroso. Arrancavam-me a pele, destruíam o meu ser. Devoravam-me viva. Qual seria a graça, senão, de sentir além da camada exterior, aquilo causado pelo caos interior de cada um?

Afinal, o mundo é uma grande cracolândia onde somos responsáveis por escolhermos a droga pela qual morreremos. Eu estou entre o álcool, ou a ponta afiada de sua língua me despindo.

Hoje é uma noite fria de uma quarta feira.
ainda não tenho a minha
resposta, então, por favor, diga-me.
você aguentaria carregar
o fardo lancinante da minha morte em suas mãos?