Coleção pessoal de juliannelam
Agora percebo que o tempo realmente é um dos recursos mais preciosos, se não o mais. Não que eu reclame do uso que fiz dele, mas me ressinto, de certa forma, de não ter conseguido fazer possível, por um longo período, meu contato com todos aqueles que são importantes pra mim, aqueles que admiro, aqueles com quem simpatizo - enfim, amigos. Infelizmente, meus (limitados) esforços não foram suficientes para manter em dia os afazeres e os afetos ao mesmo tempo. Entretanto, acho que sempre há meios para resgatar aquilo que deixamos, digamos assim, em stand by. Criarei oportunidades, vou atrás de quem importa pra mim. Então, meu caro amigo, não estranhe se eu bater à sua porta, discar seu número ou encontrar com você aleatoriamente pela cidade com um sorriso no rosto. É só o meu tempo tentando girar os ponteiros para trás. Não peço mais que um gesto simples, um aceno de cabeça ou uma conversa descontraída em qualquer bar. Espero que me aceite. Até lá!
Vida na roça
É áspera a manhã, quase madrugada, fria e preguiçosa. Levanta-se dos lençóis gastos e calça o chinelo, ralo de outras caminhadas. Mira as botas que aguardam para a lida, frouxamente repousadas à porta.
Serve o café bem quente. Ecoa o tilintar da xícara no silêncio da roça. Mais um dia começa para quem provê os frutos da terra.
Folha, grãos, sol nascente e mãos na lida: cenário simples de criação que a natureza opera – e o produtor, junto a ela, para gerar e servir a seu próximo o pão de cada dia.