Coleção pessoal de Julidiasfirmino
Noites Longas
Que saudade eu sinto de ti minha noite
De quando eu podia voar com os meus pensamentos
E num mundo imaginário criar um lugar só pra mim
Onde todas as emoções afloravam numa imensidão sem fim
Vivia extasiada com tanto querer
Como eu gostava de viver dentro do teu mundo escuro
No qual a vontade de querer
Iluminava todo o meu caminho nesse mundo
Onde não me sinto confortável
Teu sereno molhava minha pele
O brilho das estrelas clareavam os meus olhos
Sinto tanta falta de ti noite
Da tua longa escuridão
De cada instante em que eu vivia
Dentro do teu tempo
Tu me abraçava num manto de esperança
Me deixando protegida
Com o teu lindo céu cheio de astros
Hoje ficastes tão pequena minha noite
Não a vejo mais passar
Não te sinto mais como antes
Porque o mundo tomou o teu espaço
Me inseri nele para poder sobreviver
Já não tenho mais tempo pra você
Minha noite amiga !
Já não posso mais desabafar contigo
Não posso mais escrever o que sinto
Porque eras tu que me servia de inspiração
Hoje, bem cedo ao acordar
E ver o dia,
Sentir a claridade dele nos meus olhos
Pude perceber que todos correm
Todos estão enquadrados num sistema
Que ninguém tem tempo
Pra viajar dentro da tua escuridão noite
E poder sentir a beleza suave do teu véu negro
Que encobre os sentimentos mais puros
Submersos no teu silêncio majestoso
Regado com o brilho infinito dos teus astros reis
Que ficam quietinhos banhando
Suas pétalas negras girando nesse universo...
Que saudades tua
Oh, minha querida noite !
Como é curioso saber que o simples fato de viver gera muito ponto de
interrogação. Observamos que:
Para contar uma bela história, antes ela deve ser escrita letra por letra. Pois, a cada mil anos os segundos seguem a sua ordem dentro do tempo...
Podemos ver a beleza do ipê e a magnificiência do pinheiro que tiveram o seu início na simplicidade das suas sementes. Incrível é saber que apenas sete notas musicais deram vida a "AVE MARIA" de Bach, e a "ALELUIA" de Hendel. Até o brilhantismo de Einsten foi calouro durante a sua fase fetal. Sem esquecer da ternura e da fragilidade do grande menino que também estagiaram no ventre!!!
Construir o mundo através de pequenos gestos, essa é a intenção. Uma pequena parcela já é o suficiente. Podemos chamar essa parcela de "EU".
Os segundos seguem a sua ordem, nem sempre é rápido e indolor, mas vale a pena fazer acontecer!
Fica ai um provérbio popular:
"NOS MENORES FRASCOS SE GUARDAM AS MELHORES FRAGÂNCIAS..."
Quando paro e fixo o meu olhar para o nada, sinto uma imensa vontade de colocar sobre a palma da minha mão um barco. E assim, gostaria eu de lançá-lo por terras longínquas que habitam os meus pensamentos e soprá-lo através de um suspiro agonizante para toda a existência viva e fazer com que todos os olhos que enxergam e todos os ouvidos que escutam apenas, um lamento de quem simplesmente quer amar e ser amado!
É isso, um barco que carregue todos os desejos encobertos pelo silêncio de cada coração.
Quando conseguimos perceber que cometemos um erro grave, a nossa consciência automaticamente começa a pesar de tal maneira, que uma névoa assombra tudo o que vemos. Nos sentimos perdidos, angustiados e doloridos. Assim, os dias vão passando e o tempo torna-se o nosso melhor professor.
Todos nós, não somos homens isentos de erros, ao contrário. A diferença está apenas, naqueles que são bons de coração. Errar com a consciência voltada para o mau, o preço torna-se muito alto, as vezes custa até a própria vida. Agora, errar quando não se tem o conhecimento de tal erro, mas com o coração bom, com um coração humano, faz com que as coisas mudem e a partir disso surge um grande aprendizado, uma grande lição.
Poucos são os sábios que não precisam passar pelos caminhos tortuosos da vida. Mas, feliz daqueles que conscientemente reconhecem um erro, que conhecem afundo o seu próprio coração e que conseguem transformar tudo a sua volta, com as suas palavras e com o seu exemplo de vida.
Mesmo que por alguns momentos eu viva no meio dos outros, me recluso por não saber conviver com o meu ¨Eu¨ manifestado entre eles.
Difícil mesmo é, procurar ser compreendido onde não existe a capacidade de aceitar o não compreender das pessoas.
De certa forma, sinto-me em determinadas interações humanas, incompreendida, incompreensível e um pouco ignorante por também não compreender aqueles que criam uma visão errada do meu ser.
JDF
Acreditava que ali existia vida
Simplesmente um enigma
Um mistério
Um leão alado
Esfomeado pelos prazeres da carne.
Carência sem explicação
Exigência inocente
Uma esfinge
Sem maldade
Que mata os viajantes
Com o seu suor lírico.
Tento destrinchar
Esmuiço as palavras
Num grande apuro
Espedaço-me com tamanha excitação
Ando a esmo!
Aquilo que não possui fim e nem começo
Aquilo que me embaraça e que
Deixa-me sem jeito!
Riscos e rabiscos
Que consertam
Que desconsertam
Que derrubam
Que levantam
Chuviscos e chouriços.
Pureza, clareza
Na beleza da rima que me afaga
Numa dança parcial
Das ancadas cristaleiras
Da face ingênua
Da tão gloriosa faceta
Que ofusca a máscara prateada
Da noiva adormecida
No leito encaracolado dos sonhos.
Vem o clarão
Chegam os relâmpagos
Sem os seus véus
Sem aqueles ventos
Na calmaria da noite
Ofuscada sem os seus raios
Nos intervalos dos lampejos
Assombrando os olhos negros da inocência
Guardada no ínfimo
Daquele ser pecador de tamanho afeto.
Navios ancorados
Navios perdidos
Um porto seguro
Um mar imenso!
AMO-TE
Tempos nebulosos esvaiam-se
Quando as nuvens da discórdia
Desaparecem levando as lágrimas
Exauridas com as dores
Vindas pelas gritantes madrugadas.
Cada uma das partes
Dividas com tamanho espanto e
Desamor.
Foi-se aquele tempo de estultice
No qual a estupidez embriagou
As nossas mentes e os nossos corações
Com o gosto amargo do desespero!
Nos tornamos seres cegos
Para o encontro harmônico das nossas almas
Onde a harmonia escondeu-se
Num lugar inacessível
Ao nosso entendimento.
Conscientemente sabíamos que o
Amor sempre esteve aqui
Que não havíamos
Lançado esse sentimento
Que nos uniu novamente
Na imensidão do esquecimento!
Estávamos encobertos
Pela cortina amarga do ¨não¨
Poder sentir
Pelo tempo acinzentado da cegueira
Pela máscara da insanidade que foi
Aceita por nossa própria consciência.